Os melhores e os piores investimentos de outubro
Entre os destaques dos melhores investimentos estão fundos multimercados que investem no exterior
Marília Almeida
Publicado em 30 de outubro de 2020 às 19h27.
Última atualização em 30 de outubro de 2020 às 19h28.
Os fundos de renda fixa do tipo duração alta grau de investimento lideraram novamente o ranking dos melhores investimentos de renda fixa do mês de outubro, com rentabilidade de 1,14% no período, um acima da taxa de referência da categoria, o CDI, de 0,15% no período.
Esses fundos aplicam pelo menos 80% da carteira em títulos públicos e outros ativos de baixo risco no mercado, emitidos por bons pagadores. "Essas aplicações sofreram muito na crise, porque são líquidos e tiveram muitos resgates. A queda foi tão acentuada que chegou a descolar do valor real dos títulos. Podemos esperar a continuidade da normalização dos preços dos títulos nos próximos meses", diz Juliana Machado, especialista em fundos da EXAME Research.
Já entre os ativos de renda variável, os fundos multimercado do tipo investimento no exterior voltaram a se destacar no mês, agora com forte alta de 5,22%, acompanhando a valorização do dólar, que encerrou o mês com alta de 2,13% ante o real. Fundos do tipo Multimercado Livre também tiveram bom desempenho.
Os fundos multimercados podem estar alocados em várias classes de ativos. Alguns desses ativos sofreram na crise, mas outros tiveram intensa valorização, como ações do setor de tecnologia norte-americano. Além disso, essas aplicações vão melhor porque investir lá fora permite exposição a ativos mais fortes, como ações americanas e moedas.
Veja o ranking na tabela abaixo:
Renda fixa
Investimento | Desempenho em outubro (em %) | Desempenho no ano (em %) | Desempenho em 12 meses |
Fundos de renda fixa duração alta grau de investimento | 1,14 | 5,69 | 9,14 |
Fundos de renda fixa duração baixa grau de investimento | 0,13 | 1,82 | 2,57 |
Poupança** | 0,11 | 1,87 | 2,49 |
Tesouro Selic 2025 | 0,03 | 1,66 | 2,45 |
Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2030 | -0,03) | X | X |
Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2040 | -0,12 | X | X |
Tesouro Prefixado 2026 | -0,27 | X | X |
Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2055 | -0,54 | X | X |
Tesouro Prefixado 2023 | -0,68 | 5,9 | 5,51 |
Tesouro IPCA+ 2035 | -1,01 | -7,42 | -10,22 |
Tesouro IPCA+2026 | -2,46 | X | X |
Tesouro IPCA+ 2045 | -2,51 | -15,25 | -20,31 |
Referência
Índice | Desempenho em outubro (em %) | Desempenho no ano (em %) | Desempenho em 12 meses |
CDI | 0,15 | 2,44 | 3,27 |
*A rentabilidade dos fundos vai até o dia 27 de outubro, dado mais atual disponível na Anbima.
*O desempenho mensal dos títulos e da poupança se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.
Na ponta dos piores investimentos do mês na renda fixa está novamente o Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2045, que registrou queda de 2,51% no período.Títulos públicos longos sofrem mais com a marcação a mercado em momentos de alta do risco na economia, mas ela atinge até mesmo o Tesouro Selic. "O Tesouro IPCA é indexado ao IPCA, mas tem um prêmio de risco que oscila bastante. É um movimento natural em movimento de maior incerteza", explica Machado.
O alto grau de incerteza é provocado pela proximidade das eleições americanas, a segunda onda de covid-19 na Europa e no Brasil por conta de problemas fiscais.
Renda variável
Investimento | Desempenho em outubro (em %) | Desempenho no ano (em %) | Desempenho em 12 meses |
Multimercado Investimento no Exterior | 5,22 | -14,13 | -6,37 |
Multimercado Livre | 4,49 | -11,40 | -0,06 |
Fundo de Ações Índice Ativo | 4,21 | -5,07 | 6,30 |
Fundos de Ações Livre | 3,06 | -7,13 | 3,9 |
Fundo de Ações Investimento no Exterior | 0,79 | 10,71 | 13,78 |
Fundo de Ações Valor/Crescimento | 0,76 | 3,54 | 5,94 |
*A rentabilidade dos fundos vai até o dia 27 de outubro, dado mais atual disponível na Anbima.
Referência
Índice | Desempenho em outubro (em %) | Desempenho no ano (em %) | Desempenho nos últimos 12 meses (em %) |
Ibovespa | -0,69 | -18,76 | -12,37 |
Entre as aplicações de renda variável que renderam menos estão os fundos de ações do tipo valor/crescimento. Essas aplicações desvalorizaram 0,76% no mês, seguindo movimento semelhante ao da bolsa, que caiu 0,69%. "Apesar de o mercado ter muita liquidez, é preciso ajustar o nível risco, que impactou as ações. Os fundos valor têm uma visão de longo prazo e acabam sofrendo mais em meio a ajustes. Mas isso não significa que a tese desses fundos não vale mais."
Machado chama atenção para a recuperação no mês em fundos de ações Índice e Livre. "Houve uma captura de assimetrias no mercado, e resultado foi bastante satisfatório. São os produtos com maior liberdade para investir."
No ano, contudo, o cenário segue negativo para produtos de renda variável, especialmente ações. "Quem pôde capturar alta do setor de tecnologia lá fora, via fundos que investem no exterior, voltado para investidores qualificados, teve um resultado melhor."
Ponderações
Para todos os investimentos, a orientação é sempre lembrar que a rentabilidade passada não significa garantia de rendimento futuro. Também é importante mencionar que o ranking de investimentos considera a rentabilidade bruta das aplicações, sem descontar o imposto de renda (IR).
Nas aplicações em fundos de ações, há IR de 15%. Nos fundos de curto prazo, a alíquota é de 22,50% para resgates em até 180 dias e de 20% para resgates depois de 180 dias. Nas demais categorias de fundos (longo prazo), a tributação segue tabela regressiva, em que a alíquota varia entre 15% e 22,5%, conforme o prazo de vencimento.
Os títulos públicos também são tributados pela tabela regressiva de IR. A poupança não tem cobrança de IR.