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Nike é criticada por oferecer 30% de desconto a policiais

Em meio a turbulências sobre racismo e violência policial, Nike cria promoção e irrita americanos


	Nike: críticas nos EUA após promoção para policiais
 (AFP/Peter Parks/AFP)

Nike: críticas nos EUA após promoção para policiais (AFP/Peter Parks/AFP)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 18 de maio de 2015 às 18h01.

São Paulo - A Nike está sob uma avalanche de críticas nos EUA após oferecer 30% de desconto para policiais.

A promoção aconteceu no último dia 13, por causa da National Police Week. A marca descreveu a promoção como um "dia de apreciação" das forças da lei.

A marca Converse também participou da ação.

Mas muita gente não considerou que a boa intenção da marca foi algo positivo. Para muitos críticos, a Nike se mostrou "surda" ao criar essa promoção justamente em um momento tão conturbado.

No mês passado, dois casos de policiais que mataram homens negros - em Oklahoma e na Carolina do Sul - reacenderam o debate sobre racismo e segurança pública no país.

Ainda houve grandes revoltas como as de Baltimore, Ferguson e Cleveland.

Na semana passada, por exemplo, a justiça de Wisconsin anunciou que o policial que havia matado o jovem Tony Robinson (negro, 19 anos, desarmado), não seria processado.

Consumidores usaram a hashtag #BlackLivesMatter (algo como "a vida dos negros importa") para rebater a Nike. Muitos pediram o boicote. Outro problema: os homens negros são uns dos principais grupos consumidores da marca nos EUA.

"Não acredito que estamos protestando contra a brutalidade policial e você [Nike] está por aí distribuindo descontos", disse um americano no Twitter.

Outro lembrou que policiais americanos já mataram 420 pessoas em 2015.

"Que tal vendas especiais para o #BlackLivesMatter? Essa promoção não pode ser só para um dos lados", escreveu uma mulher.

A marca se defendeu dizendo que oferece desconto para policiais e militares desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.

"A Nike não tem intenção de ofender ninguém, nem de parecer insensível aos sérios problemas recentes entre agentes da lei e a comunidade negra na América. Nós nos preocupamos com o assunto e apoiamos os esforços para manter o debate sobre igualdade em nossa sociedade", escreveu em seu comunicado oficial.

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