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Como funciona a NTN-B, título do Tesouro atrelado à inflação

Internauta questiona se o título paga exatamente o valor que foi investido no vencimento mais juros, ou se o valor resgatado no final do prazo pode ser menor

NTN-Bs são os títulos do Tesouro Nacional que pagam uma taxa de juro prefuixada mais a variação da inflação (Marcos Santos/usp imagens)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2013 às 13h00.

Dúvida do internauta: O valorinvestidoem uma NTN-B sofre alterações ao longo do tempo. Se eu levar esse título até a data contratada, eu irei resgatar o valor investido mais juros ou o valor do resgate é variavel, ou seja, depende do valor do título na data de resgate? Por exemplo, se um título NTN-B vale um real e eu comprá-lo hoje, na data de resgate, daqui a cinco anos, eu irei resgatar um real (valor que eu paguei pelo título) mais juros ou o valor de resgate vai depender do valor do título na data de resgate?

Resposta de Beto Veiga:

O maior problema que os investidores enfrentam ao investir nos papéis emitidos pelo Tesouro Nacional e vendidos por meio do Tesouro Direto é entender o funcionamento de um dos títulos, as Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-Bs).

Motivo pelo qual a pergunta é muito bem-vinda.

Inicialmente, vamos nos lembrar que um título desses é um contrato. No caso das NTN-Bs, o Tesouro toma um empréstimo com data certa de resgate e se compromete a pagar juros (que são previamente acordados) mais a correção da inflação, medida pelo IPCA.

Quando esse contrato é realizado com o tomador inicial (lançamento primário do título), as condições estão dadas. Acontece que, a partir daí, aparecem as negociações secundárias, isto é, quem tem o contrato (título) vende para outro e o preço da negociação dependerá das condições vigentes no mercado naquele momento.

É como se você comprasse uma casa e quisesse vendê-la. O valor a receber seria o valor que o mercado está disposto a pagar.

Quando você não compra o papel no lançamento, está aceitando as condições inicialmente acertadas pelo governo e pagando um preço de mercado por essas condições.

No vencimento, uma NTN-B valerá o valor de lançamento, acumulado de juros contratuais (não os que você vê no papel na hora da compra) e da variação da inflação no período. Não importa por quanto você comprou, isso é o que receberá, por isso, no dia do vencimento poderíamos dizer que o valor de mercado é exatamente o valor contratual da NTN-B. Isso acontece pelo simples fato de que o mercado não irá ganhar mais ou menos se comprar este papel no dia do vencimento, mas exatamente este valor.

Se o papel estiver em seu poder, o Tesouro Nacional creditará na sua conta o valor contratual, no dia do vencimento, quer queira você, quer não.

No dia imediatamente anterior ao do vencimento, ainda vigora a regra do valor de mercado, mas no vencimento, acabou.

*Beto Veiga é doutor em economia pela Universidade de Brasília, ex-funcionário do Banco Central e consultor de valores mobiliários registrado na CVM. É autor dos livros “O Essencial sobre o Tesouro Direto” , “Tudo sobre CDB”, além do Blog "Beto Veiga - finanças desvendadas" e "Case com seu banco com separação de bens".

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Envie outras dúvidas financeiras para seudinheiro_exame@abril.com.br.

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Resposta de Beto Veiga:

O maior problema que os investidores enfrentam ao investir nos papéis emitidos pelo Tesouro Nacional e vendidos por meio do Tesouro Direto é entender o funcionamento de um dos títulos, as Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-Bs).

Motivo pelo qual a pergunta é muito bem-vinda.

Inicialmente, vamos nos lembrar que um título desses é um contrato. No caso das NTN-Bs, o Tesouro toma um empréstimo com data certa de resgate e se compromete a pagar juros (que são previamente acordados) mais a correção da inflação, medida pelo IPCA.

Quando esse contrato é realizado com o tomador inicial (lançamento primário do título), as condições estão dadas. Acontece que, a partir daí, aparecem as negociações secundárias, isto é, quem tem o contrato (título) vende para outro e o preço da negociação dependerá das condições vigentes no mercado naquele momento.

É como se você comprasse uma casa e quisesse vendê-la. O valor a receber seria o valor que o mercado está disposto a pagar.

Quando você não compra o papel no lançamento, está aceitando as condições inicialmente acertadas pelo governo e pagando um preço de mercado por essas condições.

No vencimento, uma NTN-B valerá o valor de lançamento, acumulado de juros contratuais (não os que você vê no papel na hora da compra) e da variação da inflação no período. Não importa por quanto você comprou, isso é o que receberá, por isso, no dia do vencimento poderíamos dizer que o valor de mercado é exatamente o valor contratual da NTN-B. Isso acontece pelo simples fato de que o mercado não irá ganhar mais ou menos se comprar este papel no dia do vencimento, mas exatamente este valor.

Se o papel estiver em seu poder, o Tesouro Nacional creditará na sua conta o valor contratual, no dia do vencimento, quer queira você, quer não.

No dia imediatamente anterior ao do vencimento, ainda vigora a regra do valor de mercado, mas no vencimento, acabou.

*Beto Veiga é doutor em economia pela Universidade de Brasília, ex-funcionário do Banco Central e consultor de valores mobiliários registrado na CVM. É autor dos livros “O Essencial sobre o Tesouro Direto” , “Tudo sobre CDB”, além do Blog "Beto Veiga - finanças desvendadas" e "Case com seu banco com separação de bens".

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