Renault Clio: segurança das crianças ainda deixa a desejar, recebendo apenas uma estrela (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 16 de janeiro de 2014 às 14h15.
São Paulo - O carro compacto Renault Clio, que recebeu nota zero no crash test realizado pela Latin NCAP no ano passado, acaba de ser testado pela entidade novamente e tirar três estrelas para a proteção dos adultos. A nota máxima é cinco estrelas.
Trata-se de uma significativa melhora em relação ao teste anterior. A diferença para o crash test cujo resultado foi divulgado nesta segunda-feira é que a Renault melhorou o modelo, acrescentando airbags e reforçando a porta do motorista.
No entanto, ainda falta melhorar. A proteção para o peito e para os pés do motorista foi considerada fraca, enquanto que para o peito e a coxa direita do passageiro da frente, assim como para as coxas e para a perna esquerda do motorista, foi considerada marginal.
Apenas as cabeças dos ocupantes da frente e os pés do passageiro tiveram proteção considerada boa. A proteção da coxa esquerda do passageiro e a da perna direita do motorista foi considerada adequada.
As avaliações concedidas pela Latin NCAP para os ocupantes adultos dos veículos são bom, adequado, marginal, fraca e pobre, sendo bom o melhor e pobre o pior.
A estrutura do habitáculo - espaço onde se encontram os ocupantes do veículo - foi considerada instável no teste.
A avaliação para os ocupantes crianças - uma de três anos e outra de um ano e meio, ambas em cadeirinhas afixadas com cinto - não apresentou melhora em relação ao teste anterior, obtendo apenas uma estrela. O modelo ainda não apresenta o sistema Isofix de fixação das cadeirinhas, considerado o mais seguro.
Veja no vídeo o crash test do Renault Clio, modelo vendido no Brasil e fabricado na Argentina:
//www.youtube.com/embed/vT6tO0aOrm4
Os resultados dos testes do Renault Clio Mio (nome que o Clio recebe na Argentina) foram divulgados nesta segunda-feira, na segunda parte da quarta etapa de testes feitos pela Latin NCAP na América Latina. Também foram divulgados hoje os resultados dos crash tests do novo Volkswagen Up!, que obteve a nota máxima de cinco estrelas.
A Latin NCAP é um programa independente de avaliação de carros novos vendidos na América Latina e Caribe. A entidade faz o teste de colisão frontal para as versões mais básicas dos modelos, mas as montadoras também podem patrocinar testes de versões superiores e o teste de colisão lateral.
O segundo teste do Renault Clio foi patrocinado pela montadora, o que significa que um auditor da Latin NCAP teve acesso à fábrica e escolheu o carro de sua preferência para testar.
Metodologia – Nos crash tests da Latin NCAP, os veículos chocam 40% da dianteira contra um objeto deformável, que representa outro veículo, a 64 km/h, segundo os padrões da Euro NCAP.
Os bonecos (dummies) representam dois adultos no banco da frente e duas crianças no banco de trás, nas cadeirinhas recomendadas pelo fabricante, sendo uma de 18 meses e a outra de três anos.
Para receber cinco estrelas para os adultos, o carro precisa ser aprovado no teste de impacto lateral. Baseado na regulação 95 da Organização das Nações Unidas (ONU), o carro recebe um impacto lateral por meio de uma barreira deformável montada em um carro padronizado de 850 kg que se desloca a 50km/h. O motorista é o único passageiro do veículo.
Além disso, o veículo precisa oferecer freios ABS e lembretes para cintos de segurança nos bancos da frente nos modelos padrão.
Ganham pontos para a proteção infantil os modelos que oferecem o sistema de engate Isofix para cadeirinhas, que é mais seguro do que o sistema de engate com cinto.
No Brasil, o Isofix ainda não é certificado pelo Inmetro, mas esta situação deve mudar em 2014. Em função da ausência de certificação, são raros os carros que oferecem o Isofix por aqui, e não há cadeirinhas disponíveis com esse sistema.
Por isso, a maioria dos carros vendidos no Brasil obtiveram maus resultados para a proteção das crianças em seus crash tests, desde a primeira fase do Latin NCAP. Embora as cadeirinhas vendidas aqui atendam os requisitos nacionais, nos testes internacionais elas ainda deixam a desejar.