Bonecas russas de vários tamanhos: mais jovens podem correr mais riscos, e mais velhos devem preservar capital (Bo Hansen/SXC)
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2013 às 13h00.
São Paulo – Para quem tem capacidade de acumulação, disciplina e deseja ter um plano de investimentos bem estruturado, a diversificação é a melhor saída. Ela deve levar em conta uma série de fatores, como a idade do investidor, o horizonte de tempo até a aposentadoria e os objetivos de vida. É claro que cada investidor precisa ter um planejamento adaptado ao seu perfil, mas apenas de acordo com a fase da vida já é possível traçar linhas gerais de como deve ser a composição de uma carteira de investimentos inteligente.
De acordo com Ernesto Leme, sócio responsável pela área de Gestão de Patrimônio da Claritas Investimentos, uma carteira diversificada e equilibrada deve ser composta por seis classes de ativos. “Mesmo um investidor que tenha 100 mil ou 200 mil reais para investir já pode distribuir seu dinheiro nessas seis classes de ativos”, explica Leme. A composição da carteira mudará de acordo com a fase da vida do investidor e com as perspectivas para a economia.
Classe de ativo | Melhor aplicação |
---|---|
Renda fixa pós-fixada | Letras Financeiras do Tesouro (LFT), via Tesouro Direto. |
Renda fixa atrelada à inflação | Notas do Tesouro Nacional-série B (NTN-B), via Tesouro Direto. |
Renda fixa privada (crédito privado) | Fundos de crédito privado, que diversificam comprando títulos de dívida de bancos e empresas, como debêntures, CDBs, notas promissórias, Letras Financeiras, entre outros. |
Renda fixa pré-fixada | Letras do Tesouro Nacional (LTN), via Tesouro Direto. |
Fundos multimercados | Fundos de fundos, que invistam em cinco ou seis multimercados diferentes, de forma a diversificar bastante o risco. |
Renda variável | Investidores menores: fundos de ações ou ETFs (fundos de índices da Bovespa, com cotas vendidas na Bolsa como se fossem ações); investidores maiores: compra direta de ações e fundos de ações. Para Ernesto Leme, no atual momento é melhor escolher fundos não atrelados ao Índice Bovespa (Ibovespa), de preferência que utilizem a estratégia de investimento de valor (value investing). Essa estratégia se baseia na escolha de ações com potencial de crescimento que o mercado ainda não consegue enxergar, com base em análise fundamentalista e com visão de longo prazo. |
Fonte: Claritas Investimentos
Veja na página a seguir qual a carteira de investimentos ideal para cada fase da vida, de acordo com a Claritas.
Jovens em início de carreira (até 35, 40 anos)
Características: horizonte de tempo muito longo, pouca aversão a risco e ênfase em acumulação de capital.
Alocação sugerida:
Renda fixa pós-fixada: Zero
Renda fixa atrelada à inflação: 10%
Renda fixa privada (crédito privado): 15%
Renda fixa pré-fixada: 10%
Fundos multimercados: 25%
Renda variável: 40%
Topo da carreira (entre 40 e 50 anos)
Características: horizonte de tempo longo, aversão a risco moderada e ênfase em acumulação e preservação de capital.
Alocação sugerida:
Renda fixa pós-fixada: 10%
Renda fixa atrelada à inflação: 15%
Renda fixa privada (crédito privado): 15%
Renda fixa pré-fixada: 15%
Fundos multimercados: 20%
Renda variável: 25%
Próximo à aposentadoria (entre 50 e 65 anos)
Características: horizonte de tempo limitado, maior aversão a risco, ênfase na preservação do capital e na proteção contra a inflação.
Alocação sugerida:
Renda fixa pós-fixada: 20%
Renda fixa atrelada à inflação: 20%
Renda fixa privada (crédito privado): 15%
Renda fixa pré-fixada: 15%
Fundos multimercados: 15%
Renda variável: 15%
Aposentado (a partir dos 65, 70 anos)
Características: horizonte de tempo curto, foco em distribuição da riqueza e ênfase na preservação de renda.
Alocação sugerida:
Renda fixa pós-fixada: 50%
Renda fixa atrelada à inflação: 10%
Renda fixa privada (crédito privado): 10%
Renda fixa pré-fixada: 10%
Fundos multimercados: 15%
Renda variável: 5%