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Já é hora de dar mesada para meus filhos?

Internauta tem filhos com idades diferentes e não sabe qual a melhor forma de escolher o valor e de dar o dinheiro

Adolescentes têm necessidades financeiras diferentes daquelas das crianças (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2012 às 14h39.

Dúvida da internauta: Sou casada e tenho dois filhos, o mais velho tem 15 anos e o mais novo tem oito anos. Eu e meu marido estamos discutindo muito sobre a mesada, se é ou não o momento certo de dar. Achamos que o mais velho já está com condições de receber mesada, porque ele tem gastos com lanche na escola e com passeios com amigos mas não sabemos quanto dar. O mais novo também gasta com lanche na escola, mas não sabemos se continuamos a dar dinheiro diariamente ou mesada. Outro problema é que apesar de os gastos dos dois serem diferentes, acho injusto que o valor não seja igual. Afinal, os dois são filhos e nós não estamos com dificuldades financeiras. O que vocês recomendam?

Resposta de Celina Macedo*:

Quando os pais dão mesada ou semanada, estão dando aos filhos a oportunidade de gerir uma parte do orçamento da família em seu favor. Estão ajudando os filhos a fazer uso consciente do dinheiro, ensinando-os a viver como pretendem dentro de um orçamento limitado e a construir sua liberdade financeira. Ao contrário, os pais que dão dinheiro diariamente não ensinam os filhos a ganhar, poupar e investir porque passam a noção de que amanhã tem mais, basta pedir. Será que é assim na vida adulta?

A semanada é indicada para crianças entre 6 e 12 anos, idade em que sete dias é tempo suficiente para aprender a planejar gastos, fazer escolhas e esperar oportunidades. Na medida em que o filho já souber lidar com o tempo e o dinheiro pode-se passar para a mesada.

O primeiro passo é sentar com os filhos e conversar sobre o orçamento da família para eles terem a noção de onde vem o dinheiro e para onde ele está indo. A partir desse momento, cada filho deve fazer uma lista de gastos pretendidos: o lanche da escola, o cinema, o ônibus e tudo mais que precisam e que gostariam de receber. Nesse momento os pais vão perceber que os interesses e necessidades do filho de 8 anos são, em parte, diferentes daquele que tem 15. Por isso, não tem sentido os valores serem iguais. Tratar diferentes da mesma forma acaba sendo injusto.

Lista feita não significa valor final de semanada ou mesada. A lista é o começo do acordo. A palavra final é sempre dos pais, que sabem quanto podem dar aos filhos. Mas, depois de feito o acordo, é importante saber que se acabou o milho, acabou a pipoca! A conta nunca deve ficar negativa, por isso ensine o seu filho a anotar o que ganha e o que gasta. Sejam firmes se vocês quiserem que seu filho, no futuro, aja de forma consciente com as finanças, tendo o dinheiro como um aliado e não como um problema. A orientação é importante principalmente para aqueles pais que não estão passando por dificuldades financeiras.

*Celina Macedo é doutora em Linguística com pós-doutorado em Psicologia Cognitiva pela Université Libre de Bruxelas, onde trabalhou com as Percepções Subliminares do Dinheiro. É professora do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), conselheira do Instituto de Educação Financeira e autora do livro “Filhos: seu melhor investimento” (Campus/Elsevier).

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Dúvida da internauta: Sou casada e tenho dois filhos, o mais velho tem 15 anos e o mais novo tem oito anos. Eu e meu marido estamos discutindo muito sobre a mesada, se é ou não o momento certo de dar. Achamos que o mais velho já está com condições de receber mesada, porque ele tem gastos com lanche na escola e com passeios com amigos mas não sabemos quanto dar. O mais novo também gasta com lanche na escola, mas não sabemos se continuamos a dar dinheiro diariamente ou mesada. Outro problema é que apesar de os gastos dos dois serem diferentes, acho injusto que o valor não seja igual. Afinal, os dois são filhos e nós não estamos com dificuldades financeiras. O que vocês recomendam?

Resposta de Celina Macedo*:

Quando os pais dão mesada ou semanada, estão dando aos filhos a oportunidade de gerir uma parte do orçamento da família em seu favor. Estão ajudando os filhos a fazer uso consciente do dinheiro, ensinando-os a viver como pretendem dentro de um orçamento limitado e a construir sua liberdade financeira. Ao contrário, os pais que dão dinheiro diariamente não ensinam os filhos a ganhar, poupar e investir porque passam a noção de que amanhã tem mais, basta pedir. Será que é assim na vida adulta?

A semanada é indicada para crianças entre 6 e 12 anos, idade em que sete dias é tempo suficiente para aprender a planejar gastos, fazer escolhas e esperar oportunidades. Na medida em que o filho já souber lidar com o tempo e o dinheiro pode-se passar para a mesada.

O primeiro passo é sentar com os filhos e conversar sobre o orçamento da família para eles terem a noção de onde vem o dinheiro e para onde ele está indo. A partir desse momento, cada filho deve fazer uma lista de gastos pretendidos: o lanche da escola, o cinema, o ônibus e tudo mais que precisam e que gostariam de receber. Nesse momento os pais vão perceber que os interesses e necessidades do filho de 8 anos são, em parte, diferentes daquele que tem 15. Por isso, não tem sentido os valores serem iguais. Tratar diferentes da mesma forma acaba sendo injusto.

Lista feita não significa valor final de semanada ou mesada. A lista é o começo do acordo. A palavra final é sempre dos pais, que sabem quanto podem dar aos filhos. Mas, depois de feito o acordo, é importante saber que se acabou o milho, acabou a pipoca! A conta nunca deve ficar negativa, por isso ensine o seu filho a anotar o que ganha e o que gasta. Sejam firmes se vocês quiserem que seu filho, no futuro, aja de forma consciente com as finanças, tendo o dinheiro como um aliado e não como um problema. A orientação é importante principalmente para aqueles pais que não estão passando por dificuldades financeiras.

*Celina Macedo é doutora em Linguística com pós-doutorado em Psicologia Cognitiva pela Université Libre de Bruxelas, onde trabalhou com as Percepções Subliminares do Dinheiro. É professora do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), conselheira do Instituto de Educação Financeira e autora do livro “Filhos: seu melhor investimento” (Campus/Elsevier).

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