Dúvida do internauta: Vendi meu imóvel e não pretendo comprar outro nos próximos 12 meses. Qual seria a melhor forma de aplicar esse dinheiro durante o período?
Resposta de Samy Dana e Alex del Giglio*
É importante que você busque manter o poder de compra do dinheiro obtido com a venda do imóvel, pois o setor imobiliário está retraído e os preços das casas e apartamentos estão caindo ou subindo menos do que a inflação,
Sugerimos alguns investimentos de renda fixa atrelados à taxa CDI. Essa taxa acompanha de perto a Selic, que está no patamar de 13,75% ao ano e com expectativa de alta.
Recomendamos a aplicação de 50% dos recursos em Certificados de Depósito Bancário (CDBs). A outra metade do valor pode ser investida em títulos públicos negociados pelo Tesouro Direto. Os dois investimentos são de baixo risco e têm remuneração bem superior à poupança.
Os CDBs funcionam como um empréstimo que você faz a um banco público ou privado em troca de uma remuneração. Procure aplicar o dinheiro em CDBs de bancos pequenos ou médios, que chegam a pagar uma remuneração bruta de, aproximadamente, 110% do CDI em um prazo de 12 meses.
Não existe cobrança de taxas de administração e negociação nos CDBs. Mas o Imposto de Renda sobre os ganhos é recolhido no resgate do valor. O investimento tem a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Portanto, não coloque mais de 250 mil reais em uma mesma instituição financeira, para não ultrapassar o limite dessa cobertura.
Em relação aos títulos públicos federais negociados na plataforma Tesouro Direto, recomendamos o Tesouro Selic, título com rentabilidade diária vinculada à taxa básica de juros. Ele é indicado nos casos em que a expectativa é de que a taxa suba ou permaneça em um patamar elevado, como o atual. Além disso, é o papel mais conservador da plataforma, apropriado para aqueles que possuem perfil conservador ou são iniciantes na aplicação.
A única precaução que deve ser tomada é com relação às taxas de administração cobradas pelas corretoras e bancos autorizados a negociar esses títulos. Enquanto algumas instituições isentam o investidor da taxa, outras chegam a cobrar até 2% ao ano. Pesquise quais bancos e corretoras não cobram taxa de administração. É possível consultar a lista de taxas cobradas por instituição no site do Tesouro Direto.
Dessa forma, você precisará pagar apenas a taxa de custódia obrigatória de 0,30% ao ano e o Imposto de Renda sobre os rendimentos (veja 7 dúvidas mais comuns sobre o Tesouro Direto).
Bons Investimentos!
(*) Samy Dana é Ph.D. em Business, professor da FGV e coordenador do Núcleo de Cultura e Criatividade GV Cult. É consultor de empresas nacionais e internacionais dos setores real e financeiro e de órgãos governamentais, além de autor de livros de finanças pessoais. Esta resposta foi escrita em parceria com Alex Del Giglio, economista pela Univerisidade de São Paulo (USP), com extensão em finanças pela ESC Bordeaux e mestrado em Administração pela FGV. Responsável pela área educacional da Prime Finance Investimentos AAI Ltda., com sede em Manaus.
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1. Leitura obrigatória
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1/10 (Stock.xchng / nkzs)
São Paulo – Existem diversas opções de investimentos para fazer o dinheiro trabalhar a seu favor. Mas, para conseguir tirar o melhor proveito do que o mercado oferece e dos recursos que você possui, é preciso investir com sabedoria. M
ais do que isso, entender qual é a real complexidade das aplicações financeiras é essencial para evitar prejuízos que podem ser irremediáveis. Se mesmo para quem trabalha com investimentos o mercado financeiro se mostra bastante complexo, é certo que quem investe sem noção alguma do que está fazendo tem pouquíssimas chances de se sair bem. A pedido de EXAME.com, Paulo Bittencourt, diretor técnico da Apogeo Investimentos, e leitor
assíduo de livros de economia e finanças selecionou 10 livros que são pontos de partida cruciais para quem quer começar a investir e deseja entender mais profundamente o universo das finanças. Veja a seleção e deixe seu comentário caso você tenha outras indicações.
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2. "Salve-se quem puder"
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2/10 (Divulgação Companhia das Letras)
Autor: Edward Chancellor “Uma sugestão para quem quer conhecer as principais crises econômicas, desde a Mania das Tulipas, de 1637. O livro é muito divertido e de narrativa agradável. Revela como podemos ser influenciados por bolhas e como somos manipulados facilmente. Foi publicado no final da década de 1990, mas ainda assim é bem atual. Como os capítulos são independentes, o leitor pode pular algum trecho sem comprometer o entendimento de outro” - comentário de Paulo Bittencourt
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3. "O Investidor Inteligente"
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3/10 (Reprodução)
Autor: Benjamin Graham “É um livro direcionado a investidores que desejam conhecer os pensamentos de Benjamim Graham - considerado o criador da profissão de analista de investimentos e guru de Warren Buffett, um dos mais bem-sucedidos investidores de toda a história -, sem entrar muito no mérito da sua paixão por análise técnica e modelos quantitativos. É uma obra básica para os investidores fundamentalistas, que desejam ganhar prêmios com análises profundas de empresas e setores. Não traz uma fórmula mágica de modelo para investir, mas revela como procurar investimentos com valor no tempo” - comentário de Paulo Bittencourt
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4. "Manias, Pânico e Crashes"
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4/10 (Reprodução)
Autor: Charles P. Kindleberger "O livro apresenta um quadro histórico das crises e bolhas financeiras muito interessante. O leitor vai perceber que a frequência e dimensão dessas crises vai aumentando à medida que o sistema econômico baseado no Capital vai se ampliando pelo mundo. Não foi por coincidência que umas das primeiras crises descritas é a que ocorreu Holanda no início do Século XVII, onde havia um sofisticado mercado financeiro e mercantil. O autor demonstra como podem haver aspectos em comum em eventos tão distintos, mas com fundamentos muito semelhantes entre si" - comentário de Paulo Bittencourt
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5. "O Mercado das Crenças"
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5/10 (Raul Junior/EXAME)
Autor: Eduardo Giannetti “‘O Mercado das Crenças’ é indicado para aqueles que desejam conhecer os desafios das estimativas econômicas e seu impacto nos investimentos. Faz uma crítica a certos aspectos das análises a que somos submetidos no dia a dia. Sob certo aspecto, faz uma avaliação fria sobre o mercado e sobre a eterna tentativa de se prever as tendências” - comentário de Paulo Bittencourt
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6. "Os Exuberantes Anos 90"
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6/10 (Germano Luders / EXAME)
Autor: Joseph Stiglitz “O livro escrito por Joseph Stiglitz pode ser indicado aos investidores que desejam saber como a crise atual foi construída a partir da desregulamentação do mercado americano e como a bolha imobiliária já vinha se formando há tempos. É voltado a um investidor com certo conhecimento do mercado e dos fatos que ocorreram nestas duas últimas décadas” - comentário de Paulo Bittencourt
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7. "O Valor do Amanhã"
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7/10 (Divulgação/Divulgação)
Autor: Eduardo Giannetti “Em ‘O Valor do Amanhã’ é feita uma análise muito profunda sobre a percepção das pessoas com relação às taxas de juros. É quase uma análise filosófica do tema. O livro mostra como a influência dos juros não se resume apenas ao mundo das finanças, mas, nas palavras de Gianetti, é presente ‘[...] nas mais diversas e surpreendentes esferas da vida prática, social e espiritual, a começar pelo processo de envelhecimento a que nossos corpos estão inescapavelmente sujeitos'. Segundo ele, a noção de juros "está inscrita no metabolismo dos seres vivos e permeia boa parte do seu repertório comportamental". O que o leva a refletir sobre as preocupações do cidadão brasileiro e o imediatismo presente em nossas relações, invocando questões como: ‘gastar dinheiro agora e pagar depois ou pagar agora e gastar depois?'” - comentário de Paulo Bittencourt
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8. "Iludido pelo Acaso"
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8/10 (Wikimedia Commons / YechezkelZilber)
Autor: Nassim Nicholas Taleb "Neste livro, anterior ao já bem conhecido “Cisne Negro”, Nassim Taleb faz uma longa análise do mercado de ações e da fixação que os investidores possuem em encontrar padrões de comportamento que permitam 'prever' o preço futuro. O livro é repleto de bons exemplos de como facilmente nos convencemos de que certos fatos vão se repetir da maneira que desejamos" - comentário de Paulo Bittencourt
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9. "Finanças Comportamentais"
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9/10 (Divulgação)
Autor: Aquiles Mosca "As nossas decisões de investimento nem sempre seguem critérios técnicos e lógicos. Pelo contrário, muitas vezes seguimos modelos mentais que se baseiam em premissas com viés pessoal e carregados de conceitos pré-formados. Aquiles Mosca procura desmitificar muitas dessas 'manias' dos investidores revelando como a intuição e as decisões de investimento com base em padrões passados podem levar ao fracasso dos nossos investimentos" - comentário de Paulo Bittencourt
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10. Agora veja os livros lançados em 2012
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10/10 (Dreamstime)