Os carros que podem encarecer sem acordo com México
18 modelos hoje vendidos no Brasil são trazidos do México e podem passar a embutir o imposto de importação e o aumento do IPI em seus preços
Da Redação
Publicado em 2 de fevereiro de 2012 às 11h42.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h27.
São Paulo - A decisão do governo de acabar com o acordo automotivo com o México pode ser um duro golpe no bolso dos consumidores. Atualmente as montadoras que estão instaladas no Brasil podem importar de suas unidades mexicanas carros sem a tarifa de importação de 35% e sem serem submetidas ao aumento do IPI de 30 pontos percentuais anunciado pelo governo no ano passado. A informação de que o acordo com o México pode acabar foi revelada ontem pela colunista Sonia Racy, do Estado de São Paulo, e confirmada pela imprensa hoje. Se a medida realmente for tomada, só poderá entrar em vigor após 14 meses. “Até lá, as montadoras poderão buscar algum tipo de plano B que as libere do pagamento desses impostos”, afirma Roberto Barros, analista de mercado da consultoria IHS Automotive. Encontrar uma saída para evitar aumentos de preços, entretanto, pode ser bastante complexo, já que, no novo modelo que está sendo desenhado pelo governo, somente os carros produzidos em países do Mercosul estariam livres dos impostos. Nas próximas páginas, EXAME.com mostra uma lista elaborada pela consultoria IHS Automotive dos modelos que hoje são importados do México e que podem ter os preços aumentados.
A Nissan é a montadora que seria mais prejudicada pela medida. Metade de sua linha de modelos é produzida no México e ficaria sujeita a aumentos de preços a partir do momento em que a medida estiver em vigor. Fazem parte dessa lista o hatch March (com preços a partir de 27.880 reais hoje), o sedã Sentra (52.000 reais), o hatch e sedã Tiida (45.000 reais) e o sedã Versa (35.500 reais).
Outra montadora bastante prejudicada é a Volks. A empresa traz do México o sedã Jetta e a perua Jetta Variant, que custam a partir de 64.000 e 89.000 reais, respectivamente. O New Beetle também era trazido do México, mas saiu de linha. Se for importada para o Brasil, a nova versão do modelo viria do México. Já o Bora vinha de território mexicano, mas parou de ser importado para o Brasil. O futuro da Volks também poderia ser comprometido com a medida. Ao menos até ontem, os planos da empresa também eram de trazer o hatch Golf e sedã Polo do México. Resta saber se o projeto será mantido.
A montadora italiana produz dois modelos no México que são importados para o Brasil: o hatch pequeno 500 e o SUV Freemont. A importação do México permite que o 500 chegue a preços bem competitivos no Brasil (a partir de 40.000 reais). Já o Freemont custa a partir de 82.000 reais e é uma adaptação do Dodge Journey, da parceira Chrysler. O SUV é a aposta da Fiat para se tornar competitiva nesse segmento de veículos utilitários-esportivos, que cresce rapidamente no Brasil. O aumento de preços pode, portanto, ser um duro revés para a montadora no segmento.
A montadora americana também traz dois modelos do México para o Brasil. O primeiro é o New Fiesta nas versões hatch e sedã, que custa a partir de 48.500 reais. O outro é o sedã médio Fusion, que sai por a partir de 104.000 nas concessionárias brasileiras. Ambos correm o risco de ter os preços elevados em 2013.
Assim como outras montadoras americanas, a Chrysler utiliza o México como importante base de produção e exportação, atendendo principalmente os demais países da América Latina. A montadora e suas coligadas possuem três modelos mexicanos vendidos no Brasil: o PT Cruiser, o SUV Dodge Journey e a picape Dodge RAM. O PT Cruiser, entretanto, saiu de linha. São comercializadas apenas as unidades que ainda estão em estoque.
A grande ameaça para a General Motors com um possível rompimento do acordo automotivo seria no segmento de SUV. A montadora importa a Captiva, que custa ao menos 88.500 reais no Brasil. Esse é o único SUV vendido no Brasil pela marca, que ficaria enfraquecida no segmento.
A montadora japonesa é outra que pode ficar com preços menos competitivos no segmento de SUV com o fim do acordo com o México. A CR-V, que custa por aqui ao menos 82.000 reais, poderá ter um reajuste se a medida realmente for implementada.
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