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Animais cada vez mais humanizados aquecem o mercado pet

Alimentação balanceada, tratamentos estéticos e roupas personalizadas estão entre os produtos e serviços oferecidos

Pet shops: humanização dos animais de estimação levou segmento a movimentar R$ 11 bilhões em 2010 (Getty Images)

Pet shops: humanização dos animais de estimação levou segmento a movimentar R$ 11 bilhões em 2010 (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2011 às 10h33.

Última atualização em 30 de agosto de 2017 às 19h32.

Rio de Janeiro - Roupas, tratamentos de beleza e alimentação balanceada. A primeira vista parecem produtos comuns para os consumidores, mas são algumas das opções que o mercado pet disponibiliza para os animais.

A humanização dos bichos, tendência cada vez mais observada, levou o segmento a movimentar R$ 11 bilhões em 2010, de acordo com dados da AnfalPet. O valor representa um crescimento de 13% comparado a 2009, quando o faturamento foi de R$ 9,6 bilhões.

De olho no potencial de mercado, as empresas especializads ampliam opções para clientes que investem na saúde e no bem estar de seus pets, que muitas vezes ocupam o lugar de filhos. O Brasil é o segundo mercado em número de animais do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. A população em geral conta com mais de 82 milhões de bichos. Com o crescimento a cada ano, os donos também modificaram suas buscas, que vão desde a roupa até a alimentação, passando por tratamentos estéticos e books fotográficos.

Para atender os consumidores que valorizam o visual dos animais, a Pet Center Marginal criou em 2005 a SP Fashion Pet. O evento conta com a participação de clientes da loja e é realizado a cada troca de coleção. A iniciativa promove parcerias com fornecedores de roupas para animais, que dão modelos para os bichos que desfilam. A ação faz sucesso e os clientes lotam a loja no dia do evento. “As pessoas têm satisfação em mostrar seus animais, que são quase filhos”, diz Eugênia Fonseca, gerente de marketing da Pet Center Marginal.


Serviços estéticos ampliam variedade

A rede também trabalha com outros tipos de serviços a fim de atender a diferentes demandas dos donos que têm o ticket médio anual de R$ 1.800,00. O espaço conta com um centro estético para serviços como escova de chocolate e cauterização, além dos tradicionais banho e tosa. Durante os fins de semana, a fila de espera pode chegar a duas horas. Em relação aos preços, a variação existe entre raças e portes. Um cão de pequeno porte toma banho por R$ 20,00, enquanto o de grande porte não fica limpo por menos de R$ 180,00.

Para conquistar o cliente, a rede promove ações de relacionamento e de cunho social. Nas compras acima de R$ 150,00, por exemplo, o consumidor recebe um bônus de 10% do valor para utilizar no mês seguinte. A loja realiza ainda a campanha “Eu alimento um animal carente”, em que parte de toda ração vendida é revertida para uma instituição que ajuda animais carentes. “Além disso, firmamos o compromisso público do menor preço. Se o consumidor encontrar mais baixo, igualamos o valor e devolvemos 20% da diferença”, explica Eugênia.

Para os próximos meses, a Pet Center Marginal promete ainda mais novidades, entre elas um programa específico de seguro de vida para animais. “Estamos estudando essa possibilidade com uma seguradora, mas ainda não está fechado”, diz a gerente de marketing da empresa. No segmento de beleza está em fase de desenvolvimento um serviço semelhante à escova progressiva.

Tal dono, tal cão

Já a Dog Pop chegou ao mercado para atender a demanda dos donos de cachorro que gostam de música e arte. Diferente dos desfiles de moda que mostram ao vivo as tendências para o segmento, a marca é um e-commerce de roupas para cães. As estampas contam com variedades de bandas e músicos de rock, como The Beatles, Elvis, Rolling Stones, AC/DC e Ozzy Osbourne.

Criada há menos de um ano, a marca traz produtos feitos com 100% de algodão. Além da preocupação com a saúde dos bichos, a ideia é oferecer maior conforto. “Analisamos a tinta do silk e realizamos testes para oferecer um produto de qualidade”, diz Daniela Custódio, fundadora da marca.


O site mantém divulgação nas mídias sociais, como Twitter e Facebook, e conta ainda com parcerias com blogs sobre cachorros, valorizando a presença na web. “A maior parte do público-alvo está na internet. São as pessoas que estão antenadas sobre os assuntos de moda, musica e pet”, diz Daniela. Entre as ações realizadas estão o sorteio de peças para seguidores e lançamentos sazonais, como estampas exclusivas para o show do U2, realizado em São Paulo, nos últimos dias.

Os próximos planos são a ampliação da grade de produtos para atingir raças maiores e a personalização de produtos, atendendo aquilo que o consumidor quer para seu cão. Outra iniciativa que deve começar ainda em 2011 é a venda em pontos de venda físicos. “A princípio vamos selecionar algumas lojas em cidades chaves para ver se o produto é bem aceito”, diz a empresária.

Cuidados com a alimentação

Uma novidade recente do setor é a comida balanceada oferecida pela Pet Delícia. A marca está no mercado desde dezembro de 2010 e quer promover uma mudança de hábitos entre os donos de animais, oferecendo uma refeição sem conservantes e corantes. “A ideia é trocar a ração seca, que utiliza química e subprodutos, pela Pet Delícia, um alimento mais saudável”, diz Roberta Camara, criadora da marca.

Os alimentos são desenvolvidos sob orientação de zootecnistas e veterinários e podem ser encontrados nas versões congeladas ou frescas. Os sabores contam com as opções cordeiro, frango, carne e filhotes, em bandejas de 900 gramas. Em relação aos benefícios estão a diminuição da probabilidade de alergia, a fácil digestão e limpeza dos dentes, além de prometer deixar o cão mais ativo.

Com um investimento de R$ 500 mil, incluindo estrutura, regularização junto ao Ministério da Agricultura e o desenvolvimento do cardápio, a Pet Delícia pretende, agora, alcançar o mercado paulista. Outra ideia é a produção de alimentos para gatos. “Também desenvolveremos receitas para pacientes renais e diabéticos. A expectativa é que, em três meses, o produto esteja no mercado”, completa Roberta.

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