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Revolução digital: mergulhe na terceira onda - e prepare-se para a quarta

Fabio Hayashi destaca como a tecnologia evoluiu até chegar ao que temos hoje e explica por que é preciso “mergulhar” na terceira onda e preparar-se para a “quarta”

Waze: exemplo de como a IA já toma decisões a partir da interpretação de dados em tempo real (Lionel Bonaventure/AFP)

Waze: exemplo de como a IA já toma decisões a partir da interpretação de dados em tempo real (Lionel Bonaventure/AFP)

Fabio Hayashi
Fabio Hayashi

Colunista

Publicado em 1 de março de 2024 às 10h00.

Última atualização em 4 de março de 2024 às 10h23.

Entrei para o mundo da tecnologia em 1995, quando tinha apenas 17 anos. Os famosos mainframes ainda dominavam o mundo das grandes corporações, mas, ao mesmo tempo, os microcomputadores já  começavam a ganhar força com a chegada do Windows e o avanço da WWW (World Wide Web, a rede mundial de computadores).

Já se percebia muita coisa sendo digitalizada, mas, de certa forma, sem integração, tudo ainda era muito offline e isso porque faltava o básico, que era a infraestrutura, além, obviamente, de conexões mais rápidas.

Com a diminuição da internet discada e o avanço da internet a cabo, vimos o boom dos e-commerces. A partir do ano 2000, podemos considerar a primeira grande onda. Vendas online, pessoas deixando as enciclopédias de lado e apostando em buscadores como o Google e o protagonismo dos comparadores de preços como o Buscapé. Enfim, tudo isso só foi possível graças a essa primeira “pavimentação”.

Se tudo vira online, a forma como se entende o consumidor muda. Passou a ser necessário entender o motivo dos famosos abandonos de carrinhos, compreender por que o cliente não volta à loja virtual, o que devia ser destaque na apresentação da “gôndola virtual”. Para isso, entretanto, era imprescindível a análise de dados em grandes volumes.

A partir de 2010, houve mais alguns avanços, entre eles, a melhora dos processadores, capacidade de armazenamento e explosão das clouds gerando a “segunda grande onda”: big data! Muitos dados passaram a ser armazenados, viabilizando uma melhor análise histórica de consumo, de acessos e outras importantes informações para conhecer melhor o consumidor.

Essa evolução permitiu que tivéssemos uma visão ampla desses dados, porém ainda olhando para o retrovisor. Por mais que já tivéssemos algoritmos preditivos, as tomadas de decisões ainda eram humanas.

Nessa época, a IA (Inteligência Artificial) já existia, mas o “mato” era muito alto. A partir do momento que o mundo popularizou de informação as clouds, a via necessária para que IA explodisse tornou-se realidade e ferramentas como ChatGPT, que surgiu em 2022, deixaram tudo mais palpável e acessível ao público.

Estamos vivendo a terceira onda da jornada digital. E o que nós temos estudado para o mercado corporativo envolve muitas possibilidades do uso da IA. Entre elas, a tomada de decisões in real time e com base em dados de forma automática, ou seja, IA decidindo por si mesma.

Claro que decisões autônomas exigem certos cuidados, mas já vemos aplicações práticas em carros, negociação em bolsa de valores em alta frequência e automações industriais.

Como exemplo, podemos citar o app da Waze, em que claramente percebe-se a IA tomando decisões, pois o trajeto foi combinado com seu destino escolhido e rotas otimizadas por uma máquina. A questão que fica é: os executivos desejam trabalhar lado a lado de um robô? Um estudo feito The Decision Dilemma mostra que sim: 61% das lideranças de negócios no Brasil gostariam desse apoio.

E não achem que a história termina por aqui. Preparem-se para a quarta onda: quantum computing loading....

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