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Benetton é criticada por propaganda com imagem de migrantes do "Aquarius"

"A tragédia humanitária no Mediterrâneo não deve ser nunca usada com fins comerciais", disse a organização humanitária francesa SOS Méditerranée

Críticas: a campanha também foi criticada pelo vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini "Apenas eu acho que isso é repugnante?" (Benetton/Reprodução)

Críticas: a campanha também foi criticada pelo vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini "Apenas eu acho que isso é repugnante?" (Benetton/Reprodução)

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AFP

Publicado em 20 de junho de 2018 às 11h04.

A marca italiana Benetton foi duramente criticada nesta quarta-feira (20), depois de publicar com fins publicitários uma imagem de imigrantes resgatados no Mediterrâneo pelo navio humanitário "Aquarius".

Tirada por um fotógrafo durante uma operação de resgate em 9 de junho, a foto mostra um grupo de imigrantes com coletes salva-vidas vermelho, confinado em um bote inflável em pleno mar Mediterrâneo. Na base da imagem, o logo Unites Colors of Benetton.

"A SOS Méditerranée se dissocia completamente dessa campanha que mostra uma foto tirada quando nossas equipes resgatavam pessoas em perigo", reagiu no Twitter a organização humanitária francesa, que fretou o "Aquarius".

"Deve-se respeitar a dignidade dos sobreviventes em todas as circunstâncias. A tragédia humanitária que acontece no Mediterrâneo não deve ser nunca usada com fins comerciais", acrescentou a ONG.

O ministro italiano do Interior e vice-primeiro-ministro, Matteo Salvini, que se negou a receber em seus portos os 629 imigrantes do "Aquarius", não demorou a reagir.

"Apenas eu acho que isso é repugnante?", tuitou o homem forte do novo governo populista, em uma mensagem acompanhada de uma das imagens da campanha.

O grupo italiano Benetton, que fechou 2017 com suas piores perdas, está acostumado a fazer campanhas publicitárias impactantes.

Algumas, como as do fotógrafo Oliviero Toscani que mostravam um doente de aids agonizando, uma mulher negra amamentando um menino branco, ou uma freira beijando um padre, causaram polêmica na década de 1990.

A Benetton voltou a ficar na berlinda no final de 2011, com fotomontagens de líderes mundiais beijando-se na boca, entre eles o papa Bento XVI e um imã egípcio.

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