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Empresas ainda diversificam pouco a captação de recursos

Mecanismos alternativos, como os certificados de recebíveis, são vistos pelo mercado como opções promissoras, mas ainda geram poucas operações. A reportagem é a segunda da série Onde captar que será publicada no Portal EXAME até quinta-fe

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

As empresas dispõem de uma razoável gama de opções no mercado de capitais para obter recursos para investimentos ou rolagem de dívidas. Apesar disso, continuam concentrando suas operações em poucos instrumentos, como debêntures, ações e notas promissórias. No ano passado, por exemplo, as companhias captaram 17,844 bilhões de reais por meio da emissão de títulos. Somente as debêntures responderam por 54% desse volume.
Dois problemas dificultam a diversificação dos mecanismos de captação de recursos. O primeiro é a remuneração dos papéis. Nem sempre um instrumento novo, como uma cédula de recebíveis, parece tão rentável quanto outras opções aos olhos dos investidores.

A maioria das debêntures oferece uma rentabilidade atrelada ao CDI, além de um prêmio de risco. Essa situação é bem diferente da dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), por exemplo. Usados pelos incorporadores (empresas responsáveis pelos investimentos em novos projetos) para obter recursos para empreendimentos imobiliários, os CRIs atrelam sua remuneração a uma taxa fixa, calculada com base na rentabilidade estimada do projeto, oriunda das prestações ou aluguéis que o incorporador receberá ao concluir a obra.

No ano passado foram emitidos 403 milhões de reais em CRIs. As taxas oferecidas oscilaram entre 12% e 13% ao ano. Enquanto isso, quem recorreu às debêntures ofereceu uma remuneração aos investidores de 16% (rentabilidade do CDI em 2004), além do prêmio de risco - um negócio mais atraente para o mercado de fundos.

Isto não significa que os certificados de recebíveis devam ser descartados de imediato. E esse é o segundo problema: a falta de hábito das empresas em trabalhar com esses novos instrumentos. "Se a companhia tem uma boa carteira de receitas a receber, vale a pena experimentar essas opções", afirma Mônica Baer, economista da consultoria MB Associados. De acordo com Mônica, o conselho é válido não apenas para empresas de incorporação imobiliárias, mas para qualquer negócio com boas garantias de receita futura, como redes de varejo, empresas de saneamento ou de energia.

À medida que a taxa básica de juros recuar, a tendência do mercado é se interessar cada vez mais pelos títulos de recebíveis. Uma das expectativas para este ano é o lançamento de novos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), especializados em operar com esse tipo de papel. Esses papéis têm apresentado uma das mais elevadas taxas de crescimento do mercado. Em fevereiro (últimos dados disponíveis), o patrimônio líquido dos FIDCs era de 4,610 bilhões de reais - 178% maior que os 1,659 bilhão registrados em igual mês do ano passado. Por ser uma papel novo, sua participação de mercado ainda é pequena. Esses títulos representam apenas 0,75% do patrimônio total da indústria de fundos brasileira.

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