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Economia brasileira tem menos defeitos que americana, diz reitor de Columbia

Reitor da Escola de Relações Internacionais e Administração Pública da Universidade Columbia, o economista e historiador americano John Coatsworth acredita que a economia brasileira tem hoje menos problemas que a americana. Veja os principais trechos da entrevista concedida ao Portal EXAME: Portal EXAME - O senhor acredita que o plano de resgate financeiro do governo americano conseguirá […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Reitor da Escola de Relações Internacionais e Administração Pública da Universidade Columbia, o economista e historiador americano John Coatsworth acredita que a economia brasileira tem hoje menos problemas que a americana. Veja os principais trechos da entrevista concedida ao Portal EXAME:

Portal EXAME - O senhor acredita que o plano de resgate financeiro do governo americano conseguirá reverter a crise?

John Coatsworth -  O plano atual contém muitas incertezas, além de não me parecer satisfatório para resolver uma crise desta magnitude. A convulsão dos mercados deverá ser contida em médio prazo, mas a principal questão é saber o que vai acontecer com a economia americana em longo prazo. Certamente passaremos por um longo período de desaceleração e o aumento da regulação na economia.

Para refinanciar o pacote de resgate da economia americana, os Estados Unidos vão precisar contrair empréstimos internacionais. Tudo indica que o dinheiro virá de países com grandes fundos soberanos, ditaduras como a China e a Arábia Saudita. De que maneira isso vai alterar o capitalismo ocidental?

Essa é uma grande questão, para a qual não temos resposta ainda. Certamente teremos uma mudança no equilíbrio de forças e das próprias regras do capitalismo. Essa deverá ser uma das questões dominantes dos próximos anos. Uma coisa é certa, a importância hegemônica dos Estados Unidos e em certo nível da Europa será reduzida de uma forma mais rápida do que se previa.

Que impacto a crise terá sobre o Brasil?

O Brasil está numa posição muito invejável diante dos demais países. Na última década, o país superou questões importantes. Além da estabilidade macro-econômica, o Brasil conta com vantagens importantes, como um grande mercado interno e uma pauta diversificada de produtos de exportação e também de clientes variados para suas exportações. De fato, o Brasil apresenta algumas debilidades, como a fragilidade do seu equilíbrio fiscal. Mas se hoje eu tivesse que escolher entre os defeitos do Brasil e os dos Estados Unidos, certamente eu preferiria ter os defeitos brasileiros.

Muitos analistas dizem que o Brasil tem uma posição de grande dependência em relação às importações da China. Será que a China conseguirá fazer um "pouso suave"?

É certo que a China vai desacelerar, mas não é possível saber se isso se dará de forma tranqüila, dada a falta de transparência de sua economia. Mas entre os Brics, creio que a Rússia, que depende fortemente do petróleo será quem perderá mais, porque certamente uma grande desaceleração mundial, como tudo indica que teremos, provocará uma queda no preço do petróleo, afetando negativamente a economia russa.

De que maneira a crise vai afetar o México e a Colômbia, países altamente dependentes dos EUA?

Certamente ambos serão negativamente afetados, e o México sofrerá mais, uma vez que sua economia tem uma relação umbilical com os Estados Unidos.

E quais serão as conseqüências da crise sobre países latino-americanos governados por populistas, como é o caso da Venezuela, Bolívia e Equador?

O mesmo que eu disse para a Rússia vale para a Venezuela. Assim que o preço do petróleo começar a cair, a situação macroeconômica da Venezuela vai se deteriorar. De maneira geral, países liderados por populistas, costumam ver suas adversidades aumentarem em tempos difíceis, pois eles não costumam ter disciplina fiscal. Além disso, ao contrário do Brasil, nenhum desses países tem um grande mercado interno. Em momentos de crise, eles não têm como garantir um nível razoável de atividade econômica.

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