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Sem dinheiro, foco da Caixa será financiar imóveis populares

Banco liberou 8,7 bilhões de reais para famílias que ganhem até R$ 4 mil por mês e prorrogou o financiamento de parcela maior de usados

Agência da Caixa: crédito imobiliário para a classe média alta continuará restrito. (Pillar Pedreira/Agência Senado)

Agência da Caixa: crédito imobiliário para a classe média alta continuará restrito. (Pillar Pedreira/Agência Senado)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 7 de novembro de 2017 às 13h03.

Última atualização em 7 de novembro de 2017 às 15h48.

São Paulo - Sem recursos e com dificuldades para aprovar novos financiamentos imobiliários, a Caixa Econômica Federal anunciou na noite desta segunda-feira (6) que irá remanejar 8,7 bilhões de reais para o programa Minha Casa Minha Vida, destinado a famílias que ganham de 1,5 mil reais a 4 mil reais.

O dinheiro foi retirado de linhas de crédito oferecidas pelo banco para empresas, como capital de giro e desconto de duplicatas, além de outras linhas de financiamento imobiliário, destinadas à classe média alta.

Segundo informações do próprio banco, o segmento foi priorizado porque essa faixa de renda corresponde a 86% dos financiamentos feitos com recursos do FGTS. O objetivo é normalizar os financiamentos para esta faixa, que vinham enfrentando atrasos na aprovação por falta de recursos do banco.

Para famílias com renda superior a 4 mil reais mensais, para as quais o financiamento utiliza majoritariamente recursos da poupança, a Caixa continuará com entraves para emprestar. Não há previsão de novos aportes nesse segmento neste ano. É mais provável que eles sejam destravados apenas no ano que vem, quando o banco terá um novo orçamento para o segmento.

A Caixa já havia anunciado que a linha Pró-Cotista, que usa recursos do FGTS e atende a classe média alta, só voltará a ficar disponível no ano que vem. A linha é a mais barata para esse faixa de clientes, com juros que variam de 7,85% a 8,85% ao ano.

Prorrogação do financiamento de 80% do valor de usados

O banco também anunciou que irá prorrogar, até o final desse mês, o financiamento de até 80% de imóveis usados. Em setembro, a Caixa reduziu a fatia do financiamento desse tipo de imóvel de 80% para 50%.

No entanto, a opção só vale para quem já está com o processo de financiamento concluído, mas depende da liberação de novos recursos pelo banco.

Como a Caixa tem agora um orçamento mensal para liberação de recursos, o banco usará o orçamento de novembro para honrar com os financiamentos já concluídos. O banco esperava honrar com todos os financiamentos em outubro, mas não conseguiu.

A Caixa esclarece, em nota, que a contratação do crédito imobiliário neste ano está cerca de 20% superior em relação ao mesmo período do ano passado e que já emprestou mais de 72,4 bilhões de reais até o momento em todas as suas modalidades de crédito imobiliário.

Considerando o ritmo de contratação e a publicação da Instrução Normativa 32/2017, do Ministério das Cidades, o banco diz ter adotado a estratégia de execução mensal do orçamento para todas as linhas de crédito imobiliário com objetivo de cumprir o orçamento anual disponível até dezembro.

As condições de contratações de imóveis novos não sofreram alterações, permanecendo as cotas de financiamento de até 80% do valor das unidades. "Essa medida tem o objetivo de manter aquecida a indústria da construção civil do país, responsável por gerar emprego e renda", diz o banco, em posicionamento.

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