Há 20 anos na Amazônia, Natura usa redes para mobilizar seguidores
No Instagram da marca, vídeo sobre Amazônia alcançou mais de meio milhão de visualizações; setor empresarial se une ao coro em defesa pela floresta
Vanessa Barbosa
Publicado em 23 de agosto de 2019 às 16h22.
Última atualização em 23 de agosto de 2019 às 17h55.
São Paulo -Em cinco décadas de atuação, a Natura sempre usou a biodiversidade brasileira como aliada. Há 20 anos, a empresa fincou o pé na região Norte do país e passou a investir na Amazônia — e ganhou muito dinheiro com isso, a partir do lançamento da sua linha de cosméticos Ekos, baseada em ativos da biodiversidade amazônica.Era o início da saga da gigante da beleza na região que nem sempre é vista como das mais favoráveis aos negócios.
Presente e futuro da Natura agora são indissociáveis da Amazônia. Na semana em que o mundo acompanha inconformado grandes áreas da floresta virar cinzas, em meio a maior onda de incêndios em sete anos no Brasil, a marca se une ao coro em defesa pela Amazônia. Visando mobilizar seus seguidores, a empresa lançou em suas redes sociais um vídeo de um minuto para mostrar que a floresta "está mais perto da gente do que imaginamos".
No Instagram da marca, o vídeo alcançou mais de meio milhão de visualizações.
Em nota enviada ao site EXAME, a marca diz que "a sustentabilidade da floresta é uma responsabilidade compartilhada e que do destino da Amazônia dependemos todos". Veja abaixo:
"Nossa atuação na região contribui para a conservação de 1,8 milhão de hectares, equivalente à metade da Holanda. Não é o suficiente. Temos que trabalhar juntos com as pessoas e os povos que vivem nela, com empresas, com a sociedade civil e com os governos, para garantir a conservação e o futuro da Amazônia. Um futuro que concilie proteção ambiental e desenvolvimento econômico, como a Natura tem demonstrado ser possível. É claro que dá para produzir sem desmatar. Mas é preciso ir além e buscar também a regeneração de áreas degradadas.
Precisamos, juntos, superar este momento. Para alcançarmos o desenvolvimento sustentável e uma sociedade mais equilibrada, cidadãos e empresas devem ser ouvidos em um diálogo construtivo com o poder público. A participação de diversas vozes, inclusive e sobretudo as dissonantes, são fundamentais para decisões mais acertadas em temas tão sensíveis para todos. Afinal, não existe floresta em pé se a gente ficar sentado.”
Mobilização empresarial
A marca não está sozinha. OConselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), associação civil que lidera os esforços do setor empresarial para a implementação do desenvolvimento sustentável, e da qual a Natura faz parte, também saiu em defesa da floresta.
Em nota divulgada nesta sexta-feira (23), a entidade que reúne empresas com faturamento equivalente a 45% do PIB nacional afirma que aprimoramento dos sistemas de controle e monitoramento são essenciais para zerar o desmatamento ilegal no curto prazo na Amazônia e em todos os biomas.
"Para o CEBDS, o controle do desmatamento é a opção de menor custo (privado e social) para a redução de emissões de Gases do Efeito Estufa no Brasil. Aliar instrumentos financeiros, inclusive precificação de carbono e mecanismos internacionais de compensação financeira, é fundamental para a viabilidade de tais estratégias.
O CEBDS também defende que, além de evitar os custos de mitigação para setores produtivos, combater o desmatamento precisa estar no centro da agenda estratégia não só de governos, mas do País, para o enfrentamento da mudança do clima e por todos os benefícios decorrentes da conservação dos biomas brasileiros, como as oportunidades de negócios da bioeconomia, e da valorização do patrimônio histórico cultural brasileiro.
Por fim, é preciso frisar mais uma vez que não existe controvérsia entre produzir e preservar. As empresas de vanguarda em todos os setores produtivos, especialmente no agronegócio brasileiro, já reconhecem o caminho do desenvolvimento sustentável e as boas oportunidades de negócios geradas a partir das melhores práticas no âmbito social e ambiental".