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Corretoras projetam lucro até 30% maior para Vale no trimestre

Desvalorização do dólar, fraca demanda e redução nos preços das matérias-primas devem limitar os ganhos da mineradora

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

A projeção para a Vale de lucro no segundo trimestre até 30% superior ao registrado nos primeiros três meses do ano não está sendo vista pelos analistas como uma excelente notícia. Apesar do incremento nos ganhos, que pela avaliação das corretoras podem subir a até 4,1 bilhões de reais, a expectativa é de redução no faturamento, decorrente da queda nos preços das matérias-primas, da fraca demanda e da desvalorização do dólar.

O balanço da companhia deve ser divulgado na próxima quarta-feira, dia 29 de julho.  A corretora Fator estima uma queda de 3% na receita do trimestre, em comparação ao período anterior, para 12,5 bilhões de reais. A SLW é mais pessimista, e espera uma redução de 8% nas vendas, que somariam 11,9 bilhões de reais. A demanda mundial por minério de ferro continuou baixa no trimestre passado, com exceção da China, que voltou ao mercado para recompor seus estoques. Com o desaquecimento provocado pela crise, a Vale, assim como as demais mineradoras do mundo, teve de renegociar os preços de seus produtos com as siderúrgicas. O acordo fechado com clientes do Japão, da Coréia e da Europa prevê queda de 28% nos preços. Com a China, o principal mercado da Vale, as negociações continuam. O país quer uma redução entre 40% e 50%.

Outro ponto que deve prejudicar os resultados da companhia é a desvalorização de 16% no dólar no segundo trimestre. Além das perdas na conversão da receita em dólares para reais, a companhia terá de contabilizar um valor menor pelos seus ativos no exterior. Na outra ponta, porém, haverá um ganho com a redução da dívida em moeda estrangeira.

Para tentar minimizar o efeito negativo provocado pelos negócios de minério de ferro e pela desvalorização cambial, os analistas acreditam que a Vale tenha se esforçado para elevar as vendas de níquel e cobre, que tiveram valorização de 56,8% e 26,6% no período, respectivamente.

Há, ainda, a expectativa de que as medidas para redução de custos e despesas, tomadas ao longo do quarto trimestre do ano passado e primeiro trimestre deste ano, apresentem resultados. Segundo a SLW, a mineradora realizou diversos ajustes em sua estrutura de custos para se adequar à nova realidade do mercado. Essas ações devem proporcionar um aumento de 3 pontos percentuais na margem de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (margem Ebitda), passando de 42% no primeiro trimestre deste ano para 45% no último período.

Os resultados do segundo trimestre de 2009, se comparados aos do mesmo período de 2008, deverão sofrer queda considerável. Para o lucro líquido, a previsão é de recuo de até 16%. Mas isso, na opinião da SLW, não deve ser motivo de desânimo. A percepção de que os negócios da Vale estão gradualmente melhorando, diz a corretora, sinaliza que, em 2010, suas operações devem registrar boa recuperação. O reflexo disso deverá ser aumento na geração de caixa e na lucratividade.

"Mesmo durante o decorrer da crise econômica global, a Vale tem orientado sua atuação na estratégia de crescimento de forma agressiva, tendo adquiridos ativos de terceiros nos dois últimos trimestres e revisando seu programa de investimentos para 2009 de US$ 14 bilhões para US$ 9 bilhões, o que ainda assim se mostra um valor muito representativo e sinaliza sua intenção de manter um crescimento acelerado nos próximos anos", destaca a corretora.
 

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