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BofA corta preço de Pão de Açúcar (PCAR3) em mais de 75% após spin-off do Êxito

Banco argumentou, em relatório, que companhia apresenta custos elevados, perda de escala e pressão da concorrência

GPA: BofA corta de R$ 15 para R$ 3,50 preço do ativo (Nacho Doce/Reuters)
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 19 de setembro de 2023 às 15h08.

O Bank of America (BofA) cortou o preço-alvo do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) em 76,6% após o spin-off do Grupo Êxito. DeR$ 15 o ativo caiu para R$ 3,50, mantendo a classificação “underperform”(desempenho abaixo da média), segundo apontou o relatório publicado nesta terça-feira, 19.

De acordo com o documento, o banco digere a cisão que ocorreu com o Grupo Êxito (EXCO32) negociando, desde o dia 23 de agosto, seus BDRs separadamente. No primeiro pregão de ambos, o GPA despencou 19,3%, enquanto os papéis do Êxito estrearam em alta de 24,67%.

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O novo preço, de acordo com o banco, é baseado “em uma análise de fluxo de caixa descontado para o patrimônio líquido das operações de varejo alimentar brasileiro e valor de mercado para os 13% restantes da PCAR3 no Grupo Éxito”.

Os analistas que assinam o relatório, Robert Aguilar, Melissa Byun, Vinicius Pretto e Wellington Santana, explicam que as premissas de fluxo de caixa para 2023 incluem a venda R$ 300 milhões da venda da participação dos 34% detidos pelo GPA, na CNova, e-commerce com sede na Holanda.

Principais pontos

Para o BofA, a estrutura de custos elevados, a perda de escala e a pressão da concorrência após a cisão embasam a tese para o corte do preço.

“Percebemos que o GPA Brasil está fazendo avanços operacionais e de estrutura de custos. Infelizmente, a alta estrutura de custos do GPA, a perda de escala e a excepcional expansão de caixa e carrego continuam pressionando os resultados, e prevemos perdas líquidas até 2027”, enfatiza o documento.

Outro ponto destacado pelo relatório são os diversos movimentos do GPA para se desfazer de ativos, como parte de um esforço do Casino, controlador do grupo, para evitar a falência e desalavancar.

“Nossa previsão considera R$ 240 milhões com a venda de uma loja na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, um pagamento remanescente de R$ 190 milhões de uma operação de sale and leaseback no  segundo trimestre, R$ 250 milhões para a venda da sede da PCAR em São Paulo e R$ 300 milhões para a venda da participação na Cnova”, pontuam os analistas.

Contudo, o relatório aponta que apesar das inúmeras entradas, acordos de contingência trabalhistas parecem que vão compensar o caixa. O BofA aponta que o GPA tem cerca de R$ 16 bilhões em contingências fiscais possíveis, não provisionadas.

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