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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
Réu no maior caso de discriminação sexual dos Estados Unidos, o Wal-Mart criará um fundo de private equity para apoiar companhias geridas por mulheres ou membros de minorais que forneçam algum produto para a maior rede varejista do mundo. O dinheiro será desembolsado ao longo dos próximos cinco anos. O fundo, chamado de Aldus Equity Partners, será sediado em Dallas, no Texas (se você é assinante, leia ainda reportagem de EXAME sobre o poder do Wal-Mart).
Dos 61 000 fornecedores do Wal-Mart nos Estados Unidos, 5 200 são comandados por mulheres ou membros de minorias, segundo a empresa. De acordo com o jornal americano The Wall Street Journal, a empresa enfrenta uma ação coletiva integrada por 1,6 milhão de mulheres que trabalham ou trabalharam na rede. Apresentada em 2001, a ação acusa o Wal-Mart de, sistematicamente, pagar salários menores às mulheres e de lhes oferecer poucas condições de promoção.
Em julho deste ano, a empresa sofreu um novo golpe. Dois caminhoneiros negros abriram um processo contra a rede, acusando-a de discriminação racial por não tê-los contratado. Os advogados que os representam estão procurando outros casos para transformar o processo numa nova ação coletiva.
Apesar de ser bombardeada por acusações de racismo e sexismo, a empresa nega que a constituição do fundo esteja relacionada com as disputas jurídicas. "Não há relação nenhuma. Isto não é uma coisa que começamos a fazer agora", afirmou Linda Blakely, porta-voz do Wal-Mart. Segundo ela, a promoção das minorias e das mulheres é uma prática constante da empresa. Em meados dos anos 90, de acordo com Linda, os fornecedores administrados por esses grupos faturavam 2 milhões de dólares. Agora, a cifra é de 3 bilhões.