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Casal que ganhou R$ 324 milhões em loteria americana perde fortuna com investimentos mal-sucedidos

Parte do dinheiro foi utilizado em fundação de pesquisas para tratamento de doença que matou neta, mas recursos foram mal geridos por consultor local

Powerball: loteria americana paga um dos maiores prêmios do mundo  (Scott Olson/Getty Images)

Powerball: loteria americana paga um dos maiores prêmios do mundo (Scott Olson/Getty Images)

Publicado em 12 de julho de 2024 às 16h56.

Última atualização em 15 de julho de 2024 às 08h24.

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Paul e Sue Rosenau, moradores de Waseca, Minnesota, viveram um sonho ao ganhar US$ 59,6 milhões (equivalente R$ 324 milhões) na Powerball. No entanto, a alegria se transformou em tragédia financeira devido a investimentos desastrosos que drenaram grande parte de sua fortuna, de acordo com reportagem do Wall Street Journal.

Paul, um supervisor de construção e operador de equipamentos pesados, e Sue, utilizaram US$ 26,4 milhões dos ganhos para criar a Fundação de Pesquisa da Família Rosenau, com a missão de encontrar tratamentos para a doença de Krabbe, que levou sua neta Makayla. Sem experiência em investimentos, o casal confiou a gestão de seus recursos a John Priebe, um consultor financeiro local.

Priebe, que trabalhava para a Principal Securities, prometeu agir no melhor interesse dos Rosenaus, mas evidências apresentadas em um painel de arbitragem da FINRA (Financial Industry Regulatory Authority) contaram uma história diferente. No mês passado, a Principal Securities foi condenada a pagar US$ 7,3 milhões em danos à fundação Rosenau por práticas financeiras inadequadas, incluindo a seleção de investimentos inapropriados e a falta de supervisão de Priebe.

De acordo com Paul, a experiência com Priebe começou com uma viagem de avião particular à sede da Principal, onde altos executivos asseguraram ao casal que seus investimentos estariam seguros. No entanto, Priebe alocou a maior parte dos fundos em anuidades variáveis, que possuem altas taxas e comissões, inadequadas para uma fundação que não é tributável e precisa de crescimento constante e liquidez.

O pesadelo

Até o final de 2011, Priebe havia investido quase 93% dos ativos da fundação em anuidades variáveis, gerando cerca de US$ 3,3 milhões em comissões. Esses produtos financeiros, que geralmente beneficiam indivíduos com vantagens fiscais, não eram adequados para a fundação dos Rosenaus, uma vez que é livre de impostos, resultando em perdas significativas.

A situação piorou em 2017, quando Priebe recomendou a venda de uma apólice de seguro de US$ 3 milhões sobre a vida de Sue, que havia sido diagnosticada com câncer. A apólice foi vendida por apenas US$ 1,46 milhão, e Sue faleceu no ano seguinte. Se a fundação tivesse mantido a apólice, teria recebido o valor integral.

Em outubro de 2019, a Principal Securities demitiu Priebe devido a preocupações com suas práticas comerciais, e ele cometeu suicídio em janeiro de 2020. Apesar das adversidades, Paul Rosenau se orgulha do impacto que sua fundação tem na pesquisa da doença de Krabbe, mas lamenta profundamente a má gestão financeira que prejudicou tanto sua missão.

"Por que alguém tiraria dinheiro de crianças que mal têm um ou dois anos de vida?", questionou Paul ao Wall Street Journal. "Quanto é suficiente?"

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