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Chegou a hora dos fundos multimercados. Vale a pena investir?

Com queda da Selic, os fundos multimercados devem atrair investidores, segundo um relatório da Anbima. Vale encarar mais risco para ter retorno maior?

Horas:  atraso pontual não dá direito a demissão por justa causa (SIphotography/Thinkstock)

Horas: atraso pontual não dá direito a demissão por justa causa (SIphotography/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 11 de abril de 2017 às 05h00.

Última atualização em 11 de abril de 2017 às 09h18.

São Paulo - O oba-oba da renda fixa está chegando ao fim. Com a queda da taxa básica de juros, a Selic, é hora de pensar em diversificar seus investimentos e arriscar um pouco mais. É nesse cenário que os fundos multimercados ganham atratividade.

Essa é uma das principais conclusões de um relatório de fundos de investimento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), divulgado na última segunda (10). No ranking de captação por classe de fundos no 1º trimestre deste ano, os multimercados saltaram da sétima posição para a segunda, em relação ao mesmo período do ano passado.

O fundos multimercados captaram 20,2 bilhões de reais no 1º trimestre e só ficaram atrás dos fundos de renda fixa, que captaram 74,2 bilhões de reais. “De forma gradual, há uma tendência de realocação da renda fixa. Com queda de juros, os multimercados ganharão atratividade”, explica o vice-presidente da Anbima, Carlos Ambrósio.

Mas por que essa tendência? Com a queda da taxa Selic, que serve de referência para os investimentos de renda fixa, fundos mais conservadores, títulos públicos e CDBs podem continuar pagando bem, mas menos do que no ano passado.

Ou seja, pode valer a pena arriscar um pouco mais para tentar ganhar retornos maiores. Nos últimos 12 meses, os fundos multimercados do tipo “Macro”, em que os gestores acompanham os movimentos da macroeconomia, chegaram a um retorno médio de 23%.

Os fundos multimercados ficam no meio do caminho entre os investimentos ultraconservadores e os mais arriscados, como ações e câmbio. O gestor desse fundo investe o seu dinheiro em ativos de renda fixa e de renda variável, e pode acompanhar movimentos de mercado para evitar volatilidade ou tentar ganhar mais.

“Entre os multimercados, há fundos tão conservadores quanto renda fixa e fundos mais agressivos do que os fundos de ações. É melhor começar nos que oferecem menos risco”, explica Sandra Blanco, consultora de investimentos da Órama.

Não saia correndo da renda fixa

Se estiverem dispostos, até os investidores conservadores podem experimentar enfrentar um pouco mais de risco para tentar atingir retornos maiores. No entanto, os fundos multimercados são uma alternativa para diversificar seus investimentos, não para colocar todo seu dinheiro, como orienta Juliana Inhasz, professora da graduação de economia do Insper.

Primeiro, porque esses fundos exigem investimento inicial a partir de 5 mil reais, mas a maioria requer a partir de 10 mil reais. Segundo, porque você pode perder dinheiro, especialmente se deixar o recurso aplicado por pouco tempo.

“Recomendo deixar o dinheiro aplicado por, no mínimo, dois anos. Esse é um investimento para pagar a faculdade do filho ou comprar uma casa em cinco anos, não para tirar férias daqui seis meses ou manter uma reserva para usar a qualquer momento”, orienta Juliana.

Se estiver decidido a aplicar parte das suas economias em um fundo multimercado, procure uma gestora com história no mercado, que tenha oferecido taxas de retorno consistentes nos últimos anos. Para esse tipo de fundo, pagar uma taxa de administração entre 1,5% e 2% é razoável, segundo Juliana.

“É importante que o gestor conheça o mercado e tenha visão de futuro. Se ele trouxer resultados, vale a pena pagar uma taxa de administração mais alta”, aconselha.

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