Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:

Estudo mostra que 43% dos idosos sustentam a casa

Entre eles, 51% precisam de empréstimo para fechar o mês

Modo escuro

Continua após a publicidade
Idosos e contas: em 25% dos casos os idosos colaboram com a mesma quantia que outros membros da família (AndreyPopov/Thinkstock)

Idosos e contas: em 25% dos casos os idosos colaboram com a mesma quantia que outros membros da família (AndreyPopov/Thinkstock)

A
Arena do Pavini

Publicado em 21 de novembro de 2018 às, 09h57.

Levantamento realizado em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revela que 43% dos brasileiros acima de 60 anos são os principais responsáveis pelo pagamento de contas e despesas da casa. O percentual é ainda maior (53%) entre os homens.

De modo geral, 91% dos idosos no Brasil contribuem com o orçamento da residência, sendo que em 25% dos casos colaboram com a mesma quantia que os demais membros da família. Somente 9% não ajudam com as despesas.

Os dados revelam a importância de se fazer um planejamento para a aposentadoria e uma poupança para o futuro.

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, não é só a crise econômica, que reduz as vagas e oportunidades para os mais jovens, que explica esses números, mas também uma mudança demográfica e comportamental dessa população.

“Há muitos casos em que a renda do aposentado é a única maneira para sustentar o lar de uma família que perdeu emprego, mas o aumento da expectativa de vida dos brasileiros e suas atitudes nesta fase da vida também são fatores importantes”, diz. “Hoje, os idosos são mais ativos, têm mais autonomia financeira e trabalham por mais tempo, seja por necessidade ou porque se sentem dispostos”, explica a economista.

66% não têm ajuda dos parentes

Outro dado que reforça a independência financeira de boa parte dos idosos é que 66% não recebem ajuda financeira de parentes, amigos, pensão ou programa social. Há 34% de idosos que contam com algum tipo de ajuda.

26% dos idosos já emprestaram nome para crédito

Com a importância dos idosos para o orçamento da casa, muitos acabam emprestando seu nome para outros realizarem compras. De acordo com o levantamento, pouco mais de um quarto (26%) dos idosos brasileiros já fez empréstimo pessoal consignado em seu nome para emprestar o dinheiro a terceiros. Na maior parte dos casos (17%), o empréstimo foi um pedido de filhos, conjugues ou outros parentes, enquanto em 9% dos casos o idoso se ofereceu para ajudar a pessoa.

Só 42% conseguem guardar dinheiro

Se o estudo mostra que os idosos são de grande importância para o sustento de seus lares, se observa também que muitos deles apenas conseguem pagar suas contas, sem que haja sobras de dinheiro para realizar um sonho de consumo ou investir. De modo geral, 39% dos idosos brasileiros até conseguem pagar suas contas sem atrasos, mas fecham o mês sem recursos excedentes. Outros 14% nem sempre conseguem pagar as contas e algumas vezes precisam fazer esforço para administrar o dinheiro que recebem e 4% nunca ou quase nunca conseguem honrar os compromissos financeiros. Os idosos em situação financeira confortável, ou seja, pagam as contas e ainda sobra dinheiro, são 42% da amostra.

51% dos idosos recorrem ao crédito para fechar o mês

Para manobrar o orçamento, recorrer ao crédito acaba sendo uma saída prática, apesar de arriscada. Mais da metade (51%) dos idosos costuma fazer empréstimos, utilizar cartão de crédito ou cheque especial para pagar as contas e conseguir cumprir compromissos mensais. Recorrer a uma reserva financeira seria a solução mais indicada, mas apenas 39% dos idosos possuem dinheiro guardado.

“A reserva financeira é a garantia de que a pessoa terá independência para se reinventar na terceira idade, ampliar suas oportunidades de ser feliz, cuidar da saúde e viver bem. Além disso, se houver imprevisto, será muito menos penoso arcar com o aspecto financeiro se a pessoa tiver um montante guardado. Deve-se tomar cuidado com o crédito fácil oferecido, muitas vezes, acompanhado de altas taxas, que favorecem uma compra além da capacidade de pagamento ao longo do tempo”, afirma o educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, José Vignoli.

Maioria acha que situação financeira piorou

Ao refletirem sobre o padrão de vida que possuem hoje, comparado ao que tinham aos 40 anos de idade, a maior parte (37%) dos idosos considera que piorou, ao passo que 33% avaliam levar uma vida melhor hoje do que no passado. Para 28% a situação permanece a mesma. Em uma escala de um a dez, a nota média que os idosos atribuem para a satisfação com a vida financeira atual é de 6,7 pontos.

Em 6 meses, 37% dos idosos deixaram de pagar contas

A situação de aperto financeiro, em diversas ocasiões, acaba levando à inadimplência. Nos últimos seis meses, de cada dez pessoas acima de 60 anos, quatro (37%) deixaram de pagar ou atrasaram o pagamento de alguma conta e 21% ficaram com o CPF negativado no último ano. Os atrasos foram, principalmente, com as contas de luz (15%), água (11%) e telefonia (9%). Os que garantem ter pagado todas as contas em dia no último semestre somam 57% da amostra. Para quem deixou de pagar alguma conta, os motivos mais alegados foram a diminuição da renda (18%), esquecimento (16%), falta de planejamento dos gastos (15%) e problemas de saúde (9%).

52% não controlam o orçamento

O planejamento do orçamento é algo que ainda precisa melhorar entre a população idosa, demonstra a pesquisa. Pouco menos da metade (48%) dos idosos brasileiros realiza controle das finanças, seja por meio de anotações ou qualquer outra forma sistemática. Por outro lado, 52% não fazem o controle do orçamento. Nesse caso, 29% confiam apenas na memória e 12% contam com a ajuda de alguém da família para essa tarefa.

As justificativas para não realizar o controle das despesas envolvem o fato de não achar a atividade importante ou necessária (27%), falta de conhecimento (21%) e indisciplina (19%).

Pesquisa ouviu 612 consumidores idosos

Foram entrevistados 612 consumidores com idade acima de 60 anos de ambos os gêneros e de todas as classes sociais, nas 27 capitais brasileiras. A margem de erro é de 4,0 pontos percentuais para um intervalo de confiança a 95%. Baixe a íntegra da pesquisa.

Últimas Notícias

Ver mais
Valores a Receber: veja como sacar R$ 7,51 bilhões de "dinheiro esquecido"

seloMinhas Finanças

Valores a Receber: veja como sacar R$ 7,51 bilhões de "dinheiro esquecido"

Há 4 horas

Mega-Sena 2665: quanto rendem R$ 27 milhões na poupança

seloMinhas Finanças

Mega-Sena 2665: quanto rendem R$ 27 milhões na poupança

Há 6 horas

Calendário Bolsa Família de dezembro: pagamento será antecipado; veja datas

seloMinhas Finanças

Calendário Bolsa Família de dezembro: pagamento será antecipado; veja datas

Há 6 horas

Saiba como calcular o valor do IPVA 2024

seloMinhas Finanças

Saiba como calcular o valor do IPVA 2024

Há um dia

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

“A geração de energia caminha lado a lado com o desenvolvimento econômico”, diz Paulo Câmara

“A geração de energia caminha lado a lado com o desenvolvimento econômico”, diz Paulo Câmara

Desktop investe no interior e alcança 1 milhão de clientes de internet banda larga em São Paulo

Desktop investe no interior e alcança 1 milhão de clientes de internet banda larga em São Paulo

CPFL fortalece sua estratégia ESG com compromissos ambiciosos para 2030

CPFL fortalece sua estratégia ESG com compromissos ambiciosos para 2030

Uso de dados será principal desafio na gestão de pessoas em 2024

Uso de dados será principal desafio na gestão de pessoas em 2024

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais