O que muda para os patrocinadores com a derrota do Brasil
Marcas sacam novas campanhas da gaveta na fase final da Copa, após saída da seleção
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2014 às 17h40.
São Paulo - Além do fim da busca pelo hexa, a espantosa derrota do Brasil pela Alemanha fez os patrocinadores sacarem da gaveta planos B para as campanhas associadas à Copa do Mundo.
O que está em jogo é diminuir o contraste entre os anúncios nacionalistas e cheios de orgulho e a decepção com a seleção em sua última partida no mundial.
O Itaú, patrocinador da FIFA e da CBF, interrompeu a veiculação da campanha Motra Tua Força Brasil, que fez grande barulho e até então se consolidara como a música-tema de maior sucesso da Copa.
O comercial já se encontrava em sua segunda fase, com o jingle cantado por internautas e famosos. No início, ele foi veiculado nas vozes de Fernanda Takai e Paulo Miklos.
O banco também confirmou que suspendeu a exibição da campanha Batucada de Coração, cuja trilha sonora era o áudio captado das batidas do coração de torcedores. No lugar de ambos, a empresa passou a veicular um filme sobre acesso ao banco no celular.
Segundo informações do Itaú à EXAME.com, a marca prepara um novo vídeo para fechar as duas campanhas, mas não confirma quando o comercial entrará no ar.
Já a Sadia decretou o fim do Joga Pra Mim, campanha de apoio à seleção com o apelo de crianças que nunca viram o Brasil ser campeão.
Agora, a marca deu início à campanha #TamoJuntinho. Novamente focada no público infantil, a ação fala em esperança: "E se não deu pra papar mais um título agora, nossa torcidinha tem tempo pela frente pra ver o sexto, o sétimo, o oitavo...", diz trecho do anúncio (veja vídeo abaixo).
Por outro lado, há empresas que não irão alterar seu rumo na Copa. Caso da Volkwswagen, que confirmou manter exatamente o mesmo plano de comunicação. Procurada pela reportagem, a Nike não revelou quais serão os próximos passos de suas campanhas, mas reforçou que continua ao lado do time canarinho.
"Vitórias marcantes fazem parte do esporte. O Brasil já teve muitas, e outras tantas ainda virão. A Nike, como parceira e patrocinadora oficial da Seleção Brasileira há 18 anos, está ao lado da equipe e de seus torcedores em todos os momentos", disse em comunicado.
Na alegria e na tristeza - É claro que nenhum contrato de patrocínio traz uma cláusula que exija a taça como condição, destaca Clarisse Setyon, coordenadora do núcleo de marketing esportivo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-SP).
"Existe uma dose de otimismo, uma esperança, mas o apoio não depende do placar". Segundo a especialista, a saída da seleção não significa uma catástrofe imediata para os patrocinadores. "As marcas que souberam fazer um bom trabalho até a semana passada devem estar muito contentes", opina.
Para Clarisse, o discurso de humilhação e vexame que se seguiu à goleada alemã também não deve impactar as marcas negativamente. O principal efeito se sentirá, no entanto, no investimento e duração das campanhas. "As empresas colocarão o pé no freio".
Isso não quer dizer, no entanto, que seja a hora de ficar em silêncio. "Nos identificamos com os patrocinadores também por motivos emocionais. O consumidor também quer enxergar sentimento na marca, mesmo que seja de tristeza com o resultado", conclui.
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