(Witthaya Prasongsin/Getty Images)
Jornalista
Publicado em 30 de abril de 2021 às 19h39.
Última atualização em 1 de julho de 2024 às 14h34.
Basta olhar para a quantidade de apostas realizadas na Mega-Sena semanalmente para saber: viver de renda é o sonho de milhões de brasileiros. Mas a verdade é que contar com a sorte para atingir esse objetivo torna a probabilidade de alcançá-lo bastante baixa.
A boa notícia é que existe uma forma mais assertiva de acumular patrimônio para alcançar a independência financeira e, eventualmente, conseguir viver de renda. Estamos falando dos Fundos de Investimento Imobiliários (FIIs).
Aprenda a investir em FIIs e garanta uma rentabilidade extra na sua conta todos os meses
Normalmente mais seguros e acessíveis que o investimento em imóveis físicos, os FIIs têm chamado cada vez mais a atenção dos brasileiros e encerraram o ano passado com mais de 1 milhão de cotistas. Segundo dados da própria B3, o número de investidores não chegava a 650.000 em dezembro de 2019.
Os FIIs funcionam como ações: também são negociados na bolsa. A diferença é que, no lugar de empresas, o aporte acontece em fundos que investem no mercado imobiliário. Portanto, reúnem recursos de investidores e aplicam em imóveis físicos ou atrelados a títulos desse mercado.
Os investidores compram cotas desses fundos — e passam a ter participação nesses empreendimentos. Por isso, são conhecidos como cotistas. Mas toda a responsabilidade por administrar o portfólio fica por conta de um gestor especializado.
Todos os meses, o lucro total da grande maioria dos fundos é dividido igualmente por cada cota e distribuído aos investidores, de maneira semelhante a um aluguel. É por essa distribuição recorrente de dividendos que os FIIs são encarados como uma boa opção de investimento para quem busca renda extra.
Segundo Arthur Vieira de Moraes, especialista em fundos imobiliários e professor da EXAME Academy, viver com os rendimentos dos FIIs é tão possível quanto viver do aluguel de imóveis físicos. A diferença é que, por meio dos fundos imobiliários, a estratégia fica mais viável e segura.
De 17 a 24 de maio, Moraes estará na Semana da Renda Vitalícia. O evento 100% online e gratuito é promovido pela EXAME Academy com o objetivo de falar sobre as melhores estratégias de investimento para quem deseja lucrar com imóveis sem precisar comprar gastar milhares de reais na aquisição de um.
Veja, a seguir, dicas do que o professor considera essenciais para ter sucesso durante o processo.
O primeiro passo é ter iniciativa para investir e disciplina ao fazer aportes constantes. Como o investidor pode comprar quantas cotas do fundo desejar, é possível começar com pouco e ir comprando cada vez mais cotas para que, um dia, o valor de rendimento recebido seja o suficiente para reinvestir. “Assim, os juros compostos começam a atuar a favor do investidor”, afirma Moraes.
O professor também explica que, para a estratégia ser mais eficiente, o investidor deve olhar para os fundos que tenham um bom patrimônio, ainda que eles não sejam os mais rentáveis do momento.
Moraes explica que um dos erros mais comuns entre quem está começando é justamente tentar escolher o fundo pela rentabilidade. “Perceba que quem faz isso nem sabe direito em que investiu. As chances de dar errado são enormes! Se o que eu quero é ter cada vez mais renda no futuro, preciso acumular bons ativos. É um bom patrimônio que vai gerar renda consistente ao longo dos anos”, diz.
A crise gerada pela pandemia reforçou a importância da diversificação para o sucesso dos investimentos — e no mercado imobiliário não foi diferente. Enquanto alguns setores permaneceram bastante aquecidos (caso do mercado de logística, positivamente afetado pelo crescimento do comércio eletrônico), outros sofreram bastante com as medidas de distanciamento social e restrições de funcionamento. Foi o caso de hotéis e shoppings, por exemplo.
Por isso, diversificar entre os vários setores que compõem o mercado imobiliário é essencial para montar uma estratégia de sucesso.
“Note que um investidor de FII pode facilmente ter em seu portfólio um pouco de cada um desses segmentos, de forma que o impacto nos rendimentos seja atenuado”, explica. “Quem tem uma carteira bem diversificada de FIIs viu seus rendimentos diminuírem, mas não cessaram em nenhum momento”.
Viver de renda é uma equação entre quanto alguém recebe e quanto gasta para viver. Ou seja, para alcançar sucesso nessa estratégia, é preciso acumular um grande patrimônio e controlar os gastos. “Com FII, acumular esse patrimônio gerador de renda é possível para qualquer pessoa”, afirma Moraes.
O investimento necessário, porém, varia de acordo com o padrão de vida de cada investidor. Uma pessoa que precisa de 20.000 reais por mês para viver confortavelmente precisará acumular um patrimônio bem maior do que quem está acostumado a viver com menos de 10.000, por exemplo.
Além disso, é importante ter em mente que a rentabilidade dos fundos vai mudando ao longo do tempo, de acordo com o cenário macroeconômico do país. Mas, segundo Moraes, é possível estimar uma rentabilidade de cerca de 0,5% ao mês.
“A partir daí, veja quanto de patrimônio será preciso acumular para viver dessa renda. Se eu preciso de 10.000 reais por mês, terei que acumular 2 milhões de reais em cotas de FIIs”, exemplifica.
Ainda que desencorajada por economistas, a compra de imóveis físicos como investimento ainda atrai parte significativa dos brasileiros.
Em uma pesquisa divulgada em março pela Brain Inteligência Estratégica, mais da metade dos entrevistados (57%) afirmou ter interesse em comprar um imóvel como investimento nos próximos anos. A maior parte deles motivada pelo desejo de gerar renda a partir da locação.
Mas, segundo especialistas, essa pode ser uma estratégia arriscada — dado o alto valor do investimento inicial, risco de vacância e custos com a administração e manutenção. É aí que surgem os FIIs, uma alternativa normalmente mais acessível e tão ou mais segura que o investimento em imóveis físicos.
“Enquanto comprar e vender imóveis tem altos custos com cartório, tributos e corretagem, comprar ou vender cotas de FII custa, basicamente, 0,035% do valor negociado. Dá para começar com qualquer valor, mesmo que seja 100 reais”, explica Moraes.
Segundo Danilo Barbosa, head de fundos imobiliários da EXAME Invest Pro, a melhor aposta para quem deseja investir em FIIs atualmente é o segmento corporativo.
O especialista afirma que, enquanto a renda dos shoppings caiu puxando os FIIs do setor para baixo, há uma discrepância na precificação de ativos do setor corporativo.
“Enquanto a cota de alguns FIIs corporativos caiu muito, a vacância e a renda não caíram quase nada. Portanto, minha principal aposta para esse momento de recuperação é o setor corporativo, em fundos que possuem lajes de acabamento Triple A, nas melhores localizações dos principais centros urbanos”, finaliza.
Participe da Semana da Renda Vitalícia e aprenda a buscar sua renda com FIIs