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9 coisas que aprendi em anos à frente de uma bigtech

Presidente da Adobe para América Latina Federico Grosso conta quais foram as principais lições aprendidas sobre liderança.

Federico Grosso: compartilha suas experiências pessoais na liderança da Adobe para América Latina (Adobe/Divulgação)

Publicado em 17 de outubro de 2023 às 09h00.

Mês passado cheguei ao meu nono aniversário na liderança para a América Latina de uma gigante de tecnologia avaliada em mais de U$ 240 bilhões (R$ 1167,55 trilhões). Sei que temos o costume de celebrar apenas datas “redondas” - como décadas - porém, nesse nono ano, minha mente tem evocado diversas memórias comoventes e uma sensação de dever cumprido. Ao mesmo tempo, o marco provoca uma urgência para que tudo ocorra com perfeição no iminente aniversário de 10 anos.

Uma década não é apenas digna de celebração, mas também de reflexão do futuro. É algo como aprender com o passado e imaginar o que virá. E pode ser clichê, mas parece que foi ontem que eu entrei no antigo escritório da empresa para a qual eu trabalho, aqui em São Paulo (SP), onde iniciei um capítulo da minha vida que me moldou profundamente como profissional, ser humano, pai, amigo e mentor.

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É sobre as milhares de reuniões produtivas, corridas de táxi noturnas até o aeroporto, pequenos momentos de interações memoráveis, celebrações, contratempos e risadas. Se eu pudesse pegar um DeLorean - minha alusão preferida ao filme “De volta para o futuro” - e voltar no tempo, precisamente há nove anos, colocaria uma carta no meu próprio bolso, dizendo:

A liderança não se limita a um título, mas se manifesta nas decisões cotidianas, na escolha de inspirar e na navegação por águas turbulentas. Trata-se de intervir quando os tempos são mais difíceis, escolher o otimismo em meio à melancolia, confiar no talento e no esforço dos outros quando as apostas são altas e prometer diariamente fazer a sua parte da melhor maneira possível para, assim, causar um impacto positivo.

O coração de qualquer gigante da tecnologia bate em um único som: o pulso do gênio coletivo. Como líderes, não apenas temos as chaves - nós somos as chaves! Aquelas pessoas que desbloqueiam o potencial e fomentam uma cultura em que todos desempenham um papel crucial para o sucesso. Pense nisso como um organismo, um ecossistema ou uma rede, em vez de uma pirâmide de ordens, títulos e funções.

Aprendi a olhar para dentro, reconhecer meus pontos fortes, fracos e preconceitos. Esse entendimento foi fundamental para moldar minha abordagem de liderança e promover uma cultura de respeito mútuo e crescimento. É fácil cair na armadilha do movimento. Devemos aprender a acalmar regularmente o barulho, o telefone e os e-mails. Afinal, ação não deve ser confundida com reação.

A mudança é uma professora exigente: abraçá-la, muitas vezes, é mais fácil na teoria do que na prática. Os seres humanos não estão naturalmente inclinados às mudanças. Além disso, o que é mais transformador pode chegar em uma aparência estranha, até mesmo desagradável. Mudar não é apenas inevitável, é também o trampolim para a inovação e o crescimento pessoal.

Ultrapassar limites e lutar consistentemente pela excelência não é estabelecer metas impossíveis. Trata-se de fomentar uma cultura de melhoria contínua, aumentando o nosso potencial todos os dias. É gerenciar essa fina camada que separa o conforto do estresse insuportável. É o que os profissionais de alto desempenho em todas as disciplinas fazem diariamente para alcançar o que, antes, parecia impossível.

A autenticidade dá vida à liderança. Honestidade, abertura e originalidade são mais do que palavras, são aquilo que une as pessoas. Trata-se de demonstrar seu compromisso de longo prazo, mostrar que reputação e valores importam. Trata-se de investir em relacionamentos e apostar em seus interesses compostos.

Há um profundo senso de libertação e empoderamento em saber que você pode influenciar e, até mesmo, remodelar qualquer contratempo. Liderança é essencialmente sobre ser útil, saber que uma situação é diferente e melhor porque você assumiu a responsabilidade é gratificante.

O valor da empresa para qual trabalho que mais ressoa comigo atrai visionários, sonhadores e carrega um peso de responsabilidade e pragmatismo. Trata-se de traçar um rumo para um futuro sustentável, ético, inovador e inclusivo. É uma visão de mundo que valoriza o desenvolvimento gradual e constante.

Em um cenário tecnológico, onde nossas decisões podem reverberar na vida de milhões de pessoas, a liderança ética não é uma opção e nem é negociável.

Acredito que a liderança é medida pelos resultados que produz: evolução, prosperidade sustentável e oportunidades que gera. Se não causa um impacto significativo, não é liderança verdadeira.

O “Fed de nove anos atrás” não tinha a dimensão das características tão importantes que agora compartilho, neste espaço, com outros líderes que estão em suas próprias jornadas e podem se inspirar ou, quem sabe, trocar experiências a partir deste artigo. Que a boa sorte nos acompanhe na jornada que temos pela frente!

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