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Dinheiro com sobrenome

Quando vale a pena ter um family office

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Family office pode ser traduzido ao pé da letra como escritório de família. Na prática, o termo refere-se às empresas dedicadas a cuidar da saúde financeira de clientes, digamos, abastados: empresários que não têm tempo para cuidar dos investimentos familiares, industriais que venderam seus negócios e herdeiros de grandes fortunas. "Essas pessoas precisam de uma estrutura independente para manter a qualidade das relações familiares e a integridade de seu patrimônio", diz José Monforte, responsável pelo family office dos donos da Natura.

Antes um clube restrito a quem tinha saldos bancários de nove ou dez dígitos, os family offices agora estão mais populares. Não são e nunca serão um produto de massa -- é preciso ter pelo menos 3 milhões de reais de patrimônio para justificar a montagem de uma estrutura própria. Mas, mesmo para quem não freqüenta a lista dos mais ricos do mundo, as vantagens podem compensar -- ainda que seja necessário compartilhar o escritório com outras famílias, nos chamados multifamily offices, uma tendência atual. "As mudanças na legislação brasileira, por exemplo, tornaram o processo de sucessão muito mais complicado e menos previsível", diz René Werner, consultor paulista que atende famílias há dez anos. "Cuidar desse aspecto ajuda a evitar muitas brigas e a economizar um bom dinheiro." Segundo Werner, as consultas sobre como estruturar um family office dobraram nos últimos dois anos.

À primeira vista, essas estruturas podem ser confundidas com os departamentos que os bancos montam para cuidar de seus melhores clientes, os chamados private banks.

O trabalho dos officers, porém, vai adiante. "Um funcionário de um banco vai vender os produtos que tem na prateleira", diz a consultora Miriam Saintive, com escritórios em São Paulo e Nova York e com um número não revelado de famílias-clientes. "Eu cuido apenas dos interesses do meu cliente."

Os serviços dos family offices vão além da gestão dos investimentos. Eles devem se preocupar com a preservação da governança familiar (mediante a proposta de acordos societários, por exemplo) e garantir que o patrimônio e os negócios que o geram possam se perpetuar ao longo das gerações. "Um dos pontos cruciais é o planejamento sucessório", diz Werner. "A família que entrar num acordo para cuidar de sua riqueza no presente e de sua transmissão no futuro terá resolvido 80% de seus problemas."

Como escolher um family office? A primeira recomendação é não ter pressa -- afinal, o relacionamento entre assessor e assessorado deverá ser de longo prazo. A relação terá de ser marcada pela confiança e cercada de total confidencialidade -- por isso mesmo os consultores não costumam revelar para quem prestam serviço. "É preciso conversar bastante com o profissional e fazê-lo conhecer a família", diz Werner. "Não só a técnica deve ser levada em consideração mas também os valores éticos e filosóficos têm de combinar."

O encarregado do family office deverá realizar uma análise da situação financeira, tributária e legal de seus clientes. Além disso, precisará ter jogo de cintura para lidar com as expectativas de cada membro da família. "O ideal é entender de direito, de finanças e muito de psicologia para intermediar conflitos", diz Werner. Segundo padrões internacionais, manter um family office, dependendo da estrutura e da quantidade de serviços terceirizados, pode custar até 1,5% do patrimônio da família por ano.

GUARDIÃO FAMILIAR
O que é um family office Escritório que administra
fortunas familiares
Para que serve Cuidar para que o patrimônio da
família e seus negócios se perpetuem
Para quem Famílias com mais de 3 milhões de
reais
Quanto custa Até 1,5% do patrimônio por
ano

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