Dólar: segunda onda de contaminação do coronavírus na Europa e proximidade com as eleições impactam na moeda (Robert Alexander/Reuters)
Karla Mamona
Publicado em 28 de outubro de 2020 às 15h50.
Última atualização em 28 de outubro de 2020 às 16h01.
A escalada do dólar assustou não apenas o mercado financeiro mas também quem tem viagem marcada para o exterior. Quando o dólar comercial, referência para transações de exportação e importação, sobe, o dólar turismo, usado para viagens, acompanha a alta. Não invista na bolsa sozinho. Em momentos de instabilidade, você pode contar com a melhor análise do mercado.
A disparada do dólar fez com que a moeda fosse vendida em 5,98 reais nas casas de câmbio em São Paulo. Já para quem compra no cartão pré-pago, o valor é ainda maior, de 6,34 reais. Os valores foram consultados pela EXAME no site MelhorCambio.com por volta das 15 horas desta quarta-feira.
A moeda nas alturas atrapalha os planos de quem esperou o final de ano para viajar ou de quem tinha remarcado a data da viagem com o início da pandemia de coronavírus. Mas o que fazer?
Para Alexandre Monteiro, sócio-fundador da MelhorCambio, existem três caminhos. O primeiro é desistir da viagem, o segundo é tentar remarcar a data, se possível, para os próximos meses e o terceiro é comprar dólar parcelado.
Para quem desistiu de ir para o exterior, existe a possibilidade de vender os dólares, caso já tivesse, e aproveitar esta alta da moeda. Em São Paulo, as casas de câmbio, pagavam 5,63 reais por cada dólar. Se a pessoa tem 1.000 dólares ela sairá da casa de câmbio com 5.630,00 reais.
Se desistir da viagem não é uma opção, é possível também buscar uma nova data, caso as contas fiquem muito apertadas. O especialista ressalta que não dá para prever o comportamento da moeda nos próximos dias ou meses. “A única certeza que temos é que não teremos dólar a 4,00 reais no final do ano”, diz Monteiro. A orientação é que o viajante compre dólar em datas diferentes para tentar mitigar a volatilidade da moeda.
No site da startup, existe uma ferramenta gratuita que avisa a melhor data para comprar dólar de acordo com a data da viagem.
Comprar em partes também é a orientação para quem decidiu viajar no final do ano. Neste caso, o ideal é comprar dólar ainda nesta semana, após as eleições americanas (dia 3 de novembro) e mais próximo da data da viagem. “Recomendo que compre 30% de dólar agora. Os outros 30% em novembro e 30% em dezembro.”
No ano, a moeda americana acumula alta de 41,38%. Entre os motivos da disparada estão a pandemia de coronavírus, com os investidores receosos com a segunda onda de contaminação do vírus na Europa. Além disso, a proximidade das eleições americanas tem deixado a moeda ainda mais volátil.
Internamente, o investidor segue preocupado com a situação fiscal do país e a sustentabilidade das contas públicas, além da capacidade do governo de avançar numa agenda de reformas.