Brasil ocupa a 31ª posição no Global Soft Power Index 2024 (Getty Images/Getty Images)
Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais
Publicado em 4 de março de 2024 às 12h48.
Última atualização em 4 de março de 2024 às 12h53.
O Brasil está entre os 50 países líderes em 'soft power', segundo novo levantamento da consultoria Brand Finance. O país ocupa a 31ª posição, a mesma obtida em 2023, na 5ª edição do Global Soft Power Index. Estados Unidos, Reino Unido e China lideram o ranking nesta ordem.
O termo 'soft power' foi cunhado pelo acadêmico norte-americano Joseph Nye e se refere à capacidade de um país de influenciar outros por meio de meios não coercitivos, como cultura, valores, diplomacia e atratividade cultural e política.
"O Brasil possui diversos elementos que contribuem positivamente para o seu 'soft power', diz Eduardo Chaves, sócio diretor da Brand Finance no Brasil. "No entanto, é importante ressaltar que o conceito é dinâmico e pode ser influenciado por uma variedade de fatores, incluindo mudanças políticas, econômicas e culturais, tanto no país quanto no cenário internacional", complementa.
O ranking da Brand Finance é elaborado a partir de uma pesquisa com 170 mil entrevistados, de mais de 100 países, e avalia os 193 Estados reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), de acordo com 55 diferentes métricas. Entre elas, estão o poder econômico, recursos ambientais e culturais, potencial de influência global e poder de atração turística.
O relatório constata que, em tempos de incerteza e instabilidade globais, as credenciais econômicas contribuem cada vez mais para o 'soft power' de uma nação. Atributos da marca nacional, como 'economia forte e estável' e 'produtos e marcas amados pelo mundo', surgem como impulsionadores-chave de influência e reputação no cenário global.
A tendência explica a contínua dominação das maiores economias do mundo, como EUA e China, bem como das economias menores desenvolvidas, como Suíça e Emirados Árabes Unidos, no topo da classificação.
A classificação dos países líderes do ranking é praticamente estável em 2024, com exceção da troca de posições entre Alemanha e China.
A mudança é impulsionada por uma alta significativa nas percepções do país asiático em métricas-chave de 'negócios e comércio' e 'educação e ciência'. Já a Alemanha experimentou estagnação e, em muitos casos, erosão nas percepções em geral este ano, com uma queda substancial em 'boas relações com outros países' em comparação com 2023.
1: Estados Unidos
2: Reino Unido
3: China
4: Japão
5: Alemanha
6: França
7: Canadá
8: Suíça
9: Itália
10: Emirados Árabes Unidos
Os EUA lideram a classificação, com a pontuação mais alta de todos os tempos da pesquisa, atingindo 78,8, um aumento em relação a 74,8 em 2023. O país se destaca em quesitos, como 'familiaridade e influência', ‘líder em ciência’ e ‘influente em artes e entretenimento’.
No entanto, desafios internos de segurança relacionados à violência armada e brutalidade policial, bem como o envolvimento em conflitos internacionais, parecem minar algumas das percepções da marca nacional.
O Reino Unido superou um risco de poder suave de instabilidade temporária no final de 2022, resultante de mudanças tumultuadas no governo e da morte da Rainha Elizabeth II. Já Rússia, Ucrânia e Israel caíram no ranking, em função do envolvimento em ações militares.
Índia, Brasil e África do Sul lutam para cumprir seu potencial de 'soft power', pois todas as três nações têm 'familiaridade e influência' relativamente altas, especialmente em suas regiões de origem, mas classificam mais baixo em 'reputação'.
Entre os 193 países analisados pelo ranking da Brand Finance, o Brasil figura na 31ª posição, a mesma obtida em 2023, enquanto a Índia caiu para o 29º lugar, e a África do Sul, para o 43º, o mais baixo de todos os tempos.
Considerando as cinco edições da pesquisa, a melhor posição que o Brasil conseguiu foi em 2022, quando esteve no 28º lugar. E a pior, em 2021, quando caiu para o 35º lugar.
"O Brasil poderá aumentar seu poder de marca país com uma boa gestão do que o país realmente é, o que ele realmente entrega como nação e o que comunica ao mundo. Integrando uma gestão de identidade, posicionamento, brand equity e imagem, com certeza poderá aumentar seu 'soft power' nos próximos anos", acredita o sócio diretor Brand Finance no Brasil.