Minhas Finanças

Como quebrar o ciclo do endividamento de uma vez por todas

Estudo aponta que a maioria dos consumidores inadimplentes volta a atrasar o pagamento das dívidas após um ano. Veja como não cair nessa roubada


	Mulher corta cartão de crédito: maioria dos consumidores inadimplentes volta a atrasar o pagamento das dívidas após um ano
 (Tramvaen/Thinkstock)

Mulher corta cartão de crédito: maioria dos consumidores inadimplentes volta a atrasar o pagamento das dívidas após um ano (Tramvaen/Thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2015 às 07h32.

São Paulo - A renegociação de dívidas exige planejamento financeiro. Realizar um acordo com o credor, mas não conseguir cumprir o pagamento do débito durante o prazo estipulado pode levar a um ciclo de inadimplência que nunca termina. 

Estudo realizado pela Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) entre maio de 2014 a maio de 2015 aponta que a maioria dos brasileiros (62,7%) volta a ficar inadimplente um ano depois de quitar os débitos. Já 35,9% voltaram a ter o nome sujo apenas três meses depois de sanar as pendências financeiras.

Veja a seguir algumas dicas para evitar que seu orçamento volte a ficar no vermelho: 

1) Proponha um valor que poderá pagar

É comum o credor oferecer uma proposta que parece atrativa à primeira vista, diz Ronaldo Gotlib, consultor financeiro e advogado especializado em direito do devedor. "Mas, antes de aceitá-la, é recomendável refletir se, de fato, os pagamentos não irão pesar no orçamento".

Uma solução é ter em mente qual é o valor que realmente pode ser destinado ao pagamento das parcelas da dívida. Primeiramente, calcule sua renda mensal, descontados impostos e eventuais benefícios, e subtraia desse valor os gastos essenciais, como despesas da casa e com a saúde.

Em seguida, observe quais são seus gastos supérfluos e quais deles podem ser eliminados (sem deixar de ser bem realista) e subtraia também essa quantia da sua receita. Assim, você chegará ao valor que deve ser proposto como pagamento mensal do débito ao banco sem correr o risco de fazer uma proposta maior do que o seu bolso poderá arcar.

2) Dívidas longas exigem atenção redobrada

As parcelas da dívida não devem apenas caber no orçamento. Também é indicado evitar que o pagamento do débito seja prolongado por muito tempo. Quanto mais longo for o prazo para quitar o débito, mais juros serão cobrados e maior o risco de um novo descontrole.

Em prazos longos também é mais difícil prever mudanças no cenário econômico que possam ter impacto negativo sobre o orçamento pessoal. Situações imprevistas que geram gastos adicionais ou perda de renda podem impossibilitar o pagamento das parcelas. 

Uma solução simples é verificar se, em um período mais curto, ainda é possível fazer com que as parcelas das dívidas caibam no bolso, diz Gotlib (veja 10 passos para renegociar suas dívidas com o banco).

Outra maneira de se prevenir contra as dívidas é reduzir ainda mais o volume de gastos supérfluos e separar um valor mensal com o objetivo de formar uma reserva financeira para emergências. Essa poupança poderá te ajudar a cumprir o compromisso financeiro no caso de imprevistos. 

Uma dica para cortar gastos que não são essenciais é reduzir o pacote de TV a cabo ou o plano de celular, por exemplo (veja mais ideias para exugar o seu orçamento). 

3) Crie hábitos financeiros mais saudáveis

Antes de renegociar e planejar o pagamento da dívida, o consumidor também deve se conscientizar sobre qual foi o motivo que provocou o descontrole. "Limpar o nome, mas voltar a ter acesso ao crédito sem controle ou manter o nível de gastos antes de honrar o acordo definitivamente não irá resolver o problema", diz Gotlib.

Nesse caso, o risco de as parcelas da dívida renegociada e dos novos débitos se acumularem diante de qualquer imprevisto é grande, assim como a possibilidade de que esse comportamento cause um novo descontrole nas finanças, explica o consultor financeiro.

O melhor caminho é evitar tomar crédito e reduzir gastos não apenas durante o pagamento da dívida, mas de forma permanente, com o objetivo de construir um patrimônio sólido para o futuro (veja 14 hábitos que te deixam mais rico). 

Vale fazer uma análise profunda sobre suas finanças para verificar se o descontrole tem sido causado pela tentativa de sustentar um padrão financeiro incompatível com sua capacidade de geração de renda.

Em alguns casos, de nada adianta atacar as beiradas, como os gastos supérfluos, se os seus gastos fixos e mais pesados, como o financiamento do seu apartamento ou carro, têm sido o motivo principal da inadimplência.

Veja como os custos fixos podem ser o erro que te impede de fechar as contas no azul.

Acompanhe tudo sobre:credito-pessoalDívidas pessoaisNome sujoplanejamento-financeiro-pessoalrenda-pessoal

Mais de Minhas Finanças

O que fazer se você não recebeu 13º salário? Veja como agir e seus direitos

PIS/Pasep 2024 pode ser sacado até 27 de dezembro; veja quem tem direito

PIS/Pasep vai mudar; entenda a alteração aprovada no Congresso

O que fazer com a 2ª parcela do 13° salário? Benefício é pago até hoje