O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um crédito total de 974 milhões de reais para a Sadia, ligada à família do ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan. Os recursos serão investidos num projeto de ampliação e melhorias que alcança 1,4 bilhão de reais. Desse total, a empresa despenderá 442 milhões com recursos próprios.

Uma das exigências do BNDES foi que a família Furlan deixasse o bloco de controle da empresa, baseado em determinação da Lei Nº 4.594/64. Em maio, a Comissão de Valores Mobiliários recebeu o novo acordo de acionistas da Sadia e a análise do financiamento pôde ser retomada.

Ainda devido à lei de 1964, foi incluída no contrato uma cláusula de vencimento antecipado, pela qual o total da dívida deverá ser imediatamente liquidado se algum acionista que participar do bloco de controle da Sadia se tornar membro do conselho de administração ou da diretoria do próprio BNDES. Esta é, atualmente, a situação do ministro Furlan, que preside o conselho do banco.

Projetos

O financiamento foi estruturado em três operações de crédito distintas, dentro do Programa de Financiamento a Empreendimentos (Finem). Duas delas são destinadas à ampliação e modernização de unidades da Sadia em oito estados, além da reestruturação de sua sede administrativa, em São Paulo. Com isso, a empresa elevará a produção anual de alimentos industrializados, o abate de aves, suínos e bovinos, bem como a produção de rações.

A terceira linha de crédito irá para um projeto do Instituto de Sustentabilidade Sadia. O plano é instalar biodigestores nas propriedades de 3 200 criadores de suínos que fornecem carne para a empresa. Os projetos devem criar 4 124 empregos diretos no grupo, elevando o total de funcionários para perto de 48 400.