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Caixa suspende consignado do Auxílio Brasil

O consignado do Auxílio Brasil foi lançado pelo governo federal no ano passado, poucos meses antes da campanha eleitoral, mas foi encampado por poucos bancos do País.

Auxílio Brasil: Serrano disse que o banco não trabalha com a perspectiva de perdão aos devedores (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Auxílio Brasil: Serrano disse que o banco não trabalha com a perspectiva de perdão aos devedores (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de janeiro de 2023 às 20h38.

A Caixa Econômica Federal está suspendendo a concessão do consignado do Auxílio Brasil. De acordo com a presidente do banco, Rita Serrano, a suspensão se deve à revisão do cadastro do programa, que deve voltar a se chamar Bolsa Família, pelo Ministério do Desenvolvimento Social, e também a uma revisão, por parte da Caixa, dos juros da modalidade.

"Eu já posso anunciar para vocês que nós estamos suspendendo o consignado do Auxílio por duas razões. A primeira é que o Ministério do Desenvolvimento Social vai revisar o cadastro, então como o Ministério vai revisar o cadastro, não é de bom tom que a gente mantenha, porque não sabemos quem vai ficar nesse cadastro ou não", disse Serrano a jornalistas após a cerimônia de sua posse no comando do banco público.

"A segunda é porque os juros dessa modalidade de consignado são muito altos, então nós também estamos suspendendo para rever esses juros e vendo as possibilidades que existem para baixar esses juros, dentro, lógico, das regras de conformidade", afirmou ela.

O consignado do Auxílio Brasil foi lançado pelo governo federal no ano passado, poucos meses antes da campanha eleitoral, mas foi encampado por poucos bancos do País. A Caixa foi a única entre os de maior porte a ofertar a linha, que teve forte demanda diante do endividamento das famílias brasileiras, mas que foi criticada por especialistas pelo perigo de ampliar ainda mais esse endividamento.

Serrano disse que o banco não trabalha com a perspectiva de perdão aos devedores. Entretanto, pode negociar outros pontos com o governo. "O banco não tem como fazer isso, mas eu acredito que há a possibilidade de negociar com o governo inclusive para baixar os juros", comentou.

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A presidente da Caixa disse ainda que o programa de "microfinanças" do banco será reavaliado. "Todos estes produtos principalmente vinculados aos programas públicos serão reavaliados porque o governo também está reavaliando", afirmou a jornalistas após a cerimônia de posse na presidência do banco.

Serrano reafirmou que o governo tem o propósito de voltar com o Minha Casa Minha Vida, rever o cadastro do Auxílio Brasil e voltar com o Bolsa Família. "Todos esses programas de cunho público estão sendo reavaliados pelo próprio governo e naturalmente a Caixa também terá de reavaliar", acrescentou.

A mandatária da Caixa diz que não há definição sobre juros subsidiados para novos programas. "No caso do banco, não há condição de fazer este tipo de análise neste momento", observou.

Quanto ao programa de renegociação de dívidas Desenrola, Serrano diz que pode ser lançado até o começo de fevereiro, mas que o desenho ainda não está fechado.

Em conversa rápida com jornalistas após a sua posse, Serrano afirmou que a Caixa e o Banco do Brasil vão ter papel fundamental, mas que estão sendo feitas várias reuniões no Ministério da Fazenda para encontrar o melhor formato. Ela ainda indicou que o foco devem ser as pessoas endividadas que ganham até dois salários mínimos.

"Estamos fazendo várias reuniões no Ministério da Fazenda para tentar desenvolver um programa para reduzir o número de endividados no Brasil, uma população muito grande, principalmente a população que ganha menos de dois salários mínimos. Mas tenho que esperar, porque não está pronto o desenho estamos discutindo várias hipóteses."

Hoje, a presidente indicada do BB, Tarciana Medeiros, e o diretor de Contadoria e Controladoria da Caixa, Marcos Rosa, se reuniram com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e discutiram o assunto.

 

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