Minhas Finanças

Presidente da B3 quer mais pessoas físicas investindo na bolsa

Para isso, Gilson Finkelsztain pretende trabalhar junto às corretoras e distribuidoras para "dar o incentivo correto” a essas pessoas

Gilson Finkelsztain: "O modelo de distribuição de investimentos está mudando" (Cetip/Divulgação)

Gilson Finkelsztain: "O modelo de distribuição de investimentos está mudando" (Cetip/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2017 às 17h30.

O presidente da B3, Gilson Finkelsztain, pretende trabalhar junto às corretoras e distribuidoras para aumentar a participação de pessoas físicas na bolsa.

“O modelo de distribuição de investimentos está mudando, como mostra o crescimento de modelos como a da XP (XP Investimentos, hoje líder de mercado), e vamos trabalhar junto às corretoras para dar o incentivo correto para a pessoa física”.

Segundo ele, esse movimento já vem crescendo nos últimos meses com o aumento das ofertas públicas e a queda dos juros.

Finkelsztain não fala em rever tarifas da B3, como a de custódia, mas diz que pode trabalhar junto com as corretoras para eventualmente dar incentivos para aumentar a participação de pessoas físicas.

“Talvez façamos algo na área de educação financeira ou algum serviço que as corretoras precisem, como integração de informações de ações e renda fixa, e ampliar o mercado secundário de renda fixa privada, que é pouco profundo no Brasil”, diz.

Com a queda dos juros, espera o executivo, a pessoa física tende a migrar de fundos mais conservadores, como renda fixa ou DI ou Tesouro Direto para debêntures, crédito de empresas e ações.

Segundo ele, quando o investidor vir que o rendimento não é mais de 1% ao mês, começará a procurar alternativas.

“Com juros de 7%, 8% ao ano, o investidor vai receber líquidos 6%, 5% até, e aí vai buscar opções”, diz.

“O momento é propício para essa migração, nos últimos 10 anos, não houve um cenário tão bom, com inflação sob controle e juro baixo que pode se manter por mais tempo e não pareça que vá ser revertida”, afirma.

"Devemos viver esse período positivo por um a três anos”, afirma, destacando que há a questão da eleição presidencial.

“Mas o povo brasileiro é conservador e a tendência é que seja escolhido um candidato de centro, nem radical de esquerda, nem de direita, que vai levar as reformas estruturais adiante”, disse.

Sobre o Índice Bovespa atingir 71 mil pontos, Finkelsztain não arrisca dizer que ele está caro. Mas observa que há o risco do mercado internacional.

“Houve uma melhora institucional no Brasil, mas há também uma liquidez internacional elevada que favorece o mercado”, diz. No caso de uma mudança de fluxo para os emergentes, esse cenário pode mudar.

O mesmo vale para as aberturas de capital ou IPO na sigla em inglês. “Já tivemos sete ofertas públicas de ações este ano, que arrecadaram R$ 24 bilhões,  e teremos mais 10 pelo menos, neste ano ou no próximo”, afirma.

“Há uma janela de oportunidade nos próximos meses beneficiada pela liquidez internacional e muitas empresas vão aproveitar”, explica.

Sobre a reforma da Previdência, Finkelsztain acredita que o mercado conta com a aprovação da idade mínima, pelo menos.

“Se ela não passar, o mercado vai sentir, vai haver frustração, mas a agenda não acabará e deve ganhar força em um novo governo”, explica. Mas esse pode ser um risco para algumas ofertas de ações.

Este conteúdo foi publicado originalmente no site da Arena do Pavini.

Acompanhe tudo sobre:AçõesB3Investimentos-pessoais

Mais de Minhas Finanças

Como calcular o valor do 13º salário; pagamento acontece esta semana

Pé-de-Meia: pagamento a estudantes começa nesta segunda

Aposentados e pensionistas do INSS começam a receber hoje; veja calendário

13º salário: 1ª parcela será depositada nesta semana; veja o dia e como calcular valor