São Paulo - Pedir para realizar compras e empréstimos com o nome de parentes e amigos é uma prática recorrente. Mas consultores financeiros aconselham a evitar essa forma de auxílio.
Levantamento do SPC Brasil e do portal Meu Bolso Feliz, divulgado com exclusividade para EXAME.com, aponta que dois em cada dez consumidores (21%) já pediram o nome emprestado a pais, amigos e familiares. O levantamento foi realizado entre os dias 23 e 31 de março com 642 pessoas, pertencentes a todas as classes econômicas e que vivem nas 26 capitais estaduais e em Brasília.
Outra pesquisa, realizada pela Recovery, empresa de gestão de créditos em atraso, mostra que os empréstimos feitos a familiares, amigos e conhecidos são a terceira causa mais citada como motivo do endividamento pelos 15 mil clientes da empresa: 16% afirmam ter ficado com dívidas por ter financiado compras para outras pessoas.
O risco de quem concede o empréstimo ficar endividado é alto porque a maioria das pessoas que pede esse tipo de ajuda já acumula outras dívidas, segundo o levantamento da SPC Brasil. Ou seja, a chance de que quem pede o empréstimo passar por um novo descontrole financeiro e não conseguir pagar a dívida é maior.
As principais justificativas de quem pede o nome de parentes e amigos emprestado é ter ficado com o nome sujo (31%), ter atingido o limite do cartão de crédito (24%) e não ter cartão de crédito (21%). As pessoas mais procuradas são os pais (32%), amigos (21%), familiares, com exceção de esposa e irmãos (20%), irmãos (16%) e marido ou esposa (15%).
Os produtos mais adquiridos a partir do empréstimo do nome são calçados (37%), roupas (34%), eletrodomésticos (25%), móveis para casa (24%), computador/notebook/tablet (20%) e celular/smartphone (15%).
O que fazer
Segundo a pesquisa do SPC Brasil, quase a totalidade dos consumidores (95%) declaram ter pago as parcelas da dívida feita em nome do familiar ou amigo em dia. Mesmo assim, é melhor não arriscar, principalmente se o tomador do empréstimo já tiver um histórico de descontrole financeiro, diz José Vignoli, educador financeiro do portal Meu Bolso Feliz.
O mais indicado nesse caso, para evitar constrangimentos, é oferecer ajuda para organizar as finanças do endividado, recomenda Vignoli. "É uma forma de mostrar apoio e, ao mesmo tempo, dizer que não concorda com a forma encontrada pelo amigo para resolver o problema financeiro”, afirma o consultor.
O especialista ressalta que, ao assumir a dívida de outra pessoa, quem empresta o nome passa a arcar com todas as eventuais consequências financeiras e jurídicas que possam ser causadas pelo débito, caso o conhecido não consiga honrar o compromisso financeiro. “A responsabilidade sobre a dívida é sempre de quem contratou. Não há como se proteger contra isso”, alerta Vignoli.
Para quem não consegue negar o auxílio, principalmente se for pontual ou representar uma situação de emergência, é importante estar consciente do risco da operação. "Quem cede o nome pode não ter o dinheiro de volta", diz Vignoli. Ou seja, é melhor não contar com o valor para manter o orçamento equilibrado.
Como o tomador do empréstimo é uma pessoa conhecida, pode ser constrangedor cobrar o pagamento, diz o educador financeiro da SPC Brasil. Além disso, sem um contrato formal de empréstimo, será difícil obrigar o amigo ou parente a pagar a dívida.
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1. Chega de desculpas
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São Paulo - Não consegue economizar ou vive no
cheque especial, mas nunca encontra tempo para colocar as finanças em ordem? A pedido de EXAME.com, Gustavo Cerbasi, especialista em educação financeira e autor do livro "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos", criou um plano de 14 dias para quem deseja melhorar o
orçamento.
É necessário realizar apenas uma tarefa por dia durante duas semanas para mapear a situação financeira. O objetivo é controlar gastos e poupar para atingir metas pessoais, como a compra da casa própria, por exemplo. As dicas foram baseadas nas orientações compiladas por Cerbasi no livro "Como Organizar sua Vida Financeira", que será relançado em setembro desse ano. Conheça a seguir o plano de 14 dias para quem deseja se preparar contra eventuais imprevistos que tenham impacto no orçamento:
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2. 1º dia: organize comprovantes de renda e despesas
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Calcule sua renda líquida mensal (já livre de eventuais descontos, como impostos) e os gastos realizados no último mês. Separe-os em grupos, como alimentação, saúde, moradia e lazer. Caso não tenha o registro de todas as despesas realizadas nesse período, inicie um monitoramento de entradas e saídas de dinheiro durante os próximos 30 dias, arquivando diariamente os comprovantes em uma pasta. O plano de ação para melhorar o orçamento deverá ser iniciado após essa análise.
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3. 2º dia: analise os gastos
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3/16 (ThinkStock/Nastco)
Se souber lidar com planilhas eletrônicas, como o Excel, ou
aplicativos que ajudam a gerenciar gastos, use essas ferramentas para se organizar. Caso não tenha o costume de utilizar esses recursos, relacione todos os seus gastos em um caderno e identifique onde você está gastando mais do que imaginava.
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4. 3º dia: planeje sua rotina para monitorar o orçamento
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O ideal é que você não perca muito tempo com essa atividade. Prefira estratégias simples, como arquivar comprovantes por tipo de gasto e dedicar uma hora por mês para atualizar o seu orçamento.
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5. 4º dia: faça uma relação de todas as suas dívidas
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Crie uma lista na qual você relacione todas as suas dívidas. Em cada uma, é necessário apontar o valor total do saldo devedor, o valor da prestação mensal (quando houver), nome do credor e o Custo Efetivo Total (CET) de cada linha de crédito. O CET mostra todos os encargos incluídos na dívida e é a melhor forma de analisar as taxas cobradas. Organize essa lista a partir da dívida mais cara para a mais barata, usando o CET como critério para esse ranking.
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6. 5º dia: defina seus objetivos financeiros
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Crie uma lista de sonhos e objetivos pessoais que você pretende alcançar nos próximos seis meses, em um ano e após cinco anos. Faça as contas de quanto precisará poupar para alcançá-los.
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7. 6º dia: faça uma lista de corte de gastos
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7/16 (Tramvaen/Thinkstock)
Relacione todas as economias que você se propõe a fazer, com base na análise de seu orçamento, identificação do total de parcelas mensais de suas dívidas e o quanto gostaria de poupar. Trocar o carro atual ou até o próprio imóvel por outro mais em conta é uma estratégia eficaz. As metas devem ser relacionadas por escrito.
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8. 7º dia: se comprometa a aumentar sua renda
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Defina, por escrito, valores que você pretende levantar no curto prazo, seja vendendo bens que não usa e, se possível, realizando horas extras ou bicos. Defina um prazo para esse período, para que não se torne uma rotina. O ideal é executar esse objetivo durante três a quatro meses, no máximo.
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9. 8º dia: negocie dívidas
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9/16 (Thinkstock/Creatas Images)
Com base no seu plano de corte de gastos e aumento de ganhos, calcule quanto poderá gerar nas próximas semanas ou meses e entre em contato com seus credores para quitar as dívidas com CET acima de 2% ao mês e/ou substituir as dívidas mais caras por outras de CET mais baixo, com o objetivo de reduzir seu gasto com juros. Assuma prestações que você consiga pagar com tranquilidade, para não correr o risco de cair em dívidas não planejadas (
veja 10 passos para negociar sua dívida com o banco). Uma boa estratégia é vender bens de alto valor, como o carro.
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10. 9º dia: estude investimentos
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10/16 (ThinkStock/sjenner13)
Analise investimentos oferecidos pelo banco no qual você tem conta e por outras instituições financeiras. Dedique uma ou duas horas para entender como funciona cada aplicação financeira (
veja 10 livros essenciais para quem quer começar a investir). Preencha um questionário para identificar seu perfil de investidor.
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11. 10 º dia: defina metas de poupança
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Faça planos de quanto começará a poupar por mês assim que liquidar suas dívidas, caso tenha débitos que não foram planejados. Passe a poupar somente quando suas dívidas se limitarem a financiamentos planejados, com prestações que caibam confortavelmente no orçamento.
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12. 11º dia: escolha uma aplicação para a aposentadoria
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12/16 (ChickiBam/Thinkstock)
Marque uma reunião com um corretor de seguros para discutir o melhor plano de previdência para seu perfil ou busque uma aplicação financeira que seja mais adequada para objetivos de longo prazo (
veja 8 verdades que você deve encarar sobre a aposentadoria). Comprometa-se a iniciar as contribuições somente depois de quitar suas dívidas.
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13. 12º dia: automatize seus investimentos
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13/16 (Anatoliy Babiy/Thinkstock)
Ao iniciar aplicações e começar a guardar dinheiro, prefira que os depósitos mensais sejam feitos por débito automático. A ferramenta reforça a necessidade de ter disciplina, essencial para o sucesso de seu plano.
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14. 13º dia: organize documentos e senhas
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14/16 (gpointstudio/Thinkstock)
Com o planejamento definido, tire um tempo para organizar documentos do banco e guardar senhas de cartões, por exemplo. Defina também uma data a cada seis meses para que você estude as aplicações que seu banco oferece e possa compará-las com as de outras instituições financeiras.
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15. 14º dia: planeje o orçamento futuro
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15/16 (Thinkstock)
Para ter disciplina, você precisa saber o resultado de cada passo. Planilhas são recomendadas porque permitem projetar gastos futuros, incluindo consumo em datas festivas, para que você veja quanto dinheiro irá acumular e quando irá conseguir atingir seus objetivos financeiros. Tenha como hábito pensar no futuro e ajustar o orçamento atual quando ocorrer algum desequilíbrio.
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16. Agora veja 15 formas de controlar o seu orçamento
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16/16 (Raul Júnior/VOCÊ SA)