Investimentos: Corretoras isentam taxas para atrair mais clientes (Photobuay/Thinkstock)
Júlia Lewgoy
Publicado em 4 de julho de 2017 às 16h30.
Última atualização em 4 de julho de 2017 às 16h36.
São Paulo - A corretora Rico deixou de cobrar taxa de custódia para investir em ações e taxa de administração para aplicar no Tesouro Direto. É mais uma corretora que isenta taxas para captar investidores que buscam rendimentos melhores fora dos bancos.
Antes, a Rico cobrava 12,50 reais de taxa de custódia para investimentos em ações e 0,10 centavos de taxa de administração para o Tesouro Direto. A corretora também isenta investimentos de renda fixa —como CDBs, LCIs, LCAs e debêntures—, COEs e transferências para bancos (TED).
Com a ação, a meta da Rico é captar 100 mil novos clientes até o final do ano. “Nossa intenção é atrair todo tipo de investidor, desde quem sai do banco pela primeira vez até investidores profissionais, que buscam retornos mais atrativos”, explica o analista-chefe da Rico, Roberto Indech.
Para investimentos em ações, a Rico isentou a taxa de custódia, que cobre os serviços da Bolsa de valores, mas cobra taxas por operação de compra e venda, que variam entre 8,90 reais e 16,20 reais. Também cobra um percentual sobre o valor da operação, a chamada “taxa de corretagem”, de até 2%.
Para investimentos no Tesouro Direto, a Rico isentou a taxa de administração, mas cobra a taxa de custódia da Bolsa, 0,3% ao ano.
A Rico não é a primeira corretora a isentar taxas em investimentos para pessoa física. Outras corretoras do mesmo grupo, e XP e a Clear, também não cobram taxas de custódia em ações, Tesouro Direto, outros títulos de renda fixa, COE e TED.
No início do ano, a Easynvest isentou a taxa de corretagem para investir em ações. A corretora também é uma entre várias instituições financeiras que não cobram para investir no Tesouro Direto. É possível conferir a lista de todas as corretoras que não cobram taxa no site do Tesouro Direto.
O movimento de isenção de taxas nas corretoras só traz benefícios para investidores, segundo o consultor financeiro André Massaro. “Como todas as pequenas taxas que pagamos na vida, no longo prazo, elas viram um grande volume”, explica.
Deixar de cobrar taxas é a forma que as corretoras independentes têm de captar clientes dos grandes bancos. “Faz parte do modelo de negócio das corretoras não ganhar nada com alguns clientes. É uma forma de semear para colher depois”, explica Massaro.
O “depois”, nesse caso, pode ser ganhar com aplicações financeiras que não são isentas de taxas, como fundos de investimento, por exemplo, que podem cobrar altas taxas de administração e de performance. Além disso, as corretoras ganham com incentivo das vendas de títulos de bancos e empresas.
Para se resguardar, Massaro recomenda guardar o material publicitário ou outros documentos que provem que a corretora se comprometeu a isentar taxas de forma vitalícia.