EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
Na economia, existe uma forte relação entre renda e poupança. Quanto maior a renda per capita de um país, maior a parcela dessa renda que é destinada à poupança, ou seja, a investimentos. O Brasil, porém, é um país cuja população tem baixa propensão à poupança, já que a renda per capita é pequena - está em torno de 8 000 dólares por ano, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Por esse motivo, qualquer renda extra acaba sendo utilizada para saldar dívidas, para consumir ou para pagar os impostos que se acumulam no início do ano, como IPVA e IPTU. É o que ocorre com o 13º salário. Prova disso é um novo tipo de empréstimos que está se tornando popular no país - aquele que antecipa o 13º salário dos correntistas, mediante o pagamento de juros, obviamente. Assim, muita gente, quando recebe o 13º, já não dispõe mais dos recursos para usá-los livremente.
No entanto, quem conseguir se organizar e planejar investir o que sobra da parcela da renda destinada ao consumo verá que o mercado oferece uma vasta gama de produtos financeiros, distribuídos entre renda fixa e renda variável. Quando procura uma aplicação em renda fixa - como poupança, Certificados de Depósito Bancários (CDBs) e fundos - tem uma idéia de qual será o seu rendimento. No caso da poupança, o rendimento é determinado por TR + 6% ao ano. Já os rendimentos dos CDBs e dos fundos DI oscilam, em média, em torno do rendimento dos juros de mercado.
Por outro lado, à medida que a disponibilidade de recursos para aplicação aumenta, é natural que o investidor busque elevar seus rendimentos, o que significa maior apetite ao risco. Na teoria, quanto maior o risco de uma aplicação, maior o rendimento esperado. Aplicar em renda variável consiste, basicamente, em comprar ações e produtos derivados das ações, como os títulos negociados nos mercados futuro e de opções, além de títulos atrelados a commodities e câmbio. É possível iniciar-se no mercado de ações com poucos recursos disponíveis. Em média, quem aplica a partir e 1 000 reais já consegue escala para aproveitar as oscilações da bolsa de valores para lucrar.
Os investidores mais avessos ao risco podem iniciar seus investimentos em ações que pagam altos dividendos e juros sobre o capital próprio - parcela paga aos acionistas como rendimento sobre o lucro líquido auferido pela empresa. Assim, além da possibilidade do ganho sobre a variação dos preços das ações, ainda conta-se com o recebimento dos dividendos e juros sobre o capital próprio. É como se o investidor aplicasse num título que rendesse uma parcela quase que certa, com caráter de renda fixa, além da possibilidade de alavancar o ganho com a oscilação do preço das ações. Dentre essas, as indicações principais são as ações da Telesp Fixa, Souza Cruz, Eternit, AES Tietê, Copesul e Tractebel.
Já para o investidor com maior apetite ao risco existem ações de empresas com histórico de crescimento, que não necessariamente pagam bons níveis de dividendos e juros sobre o capital próprio, mas que, devido às boas perspectivas futuras em termos de resultado, apresentam potencial de valorização. Dentre essas indicações, destacam-se as ações da Vale do Rio Doce, Petrobras, Bradesco, CCR, Gol, Submarino, Sadia e Perdigão.
*Kelly Trentin é analista de Investimentos da SLW Corretora de Valores