Líderes Extraordinários

A importância da experiência externa em empresas familiares

Buscar experiências e profissionais inovadores no mercado é essencial para atualizar modelos de gestão dogmáticos

Gerações no controle das empresas podem perpetuar modelos defasados (South_agency/Getty Images)

Gerações no controle das empresas podem perpetuar modelos defasados (South_agency/Getty Images)

Jorge Cardoso
Jorge Cardoso

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Publicado em 28 de julho de 2023 às 08h00.

Existe vida fora da organização familiar que foi criada pelas gerações anteriores. Parece estranho este comentário, mas quem nasce dentro da empresa criada pelos seus antecessores, talvez nunca tenha tido e não terá a oportunidade de saber o que há fora dos muros da empresa familiar onde foi criado.

A grande maioria dos empresários criam seus filhos apenas com o foco na perpetuidade da organização sem mesmo saber se é isto que eles querem quando forem adultos. A decisão dos herdeiros de continuarem ou não na gestão e liderança ativa não impede de continuarem sendo sócios e comandarem pela ferramenta de Governança.

Em ambos os casos, é extremante imperativo aos herdeiros terem a experiência de viver e vivenciar outros mundos, pelo menos por um período. Aqueles que não tiverem esta oportunidade, conhecerão apenas as virtudes e não reconhecerão as fraquezas de sua organização. Isto porque sempre atuaram assim e “vivenciar” outros caminhos torna-se impensável considerando os preceitos históricos de muitos fundadores.

A experiência externa à organização familiar traz aos herdeiros uma visão holística de negócio, uma experiência ampliada de ferramentas de gestão e, acima de tudo, quebra de paradigmas que até então seriam intocáveis.

Muitas vezes esta reavaliação acontece com o falecimento do fundador, onde os herdeiros irão buscar profissionais de mercado que lhe obriguem a pensar fora da caixa.

Isto não quer dizer que o modelo de gestão em vigor esteja errado, mesmo porque se assim o fosse, já não haveria a empresa. O que acontece normalmente, é que não se desafia o status quo porque ele é o modelo. Contudo, todo o modelo vence e precisa se reinventar e, ao fazer isto, se desafia aquilo que é dogma.

Conviver com outros líderes empresariais é, no mínimo, um processo de reavaliação do nosso próprio negócio, o que traz uma constante e benéfica mutação em forma de PDCA (Plan, Do Check and Action).

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