São Paulo - Amados por alguns, criticados por outros, o que não se pode negar é que os livros de colorir para adultos foram a grande febre do mercado editorial no primeiro semestre de 2015. Agora, o que as empresas que faturaram com a novidade querem é encontrar uma maneira de surfar nessa onda por mais tempo.
É o caso da Faber-Castell. A fabricante de materiais escolares, que chegou a ver seus estoques de lápis se esgotarem no início do ano, tenta apostar em um novo projeto para evitar a queda da demanda: os "pixels" para colorir.
O lançamento segue a mesma proposta de “relaxamento” dos livros que tomaram as livrarias do país. Trata-se de folhas quadriculadas - semelhantes àquelas de cadernos de matemática - chamadas de Pix Papers. Em cada quadradinho, um número indica a cor que deve ser usada pelo usuário para preenchê-lo.
À medida que vai pintando todos os “pixels”, a pessoa descobre a figura que está criando. Se preferir, ela também pode escolher anteriormente os modelos ou apenas ler dicas sobre eles, como, por exemplo, “animal extinto”, "habitavam o Brasil antes do descobrimento" ou "um monumento à pontualidade".
Outra opção, para os mais criativos, é imprimir a folha sem indicações de cores e criar seu próprio quadro.
Os modelos para impressão estão disponíveis gratuitamente no site e dividem-se em três níveis de dificuldade - fácil, médio e avançado. Este último será oferecido apenas a partir do início de setembro, segundo a empresa.
O portal organiza as categorias segundo o número de cores dos estojos da marca. Dessa maneira, quem quiser imprimir desenhos mais complexos precisa ter em casa estojos mais sofisticados e, portanto, mais caros.
Ano colorido
Na contramão da crise econômica, a Faber passa por um ano bastante atípico. Acostumada com o pico de vendas entre dezembro e janeiro por conta do início do ano letivo, a empresa viu a procura explodir novamente em março deste ano com a febre dos livros de colorir.
Apesar de ter se preparado para repor caixas mais populares, de 12 e 24 lápis, a fabricante se surpreendeu com a procura por estojos de até 60 unidades, motivo pelo qual teve que ampliar seu expediente de produção.
A demanda por produtos mais elaborados está associada à conquista de um público novo e mais exigente: o adulto. Agora, o desafio da Faber é mantê-lo.
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1. Bilhões por ano
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São Paulo - A fábrica de lápis de cor da Faber-Castell em São Carlos, no interior paulista, é a maior planta industrial da empresa no mundo. No local trabalham 2.000 pessoas em três turnos e 2,5 bilhões de lápis são feitos por ano, vendidos para todo Brasil e outros 70 países, incluindo latinos, europeus e asiáticos. EXAME.com foi conhecer o processo de fabricação dos produtos. Veja nas fotos.
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2. A massa
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A fabricação de um lápis de cor é composta de três processos principais: mina (recheio do lápis), intermediário (montagem) e acabamento. A mina colorida é feita por meio da mistura de ceras especiais, pigmentos que dão cor, água e caulim – um minério extraído e depois moído, de cor branca e com aparência e textura de uma farinha de trigo. O resultado é uma massa amarela, verde, rosa ou de alguma outra das 48 cores de lápis de cor feitas pela Faber-Castell. Vale lembrar que a empresa tem uma caixa de lápis de 120 cores - todos importados.
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3. O espaguete
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Como em um processo de fazer macarrão, a massa colorida segue para uma prensa que dará a ela um formato de espaguete, da cor e diâmetro pré-definidos. Neste estágio, a mina é maleável e quebra fácil, mas já tem o cheiro característico do lápis.
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4. Ingredientes
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Os espaguetes são cuidadosamente separados por cor em recipientes de tamanho padrão até seguirem para a próxima etapa.
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5. Secagem
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A água em excesso do espaguete de mina será retirada em uma máquina de secagem, por meio de um processo que combina giro e alta temperatura por algumas horas. Desta fase, a mina já sai pronta para o uso, com a resistência e traços adequados para para colorir de forma perfeita.
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6. Tábuas
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Agora começa a parte de montagem do ecolápis, batizado assim pela companhia porque traz cuidados ambientais em toda a cadeia de produção. A madeira usada, 100% reflorestada, já vem cortada na espessura e formato certos da fábrica de pinus que a companhia possui, desde 1989, em Prata, Minas Gerais. São 10.000 hectares de plantação de pinus, madeira que leva 25 anos do plantio à colheita. De acordo com a empresa, esse projeto florestal no Brasil é referência mundial no setor e leva a empresa a absorver mais dióxido de carbono do que produz.
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7. Linhas
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Dez serras instaladas dentro de uma grande máquina industrial, responsável por todo o processo de montagem, cortam dez linhas com espaços de meio centímetro entre elas em cada uma das tábuas. Os cortes são feitos com velocidade e precisão. Um sensor controla a qualidade do produto e os que estão fora do padrão são tirados da linha. As sobras e descartes são usados para alimentar a caldeira da fábrica e gerar energia.
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8. Cola
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Antes do corte, uma boa quantidade de cola foi passada nas tábuas. Mais uma mão será dada nas madeiras depois das linhas serradas. O objetivo é garantir que as minas fiquem bem firmes quando colocadas.
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9. Cores
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Enquanto isso, caixas com minas de diversas cores aguardam a hora de serem usadas nas montagens. Uma cor de lápis é fabricada por vez, de acordo com a demanda e planejamento da empresa.
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10. Sanduíche
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As minas são colocadas na máquina que, por meio de um rolo industrial, as encaixa nos vãos cortados. Outra madeira é colocada por cima, formando, assim, uma espécie de sanduíche de tábuas com recheio de mina colorida.
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11. Prensa
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Uma grande prensa acaba de fechar o sanduíche de madeira e mina, que desce por uma rampa em velocidade lenta.
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12. Cortes
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As tábuas recheadas de mina seguem para receber o corte final, que fará com que cada uma delas se transforme em dez lápis. Há três formatos: circular (mais comum), triangular (indicado para crianças) e sextavado (mais profissional). Como funciona com as cores, a máquina faz cada tipo de produto por vez.
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13. Um só
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Já separados, eles seguem por outra esteira para receberem acabamento e pontas.
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14. Crus
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14/23 (Tatiana Vaz/EXAME.com)
Chamados de lápis crus, eles são agrupados em caixas à espera da próxima fase do processo. Estão prontos para o uso, com exceção da parte externa, já que não é possível saber de qual cor eles são.
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15. Acabamento
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É nesta etapa que os lápis crus ganharão tinta por fora e a marca da Faber-Castell, além de serem testados e apontados. As paredes da fábrica tem as cores de seus lápis de colorir. Algumas delas ainda recebem desenhos feitos e pintados pelos funcionários.
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16. Pintura
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Os lápis crus recebem a primeira mão de tinta e deslizam por essa esteira, que conta com ventiladores de ar quente para ajudar no processo de secagem. Uma segunda mão é dada logo em seguida. Lápis que precisam de reforços de pintura são colocados, manualmente, para deslizar na esteira de novo e receber mais banhos.
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17. Verniz
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Devidamente pintados, os lápis seguem para receber uma mão de um verniz atóxico, pensado em crianças (e adultos) que comem as pontas dos lápis.
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18. Marca
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Nesta etapa, uma chancela com o logo da Faber-Castell é prensada em cada um dos lápis. Na maioria das vezes, os coloridos recebem a marca dourada e os de grafites prateada.
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19. Olho nu
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Depois de apontados pela máquina, eles seguem por uma esteira em velocidade lenta para que passem pela última vistoria feita a olho nu por um funcionário da qualidade.
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20. Para a caixa
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Blocos de lápis de mesma cor são colocados em grandes compartimentos antes de uma máquina separar um de cada para serem alinhados e empurrados para a caixa.
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21. Acessórios
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Em algumas caixas, as máquinas incluem também borrachas e apontadores.
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22. Distribuição
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Prontas, as caixas de lápis de cor seguem para a distribuição e venda no Brasil e em mais de 70 países.
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23. Veja também:
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