Calculadora e lápis: Com rendimento sempre igual com a Selic acima dos 8,5%, poupança perde sua vantagem (MorgueFile/cohdra)
Da Redação
Publicado em 16 de janeiro de 2014 às 13h17.
São Paulo - Com a nova alta da Selic, que passou aos 10,50% ao ano, aplicações atreladas à taxa básica de juros - como CDBs pós-fixados, fundos DI e as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), títulos do Tesouro Nacional - ampliaram ainda mais sua vantagem sobre a poupança.
Enquanto o rendimento da poupança não muda depois que a Selic atinge os 8,50% ao ano, as remunerações dessas outras aplicações vão aumentando conforme os juros básicos são elevados.
Contudo, essas aplicações de renda fixa devem ser escolhidas em condições adequadas, isto é, com taxas de administração baixas e boas remunerações.
A maioria dos fundos DI oferecidos pelos grandes bancos para a pessoa física, por exemplo, têm taxas altas de administração. É preciso garimpar.
Veja na tabela a seguir a comparação do rendimento da poupança e de alguns dos investimentos atrelados à Selic que são mais acessíveis ao investidor pessoa física, oferecidos em condições recomendadas por especialistas:
Aplicação | Rendimento líquido anual | Quanto rende a mais que a poupança |
---|---|---|
Poupança (nova e velha)* | 6,55% | -- |
CDB 90% do CDI | 7,53% | 14,96% |
Fundo DI com taxa de 1,0% a.a. | 7,60% | 16,03% |
Tesouro Direto (LFT)** | 8,14% | 24,27% |
(*) Com a Selic acima de 8,50% ao ano, a poupança volta a render 0,50% ao mês mais Taxa Referencial (TR), conforme a regra antiga. Na tabela, foi considerada uma TR de 0,03% ao mês, que é a TR média dos últimos 30 dias, segundo consulta feita na Calculadora do Cidadão do Banco Central.
**Rendimento da LFT sem a cobrança de taxa de administração, como ocorre em algumas corretoras. Nesse caso, é cobrada apenas a taxa de custódia de 0,30% ao ano.
Mesmo que a poupança não sofra desconto de imposto de renda e os outros investimentos sofram, com a Selic aos 10,50% a remuneração dessas outras aplicações atreladas à taxa fica tão superior à da caderneta que compensa a tributação até mesmo em prazos menores, quando as alíquotas de IR são mais altas.
Veja quanto rendem os investimentos atrelados à Selic em prazos diferentes.
Tesouro Direto é a melhor opção para investidores conservadores
As Letras Financeiras do Tesouro (LFT), títulos do Tesouro Nacional que acompanham a variação da Selic, atualmente aparecem como a melhor opção de investimento para quem é mais conservador.
Como a compra do título pode ser feita por meio de corretoras que não cobram taxa de administração (veja quais são elas), seu rendimento supera o de outros investimentos que flutuam ao sabor da Selic e do CDI, taxa próxima à Selic.
E mesmo que o investimento seja feito por meio de uma corretora que cobra taxa de administração, se a taxa for de até 1,50% ao ano, ainda assim a LFT renderá mais que a poupança em qualquer prazo.
Fundos DI
Os fundos DI também ficaram mais rentáveis com a Selic maior. Se for considerado um fundo que rende 100% do CDI, tal como o simulado na tabela, ele só não renderá mais que a poupança se for cobrada uma taxa de administração igual ou maior que 1,90% ao ano.
Mas, para que o fundo DI seja uma opção melhor do que o investimento em uma LFT (por meio de uma corretora que não cobra taxa), a taxa de administração do fundo teria que ser menor do que 0,30% ao ano, condição dificilmente encontrada para quem investe pequenas quantias.
CDBs
Os Certificados de Depósito Bancário (CDB), títulos de dívidas que os bancos emitem para captar recursos, também podem ser uma boa opção de investimento para quem é conservador.
Com a Selic aos 10,25%, qualquer CDB que pague pelo menos 82% do CDI, uma remuneração facilmente encontrada no mercado, já supera a poupança.
E se o CDB pagar mais que 97% do CDI ele se torna a melhor opção dentre as aplicações da tabela, superando inclusive as LFTs. Ocorre que, essa remuneração não costuma ser oferecida por bancos grandes para investimentos inferiores 500 mil reais, apenas por bancos médios.
Sendo assim, o investidor deve avaliar se aceita correr o risco de investir nessas instituições que podem ser menos sólidas para ter um retorno maior. E em caso afirmativo, recomenda-se investir menos do que 250 mil reais, porque até esse limite, caso o banco quebre, o prejuízo é reembolsado pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Matéria atualizada às 14 horas.
Veja no vídeo a seguir por que as LFTs são os títulos do Tesouro Nacional mais indicados para quem é conservador.
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