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Dolarização do patrimônio: qual é a proporção ideal?

Estudo encomendado pela Nomad aponta que carteiras totalmente baseadas em ativos brasileiros têm volatilidade estimada em 25% ao ano; com 45% de ativos dolarizados, a volatilidade cai para 4%

Dolarização: estratégia para proteger e diversificar investimentos no cenário econômico brasileiro. (SARINYAPINNGAM/Getty Images)
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Publicado em 24 de outubro de 2024 às 11h00.

Dolarizar o patrimônio, como é de imaginar, significa converter parte dos ativos financeiros em dólares. Em outras palavras, trata-se do investimento em ativos que estão diretamente ou indiretamente ligados ao desempenho da moeda americana. Falamos tanto de ações de empresas americanas quanto de títulos do governo dos Estados Unidos e de fundos negociados em bolsa, os famosos ETFs (Exchange Traded Funds). O objetivo principal dessa movimentação é proteger os investimentos contra a desvalorização do real e se beneficiar da estabilidade histórica do dólar.

Por que dolarizar o patrimônio?

Os investidores brasileiros que buscam proteção e diversificação em um cenário econômico instável têm batido o martelo cada vez mais na dolarização do patrimônio. Em um mundo globalizado, a volatilidade das moedas locais, como o real, pode impactar significativamente o valor dos ativos. No nosso caso, significa ficar demasiadamente refém do chamado Risco-Brasil, associado aos altos e baixos da política e da economia verde-amarela. A dolarização, que nada mais é do que a diversificação de portfólio com a moeda dos Estados Unidos, ajuda a mitigar esse risco.

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Qual a proporção ideal de dolarização?

Qual é a proporção ideal de um patrimônio que deve ser dolarizada, especialmente em um cenário econômico instável? Com a palavra, Paula Zogbi, head de conteúdo da Nomad, fintech brasileira que dá acesso a uma vida financeira global. “É importante aplicar a dolarização especialmente à parcela arriscada de uma carteira de investimentos”, diz ela. “Se a recomendação para a sua carteira pessoal é manter 50% do patrimônio em ativos seguros e líquidos atrelados ao CDI, por exemplo, a proporção dolarizada se aplicará apenas à outra metade dos seus investimentos. Dito isso, o efeito é mais eficiente quando uma parcela relevante dessa carteira é dolarizada, especialmente pela descorrelação entre o dólar e outros ativos de risco”

Um estudo realizado pela Nomad em parceria com Bruno Giovannetti e Fernando Chague, professores de Economia e Finanças na EESP/FGV, dá uma pista da proporção ideal. A pesquisa constatou que carteiras totalmente baseadas em ativos brasileiros têm volatilidade estimada em 25% ao ano. Ao incluir 45% de ativos dolarizados, a volatilidade cai para 4%. “No exemplo de uma carteira 50% baseada em ativos de risco, a proporção seria, portanto, próxima de 23% do total”, sugere Zogbi.

Em resumo, especialistas recomendam que investidores considerem alocar entre 20% a 30% de seu patrimônio em ativos dolarizados. Essa proporção permite uma diversificação significativa sem exposição excessiva do portfólio a flutuações cambiais. A alocação deve ser baseada no perfil de risco do investidor e nos objetivos financeiros de longo prazo.

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