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Júlia Lewgoy
Publicado em 2 de janeiro de 2017 às 09h20.
Última atualização em 2 de janeiro de 2017 às 09h20.
São Paulo - Depois da folga, da lentilha e da calcinha amarela do Ano Novo, é hora de ser realista e dar um jeito no orçamento para ter um 2017 sem perrengues financeiros. Com o futuro econômico do país ainda incerto, faça o que está ao seu alcance: controlar seus ganhos e gastos para concretizar todos os planos feitos no Réveillon.
“Dinheiro é um ator coadjuvante na vida, mas se você não destinar tempo e atenção, ele roubará sua energia e assumirá o centro do palco”, observa a educadora financeira Cássia D´Aquino. Está na hora de encarar seu dinheiro sem preconceitos.
A seguir, EXAME.com lista cinco passos para começar 2017 livre de bagunça na vida financeira:
Faça um levantamento honesto de todas as suas dívidas, incluindo as com amigos e familiares, que têm um custo emocional alto, apesar de não cobrarem juros. Dê prioridade para arcar com o que você é capaz de pagar no momento, como orienta Cássia.
Se não puder pagar agora, estabeleça um prazo realista. “Conforto emocional é mais importante do que surtar para pagar todas as dívidas de uma vez”, esclarece a educadora financeira. Anote o cronograma em recados na geladeira, no celular ou onde quiser, e cumpra-o rigorosamente.
É importante informar ao credor sobre seu plano de quitar a dívida, como recomenda o educador financeiro Reinaldo Domingos, fundador da Associação Brasileira de Educadores Financeiros e da DSOP Educação Financeira. Tente renegociar a dívida no banco e fazer um acordo realista. “O pior acordo que você pode fazer é aquele que não pode pagar”, orienta.
Para conseguir poupar, é essencial diagnosticar para onde o seu dinheiro está indo. Existem excessos em todas as famílias e sempre é possível cortar um pouquinho, segundo Domingos. Mas cortar gastos aleatoriamente, sem um diagnóstico apurado, não funciona bem.
Para isso, existem uma infinidade de planilhas, em aplicativos para smartphones ou no Excel, que são extremamente fáceis de usar e eficientes. EXAME.com listou algumas das melhores.
O ideal é que você mantenha esse diagnóstico constantemente, e não faça ele apenas uma vez e depois abandone a tarefa. Essa é a melhor forma de ter sua vida financeira sob controle.
Planejar um orçamento financeiro é fazer esse diagnóstico dos gastos e ganhos e planejar suas metas e sonhos. “É um plano de voo, algo que dirija você a algum lugar”, explica Cássia.
As planilhas de orçamento normalmente têm um espaço para você acrescentar metas e anotações. Pode ser algo simples, como viajar no feriado, ou um plano de longo prazo, como se aposentar com determinada idade.
Também é importante determinar regras para você mesmo de como lidar com o dinheiro. Fuja de tudo que tenha juros, como compras parceladas no cartão de crédito e empréstimos pessoais, como recomenda o professor de finanças da Fipecafi George Sales.
Organize como você pagará suas contas em dia e como realizará seus pagamentos do dia a dia, em dinheiro ou no cartão. Uma dica é agrupar todos pagamentos das contas na mesma data.
Se você já cortou todos os gastos possíveis e mesmo assim o orçamento continua apartado, a solução é procurar fontes alternativas de renda. Às vezes, não é preciso trocar de emprego ou redirecionar a carreira. Dá para encontrar soluções mais simples, como vender coisas usadas ou ganhar uma renda extra fixa em cada mês.
Em 2017, especialistas recomendam evitar se descapitalizar e manter o maior valor possível investido. É preciso cautela para encarar a incerteza econômica que está por vir.
“Não é momento para contrair dívidas, e sim para se capitalizar mais”, recomenda Domingos. Pode ser uma estratégia aproveitar os juros altos dos investimentos de renda fixa, os mais seguros do mercado.
Se você ainda não investe em nenhuma aplicação financeira, o primeiro passo é guardar um dinheiro para emergências. A recomendação é ter o equivalente a entre três e seis salários investidos, para caso você perca o emprego ou algum outro imprevisto aconteça.
Para isso, há investimentos tão seguros quanto a poupança, que proporcionam rentabilidade maior. Mas não exija milagres. “Desconfie de qualquer rendimento bom demais para ser verdade”, recomenda Cássia.
Depois de construir a reserva de emergência, invista para realizar sonhos de médio prazo, como uma viagem ou a compra de um carro, e de longo prazo, como a aposentadoria.