A Itaú Corretora, que opera de modo independente do Itaú Unibanco, rebaixou a recomendação para os bancos, por acreditar que a lucratividade do setor pode cair, por causa do corte agressivo de juros pretendido pela nova administração do Banco do Brasil. A corretora recomenda que os investidores reduzam o peso desse papéis para abaixo da média do mercado. O Itaú utiliza como referência o IBrX-100, índice composto pelas 100 ações mais negociadas na Bovespa. Nesse índice, o setor financeiro tem um peso de 22,9%. O Itaú recomenda, porém, que o peso dos bancos na carteira dos investidores deve ficar abaixo disso: 11,9%.

O rebaixamento dos papéis de bancos foi motivado, segundo o Itaú, pela expectativa de que o Banco do Brasil promova um forte corte de juros. Em teleconferência com analistas, nesta segunda-feira (13/4), o novo presidente do BB, Aldemir Berdine, prometeu uma postura "mais agressiva" de redução dos spreads bancários e da expansão do crédito. Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a substituição de Antonio Francisco de Lima Neto por Berdine com o argumento de que o ex-presidente do BB não imprimiu um ritmo satisfatório na queda dos juros.

"O fato é que um grande participante reduzir agressivamente seus spreads é suficiente para romper o mercado para os bancos remanescentes", afirma o relatório do Itaú, assinado pelos analistas Carlos Constantini, Marcelo Brisac, Marcus Moldes e Cida Souza. "A troca de gestão do BB causa dúvidas sobre a lucratividade do setor no curto prazo", completa.

Por outro lado, a corretora recomendou que os investidores aumentem a participação de papéis de varejo em suas carteiras. A razão é que, ao reduzir os juros e expandir o crédito, mais consumidores poderão ter acesso a financiamentos e irão às compras.

Por volta das 12h55, as ações ordinárias do Banco do Brasil (BBAS3, com direito a voto), eram negociadas a 17,43 reais, com alta de 3,20%. Os papéis haviam motivado 4.597 negócios até aquela hora. Já as ações preferenciais do Itaú Unibanco (ITAU4) recuavam 2,20%, a 28,41 reais. Os papéis apresentavam a segunda maior queda do Ibovespa e haviam sido negociados 4.476 vezes. No mesmo instante, o Ibovespa registrava alta de 0,32%, a 46.137 pontos.