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Patrimônio da Previ aumenta em R$10 bilhões em 2010

O fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, que é o maior acionista da mineradora Vale, fechou o ano com rentabilidade de 12,37 por cento para o seu principal plano

Ricardo Flores, presidente do Previ: iniciado em 1998, o fundo tem patrimônio de 2 bilhões de reais (Divulgação/Previ)

Ricardo Flores, presidente do Previ: iniciado em 1998, o fundo tem patrimônio de 2 bilhões de reais (Divulgação/Previ)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2011 às 16h37.

Rio de Janeiro - A Previ, maior fundo de pensão da América Latina, ampliou em 10 bilhões de reais seu patrimônio no ano passado, para 152 bilhões de reais, mesmo com o mercado acionário fraco, afirmou nesta segunda-feira o seu presidente, Ricardo Flores.

O fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, que é o maior acionista da mineradora Vale, fechou o ano com rentabilidade de 12,37 por cento para o seu principal plano (Plano 1), e de 9,3 por cento para seu novo plano, o Previ Futuro, que ficou abaixo da meta atuarial de 12,32 por cento. No ano passado, o Ibovespa subiu 1 por cento.

"É compreensível que um tenha rendido mais do que o outro, porque o primeiro tem participações relevantes, imóveis, que dão maior valorização do ativo", explicou Flores.

Iniciado em 1998, o Previ Futuro é formado praticamente por novos funcionários do BB e tem patrimônio de 2 bilhões de reais, contra 150 bilhões de reais do plano anterior que reúne importantes participações em empresas como Vale, Petrobras e CPFL Energia.

O superávit acumulado em 31 de dezembro de 2010 era de 26,8 bilhões de reais. Por conta disso, a Previ decidiu no ano passado suspender as contribuições de funcionários e do BB pelo período de três anos.

Somente no final do ano passado o Previ Futuro comprou sua primeira participação imobiliária, no shopping ABC, em Santo André (SP), vendida pelo Plano 1. Para 2011, os planos são de mais aquisições de imóveis. O segmento imobiliário garantiu rentabilidade de 17,95 por cento no Plano 1, com carteira de 4,8 bilhões de reais.

"Vamos continuar diversificando, porque esse é o caminho", disse Flores, que não vê risco de uma bolha no setor no país.

A renda variável representava 64,5 por cento da carteira da Previ no fim de 2010 e teve rentabilidade de 10,78 por cento no ano. A renda fixa era 29,3 por cento dos investimentos e garantiu rentabilidade de 13,74 por cento ao Plano 1. A carteira conta ainda com empréstimos, financiamentos e investimentos estruturados, além de imóveis.

Gastos Extras

Em 2010, a Previ teve gastos extras para manter a posição acionária no BB, por conta da capitalização do banco, mas perdeu espaço no aumento de capital da Petrobras.

"Na Petrobras fomos ao máximo que podíamos", disse o diretor de Investimentos da Previ, Renê Sanda, calculando que precisaria de mais 1 bilhão de reais para continuar com 3,1 por cento no capital da estatal ante os 2,9 por cento atuais.

Mas o principal investimento em renda variável da companhia continua sendo a Vale, da qual detém 35,6 bilhões de reais através do investimento na Valepar, controladora da mineradora. A empresa pagou 360,5 milhões de reais em dividendos.

"Nosso retorno com renda variável ficou acima do Ibovespa, a Vale contribuiu para essa rentabilidade", disse Flores, prevendo em 2011 também um ano positivo.

"A perspectiva para o preço (do minério de ferro) continua extremamente positiva, a China continuará a ser relevante."

VALE

O presidente da Previ evitou fazer comentários sobre a possível saída do atual presidente da Vale, Roger Agnelli.

Os rumores sobre a saída de Agnelli da mineradora circulam desde as demissões feitas pela companhia durante a crise de 2008, de cerca de 2 mil pessoas, o que gerou críticas do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Fontes próximas avaliam que, apesar do assunto não ser prioridade, em algum momento poderá voltar à pauta do governo em maio, quando acaba o atual mandato do executivo. O contrato dele, no entanto, vai até 2012.

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