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Os pilares do Brasil que sonhamos estão aqui

Se o país deseja ter um plano de futuro, um dos pilares norteadores da nação deverá ser a atenção à primeira infância

O abismo social é um dos maiores desafios para a construção de um país mais justo e sustentável (Nacho Doce/Reuters)

O abismo social é um dos maiores desafios para a construção de um país mais justo e sustentável (Nacho Doce/Reuters)

Zizo Papa
Zizo Papa

Colunista

Publicado em 11 de maio de 2023 às 19h03.

Última atualização em 11 de maio de 2023 às 19h16.

Os pilares e os compromissos para o Brasil deveriam ser algo simples de entender e passíveis de execução. Algo que todo e qualquer brasileiro pudesse ler, compreender e dar o irrestrito apoio. Pilares que servissem de mantra para qualquer grande plano de metas, seja na iniciativa privada, seja no âmbito público.

O Brasil do futuro é um país que aposta na educação, no desenvolvimento vocacional, no empreendedorismo, na erradicação da pobreza extrema e na ampliação do Sistema Único de Saúde (SUS) como o caminho para o desenvolvimento sustentável e equitativo.

É também um espaço em que as desigualdades não sejam norteadoras das relações sociais e estruturais que, hoje, impulsionam o sistema.

Por que olhar para a primeira infância?

Mas, não há como falar de futuro se não olharmos para sua base: a primeira infância. O período mais crucial para o desenvolvimento, noção de contexto, emancipação lúdica e visionária, portanto, o investimento nessa fase é o projeto mais estratégico e fundamental no longo prazo.

A revolução pedagógica infantil é uma das prioridades, buscando formar cidadãos críticos, criativos e capazes de resolver problemas, que estejam nas tomadas de decisões.

Porém, para isso é preciso ter políticas públicas que priorizem a educação e a coloquem como fonte de protagonismo dos sujeitos e que levem em consideração suas intersecções.

Em seguida, pode-se propor um olhar para o desenvolvimento vocacional que busca inserir no contexto econômico aquelas pessoas que estão alijadas dada a ineficiência do sistema público de ensino.

Todas as pessoas têm vocações, algumas invisibilizadas, sendo assim difícil identificá-las e é por isso a necessidade de um trabalho de base neste sentido.

Criar e estimular programas por meio de escolas técnicas permitirá a cada indivíduo desenvolver novas habilidades, independentemente do grau de instrução formal obtido e, assim, encontrar sua vocação.

A revolução nesse campo é significativa, não só o investimento na capacitação técnica mas também no desenvolvimento de habilidades socioemocionais e de liderança.

O empreendedorismo é outro pilar fundamental. Ele move o país, a economia e apresenta ao mundo novas personalidades e projetos disruptivos, muitos alocados em periferias e comunidades, e que, muitas vezes, se não na maioria, nascem pela perspectiva da escassez e sobrevivência.

O intuito é quebrar esse ciclo e garantir um “empreender” que venha pela oportunidade e pela construção de epistemologias e conhecimento, para além da falta. Nesse sentido, a reforma tributária é vista como uma oportunidade para desonerar os novos negócios e reduzir a burocracia, estimulando a criação de empresas e empregos.

O objetivo é criar um ambiente favorável à inovação e ao desenvolvimento de novos produtos e serviços. Construir projetos que tenham como base a escala, gerando renda e estímulo econômico em regiões outrora desconectadas do sistema formal beneficiando assim a inserção de um contingente importante da população brasileira na economia formal.

A erradicação da pobreza extrema é parte fundamental para almejar um país desenvolvido e humano. O abismo social é um dos maiores desafios para a construção de um país mais justo e sustentável.

Outro objetivo é construir um tecido social saudável, em que cada indivíduo tenha acesso aos seus direitos básicos e oportunidades minimamente equilibradas. Precisamos criar pontes e não muros entre as camadas sociais que formam o país, quebrar o status quo do mito da democracia social e racial, que são alocados pela desigualdade.

Por fim, SUS ainda é visto como o programa mais estratégico para combater a desigualdade social no curto prazo. A ampliação do acesso à saúde, a melhoria da qualidade dos serviços e a valorização dos profissionais da área são chave. É necessário garantir que todos os brasileiros tenham acesso a um sistema de saúde eficiente e de qualidade, independentemente de sua condição social.

Em resumo, o Brasil do futuro é um país que aposta na educação ampla e democrática, na ideia de que todos têm uma vocação e merecem uma oportunidade.

E o empreendedorismo que serve de alavanca maior para criação de empregos e desenvolvimento econômico, na revolta com a miséria e pobreza extrema promovendo junto aqueles que detêm a força econômica e política tal consciência e no SUS, porque sem ele não há aposta em um futuro em que todos os cidadãos não tenham acesso aos seus direitos básicos e possam desenvolver todo o seu potencial.

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