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Com juro alto, plataformas digitais são alternativa a bancos

Com retração de crédito e juros altos, fintechs, cooperativas e consórcios são alternativa aos bancos


	Análise de crédito: usar serviços financeiros de startups, buscar consórcios e cooperativas podem diminuir custo de empréstimos
 (Thinkstock/anyaberkut)

Análise de crédito: usar serviços financeiros de startups, buscar consórcios e cooperativas podem diminuir custo de empréstimos (Thinkstock/anyaberkut)

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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2016 às 10h44.

São Paulo - Com a retração do crédito e as altas taxas de juros nos grandes bancos de varejo, quem busca condições mais baratas para tomar dinheiro emprestado pode recorrer a alternativas que vão de consórcios e cooperativas de crédito até a opções mais tecnológicas, como as fintechs, que unem tecnologia a serviços financeiros.

Antes de procurar as opções, o consumidor precisa avaliar se tomar crédito é, de fato, necessário. "Muitas pessoas gastam mais do que ganham e acabam tomando crédito", diz o planejador financeiro Valter Police.

No aplicativo de controle financeiro GuiaBolso, que tem cerca de 2,5 milhões de usuários no Brasil, 46% das pessoas que tomaram empréstimos entre o fim do ano passado e o início deste ano usaram o dinheiro para refinanciar dívidas.

Por terem custos menores na operação, as fintechs podem oferecer taxas de até 2% ao mês. Além do custo, a promessa é que o processo de contratação, feito pela internet, seja mais rápido e, a depender do caso do usuário, uma resposta pode vir em menos de 30 minutos.

Presidente do BankFacil, Sergio Furio explica que a análise de crédito feita pela fintech agiliza o trabalho de seus parceiros. "Vimos que esse era um gargalo do sistema financeiro", diz.

A startup se aliou a bancos e fundos de investimento para oferecer empréstimos em que um imóvel ou veículo é dado como garantia.

Nem todas as fintechs de crédito atuam da mesma forma. A Bom Pra Crédito, por exemplo, conecta o usuário a vários bancos, de maneira a buscar as melhores condições para o cliente, segundo análises feitas por cada instituição parceira.

"A plataforma dá a conveniência do 'não'", diz Ricardo Kalichsztein, fundador e presidente da startup. Ele explica que isso elimina o receio do usuário em ter a solicitação reprovada, justamente por oferecer mais de uma opção de empréstimo.

Já a plataforma Geru oferece empréstimos pessoais sem garantia. O usuário pode ter o perfil avaliado em menos de 30 minutos e recebe uma única proposta, podendo dispor do dinheiro em sua conta já no dia seguinte.

"Com a facilidade da operação online, o cliente tem muito mais poder", diz o fundador da empresa, Sandro Reiss.

Para José Prado Reis, do FintechLab, plataforma que conecta investidores e startups, essas empresas simplificaram o empréstimo e, por isso, têm mais potencial para atrair o público: "As perguntas têm uma abordagem diferente da usada no empréstimo tradicional e são, por exemplo, 'de quanto?' e 'para que você precisa?'", diz.

Alternativa

Opções mais antigas, consórcios e cooperativas de crédito existem há cerca de 30 anos no País e também oferecem recursos a custos menores.

As cooperativas do Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), o maior do País, operam com uma taxa média de 2,17% ao mês no crédito pessoal.

Para contratar, o cliente precisa ter conta em uma das cooperativas do sistema, mas pode, em contrapartida, ter participação em seus resultados financeiros. "Trabalhamos com o melhor juro para quem aplica e o menor para quem toma emprestado", diz Henrique Villares, presidente do Sicoob.

Já os consórcios trabalham com grupos de consumidores que querem adquirir determinado bem ou serviço e, para isso, depositam mensalmente quantias em um fundo comum.

Uma vez por mês, quem for sorteado ou destinar o maior valor para esse fundo pode usar seus recursos para comprar o que deseja à vista: "Quem opta pelo consórcio não pode ter urgência em fazer a aquisição, mas saber que está se planejando para uma compra no futuro", diz Paulo Roberto Rossi, presidente da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac).

Por ter à sua disposição um leque de opções para tomar empréstimos, o consumidor deve pesquisar a alternativa que melhor cabe em seu bolso, de maneira a não se endividar mais.

Outro cuidado é conhecer a instituição com a qual pretende fazer negócio. O advogado Marcelo Godke Veiga, do escritório Godke, Silva & Rocha, afirma que fintechs e cooperativas obedecem às mesmas regras dos bancos.

Ele afirma que é preciso atenção na hora de assinar o contrato com prazos e taxas. "O cliente pode até solicitar uma visita ao escritório da empresa, caso ache necessário."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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