O que distingue os grandes investidores globais, especialmente os americanos, dos brasileiros é o planejamento de longo prazo e a alocação muito diversificada em diversas classes de ativos e geograficamente bem distribuída. (Stock/Getty Images)
Colunista
Publicado em 4 de novembro de 2024 às 15h10.
Nos investimentos, o grande objetivo é alcançar excelentes retornos com a segurança e riscos balanceados e adequados. No entanto, o que distingue os grandes investidores globais, especialmente os americanos, dos brasileiros é o planejamento de longo prazo e a alocação muito diversificada em diversas classes de ativos e geograficamente bem distribuída.
Enquanto nos Estados Unidos e em outras economias desenvolvidas a diversificação global é uma prática padrão, no Brasil, a concentração em ativos locais ainda prevalece. Essa diferença impacta diretamente o crescimento do patrimônio ao longo do tempo e capacidade de capturar oportunidades globais.
Historicamente, o investidor brasileiro tende a concentrar seus investimentos em renda fixa e ativos locais. Isso se deve, em grande parte, à cultura de investimento do país, onde o CDI, por muito tempo, ofereceu aparentemente retornos atraentes com baixo risco aparente.
No entanto, ao analisar a evolução de um investimento de US$1 milhão em diversas classes de ativos ao longo de 15 anos, como mostra o gráfico, fica claro o custo da oportunidade perdida ao focar apenas no Brasil. O índice de Private Equity calculado pela CA (Cambridge Associates) nos EUA, por exemplo, transformou um patrimônio inicial de US$ 1 milhão em US$7,9 milhões (14,77% ao ano), enquanto o Ibovespa em dólares resultou em um prejuízo, retornando apenas US$ 752 mil (-1,88% ao ano).
Essa comparação evidencia como a falta de diversificação global limita significativamente o potencial de crescimento do patrimônio e como preferências geográficas e em classes de ativos podem afetar o resultado no longo prazo.