Exame Logo

Como evitar o calote do bufê na sua festa de casamento

Empresas de informação de crédito e a Receita Federal permitem consultar a situação financeira de empresas antes de contratar serviços

Casamento: É possível consultar a situação financeira de empresas antes de contratar serviços (Flickr)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2014 às 15h27.

São Paulo - Um bufê contratado para organizar uma festa de casamento em São Paulo se enrolou em dívidas e quase transformou o sonho da assistente de comunicação interna Andreia Passos, 25 anos, em pesadelo.

Apesar de Andreia ter tomado precauções antes de contratar o espaço, pesquisando eventuais denúncias sobre o salão em sites de reclamações e processos judiciais contra a empresa, as medidas não foram suficientes para prevenir dores de cabeça.

O bufê começou a ter problemas financeiros depois que a reserva já havia sido feita. Além de não realizar a festa, a empresa não devolveu os 17 mil reais pagos pelo serviço. A noiva foi obrigada a pedir dinheiro emprestado de parentes para conseguir realizar a festa.

Para prevenir calotes e evitar fraudes, empresas de informações de crédito como a Serasa e SPC , além da Receita Federal , oferecem serviços que permitem consultar a situação financeira de fornecedores antes da contratação de serviços.

Com o número do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) da empresa, é possível verificar se ela tem dívidas , de quais tipos e o valor total dos débitos, além de checar se ela responde a processos e ações judiciais, inclusive por falência, ou se distribuiu cheques sem fundos no mercado.

Sites de comércio eletrônico, promotoras de eventos, prestadoras de serviços de filmagens e fotografia e agências de viagens são alguns exemplos de empresas que costumam registrar problemas, segundo Julio Leandro, superintendente de serviços para o consumidor da Serasa.

Como checar a situação da empresa

O serviço da Receita Federal é gratuito. Para realizar a consulta, basta acessar o site e digitar o número do CNPJ da empresa.

Porém, a Receita permite apenas saber se a situação fiscal da empresa está regular (ativa) ou se ela se enquadra na categoria especial, quando é isenta de impostos, por exemplo. Se o CNPJ estiver suspensou ou irregular, essas informações não são divulgadas.

Serviços pagos, oferecidos pelas empresas de informações de crédito, permitem obter mais detalhes sobre as finanças da empresa.

Para isso, é necessário realizar um cadastro com dados pessoais e escolher a forma de pagamento antes de optar por um tipo de consulta nos sites das empresas.

Os pacotes da Serasa partem de 14,90 reais, que é o valor pago por três consultas a serem realizadas em até seis meses.

No SPC, a consulta básica de uma empresa custa entre 6 e 8 reais e inclui informações sobre inadimplência, protestos, telefones, endereços e número de consultas realizadas para aquele CNPJ. Informações adicionais são cobradas separadamente e o cliente pode contratar pacotes.

Monitoramento deve ser constante

O monitoramento da situação financeira deve ser feito com frequência quando os produtos e serviços forem pagos a prazo e o parcelamento for feito em períodos mais longos. Nesse caso, a situação financeira da empresa pode mudar no decorrer desse tempo.

Dados negativos não necessariamente impedem a contratação do serviço, mas exigem uma análise maior sobre as possíveis consequências desses problemas financeiros para os clientes, diz Julio Leandro, superintendente da Serasa.

“É necessário ponderar que, no caso de grandes empresas, dados negativos não significam que sua condição financeira não seja sólida. Já no caso das pequenas e médias empresas, o risco de descontrole financeiro por conta de dívidas é maior", afirma Leandro.

Apesar de ter começado a pagar pelo serviço do bufê em julho do ano passado, um ano antes do casamento, Andreia Passos descobriu que o salão não poderia mais ser usado apenas dois meses antes da festa. “Aconteceu da pior maneira possível”, diz.

Depois de alguns meses, a empresa pediu alguns cheques caução para o casal, que estavam previstos no contrato. “Desconfiei, mas fiz o que pediram”, conta a assistente de comunicação interna.

Até que Andreia recebeu o contato de uma financeira que disse que o cheque havia sido compensado e estava sem fundos. “O bufê não pediu minha autorização e repassou nossos cheques e o de outros casais para pagar dívidas”, afirma.

Apesar das promessas do bufê de que o serviço seria fornecido, Andreia resolveu consultar o CNPJ da empresa e descobriu que depois de ter contratado o serviço a empresa passou a responder por um processo judicial. “Percebi que o serviço não seria fornecido e busquei alternativas.”

Depois do problema, a empresa "sumiu". Somente após duas tentativas um dos sócios foi localizado, e a primeira audiência na Justiça está marcada. Andreia pede a devolução do dinheiro e vai processar a empresa por danos morais.

Seguro para casamento

Outra alternativa para noivos que não querem passar grandes sufocos são os seguros que cobrem eventos.

Boa parte deles é voltada a pessoas jurídicas, mas alguns já são vendidos também para pessoas físicas, como o Multirrisco Eventos Simplificado do grupo BB Mapfre.

Os preços do seguro partem de 300 reais e o valor da cobertura mínima é de 200 mil reais. A apólice pode incluir indenizações por responsabilidade civil no serviço de bufê (alimentos e bebidas) e danos morais.

No caso de impossibilidade de uso do salão, o seguro do BB Mapfre cobre prejuízos de até 25 mil, mas apenas quando a situação chega ao extremo e o casamento é cancelado ou adiado.

No exemplo da assistente de comunicação Andreia, como o local do casamento mudou, mas a festa ocorreu no mesmo dia, o seguro não cobriria o prejuízo.

Carlos Honorato, professor da Fundação Instituto de Administração (FIA) especializado em seguros, recomenda que o casal fique atento às cláusulas do contrato antes de optar pela aquisição do produto.

O professor da FIA aponta que estes tipos de seguros geralmente cobrem prejuízos que levem ao cancelamento do evento. "A inclusão de cobertura mais específicas, contra calotes, pode tornar o seguro mais caro", aponta.

Além disso, pode ser necessário comprovar a situação que levou à falta de pagamento do prestador de serviço, conta Honorato. "Em casos nos quais o casal não verificou a situação financeira da empresa antes de contratar o serviço, a seguradora pode se recusar a assumir o risco e pagar a indenização".

São Paulo - O rápido avanço da tecnologia e as diversas opções de smartphones disponíveis no mercado são fatores que permitem o surgimento de uma série de aplicativos diariamente. Boa parte deles pode, inclusive, ajudar a manter o bolso em dia. Seja para fazer contas simples de ganhos e gastos, ou para ficar sempre atento ao movimento dos mercados, as opções são inúmeras. EXAME.com selecionou algumas sugestões para te ajudar a manter as contas no azul - em qualquer lugar e a qualquer momento.
  • 2. Mint

    2 /8(Divulgação)

  • Veja também

    Um dos principais aplicativos, o organizador de finanças pessoais Mint, tem versões disponíveis para iPhone e smartphones com sistema operacional Android. Unindo todas as versões disponíveis, são mais de 6 milhões de usuários. Com o programa, é possível registrar gastos e entrada de recursos para planejar melhor o destino do dinheiro. Um recurso interessante disponível são os alertas em relação aos gastos. Se o preço que você paga no seguro de um automóvel está muito acima da média dos outros usuários, por exemplo, o programa te avisa. Outro recurso é a calculadora que ajuda a decidir se é hora de comprar algo ou se é melhor esperar. A grande vantagem é que o sistema é protegido por senha, o que mantém a privacidade do usuário mesmo que o smartphone seja roubado. O lado negativo é que o aplicativo ainda não está disponível no Brasil.
  • 3. Financisto

    3 /8(Divulgação)

  • O aplicativo, disponível apenas para Android, também funciona como um organizador financeiro, onde as entradas de dinheiro e os gastos podem ser registrados para um maior controle das finanças. Com as informações, o aplicativo cria gráficos que mostram para o usuário com o que ele gasta mais ou menos. Além de ser gratuito, a principal vantagem desse aplicativo é que é possível registrar mais de uma conta no mesmo smartphone. Assim, uma pessoa pode ter em seu celular dados da conta pessoal, profissional, ou de outros familiares para controlar os gastos de toda a família.
  • 4. BM%26FBovespa

    4 /8(Divulgação)

    Quem investe em ações pode ter um grande aliado no bolso. A BM&FBovespa tem seus próprios aplicativos para iPhone e smartphones com sistema Android. Com os programas, é possível acompanhar gráficos e cotações das companhias listadas. Para outros aparelhos que não comportem as versões, a bolsa disponibiliza um site com conteúdo reduzido e mais leve para facilitar a navegação em celulares.
  • 5. FinanceMobile

    5 /8(Divulgação)

    Disponível para iPhone, o aplicativo em português também é um organizador financeiro. Com interface simplificada, ele mostra quando os gastos estão prestes a atingir o limite de despesas permitido. O programa também mantém um arquivo com histórico mensal para que o usuário consulte e compare os gastos e ganhos passados. O programa é gratuito.
  • 6. Yupee

    6 /8(Divulgação)

    Desenvolvido em português, o organizador financeiro, já disponível na internet, vai estrear aplicativos para Android e iPhone no início de dezembro. Com navegação simples, a ideia é também fazer um controle dos recursos que entram e saem e projetar gastos futuros. Enquanto os aplicativos não entram no ar, a empresa já disponibiliza uma versão de site wap, que tem conteúdo resumido e mais leve para rodar em celulares.
  • 7. InvestCalc

    7 /8(Divulgação)

    Disponível para iPhone, o aplicativo roda em português. A ideia do programa é ajudar a calcular quanto é preciso guardar por mês para conseguir realizar um sonho. Quanto é necessário guardar para conseguir 1 milhão de reais no banco? Com quanto preciso contribuir por mês para ter uma aposentadoria de determinado valor? Essas são algumas questões que o aplicativo promete ajudar a responder. Entre as vantagens, estão um conversor de juros e os relatórios detalhados sobre a sugestão de investimento, que pode ser enviado para qualquer pessoa. O aplicativo é pago e custa 0,99 dólar.
  • 8. Boleto Pago

    8 /8(Divulgação)

    O aplicativo, disponível para iPhone e Android, ajuda a calcular quanto o valor de um boleto bancário pode subir em determinado espaço de tempo. Com informações de prazo de vencimento, valor total e condições de juros, o aplicativo faz as contas para facilitar a decisão de pagar no ato ou adiar para um momento melhor. Outra funcionalidade é que o aplicativo guarda um histórico das contas em atraso que o usuário já pagou, servindo como alerta para evitar prejuízos no futuro. O programa não é gratuito. Para celulares Android, o custo é de 1,82 reais e, para iPhone, de 0,99 dólar.
  • Acompanhe tudo sobre:CaloteCasamentoConsumidoresdireito-do-consumidorDívidas empresariaisEmpresasempresas-de-tecnologiaExperianreceita-federalSerasa ExperianSPC

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Minhas Finanças

    Mais na Exame