Aposentadoria: Saúde é um dos temas que mais preocupam os brasileiros (Digital Vision/Thinkstock)
Anderson Figo
Publicado em 22 de junho de 2017 às 05h00.
Última atualização em 22 de junho de 2017 às 05h00.
São Paulo - A principal preocupação financeira para os brasileiros é economizar dinheiro para investir e para a aposentadoria. No entanto, os brasileiros veem a economia doméstica como o maior risco para seu futuro financeiro, seguido pelo alto custo de vida, especialmente com a saúde.
O impacto do congelamento no investimento em saúde, aprovado pelo governo no final de 2016, está aumentando as preocupações sobre os custos de saúde, de acordo com a pesquisa do Global Investor Pulse da gestora americana BlackRock.
Os brasileiros citaram a aposentadoria como a prioridade financeira mais importante (20%) depois de economizar dinheiro em geral (13%). Dois terços dos brasileiros começaram a poupar para a aposentadoria.
Atualmente, 80% estão contribuindo mais do que o que são obrigados a colocar na sua aposentadoria proveniente da empresa empregadora, quando consideradas todas as formas de aposentadorias.
Enquanto 26% dizem que contribuem apenas com o valor obrigatório para os planos de aposentadoria de trabalho, 8% dessas pessoas estão contribuindo para outros tipos de poupança para aposentadoria também.
Duas vezes mais brasileiros estão poupando por meio de um plano privado do que contribuindo mais para os planos corporativos. Aqueles que começaram a poupar para aposentadoria economizaram, em média, 13% da renda mensal, o segundo maior nível depois de Cingapura
“Embora os níveis de conhecimento e confiança estejam altos, cerca de seis em cada dez brasileiros estão preocupados em viver mais tempo do que suas economias ou em ser um fardo para sua família. Isso pode ser explicado porque há uma grande diferença entre a expectativa do rendimento anual de aposentadoria que esperam e a compreensão sobre o quanto eles precisam economizar para financiar essa renda “, diz Carlos Takahashi, consultor sênior da BlackRock.
Apesar desse foco na aposentadoria e em estarem demonstrando um maior interesse em investir, os brasileiros ainda mantêm grande parte de seus investimentos em caixa, isto é, aplicações líquidas, como fundos DI ou aplicações corrigidas pelo juro diário.
Os investidores pesquisados têm dois terços (64%) de sua carteira em dinheiro e/ou produtos líquidos, uma queda de apenas 3% desde o último levantamento da BlackRock em novembro de 2016.
No entanto, eles mostraram interesse em considerar outras opções para investir seu dinheiro. Três quartos (75%) dos brasileiros estão abertos a diversificar seu portfólio, o terceiro maior percentual comparado com os outros países (apenas a China e Taiwan têm um percentual maior).
Menos de um quarto (17%) do brasileiro que possuem investimentos em dinheiro ou produtos líquidos não está considerando diversificar os investimentos. Suas principais barreiras para investir são a falta de fundos oferecidos, as preocupações com o risco e a falta de compreensão sobre o universo financeiro.
Os brasileiros também expressaram a importância da preservação do capital, com 58% afirmando que “uma garantia de que seu capital está seguro” é um fator chave que os encorajaria a investir mais.
De acordo com a pesquisa da BlackRock, em média, os brasileiros estimam que precisarão de cerca de R$ 70 mil em renda anual para a aposentadoria, mas sua economia antecipada só deve durar alguns anos dentro dos 20 anos que devem viver na aposentadoria.
Os investidores brasileiros confiam na tecnologia como a sua principal fonte de informação ao tomar decisões de poupança e investimentos de longo prazo, segundo a BlackRock. Atualmente, os canais digitais estão se tornando uma forma importante de o investidor ter acesso a investimentos.
O uso da tecnologia para monitorar investimentos e poupanças para aposentadoria está ajudando os investidores a sentirem que têm mais controle sobre o seu dinheiro (46%), de acordo com a pesquisa da BlackRock.
Além de dar aos investidores clareza e tranquilidade sobre o desempenho de seus investimentos. Mais de oito em dez (83%) brasileiros veem seus investimentos online pelo menos uma vez por mês, um dos níveis mais altos em todo o mundo. Quase um quarto (23%) dizem que isso os incentivou a continuar investindo.
Enquanto poucos brasileiros usam a tecnologia para investir, 71% comprarão um investimento online, sendo que mais da metade (55%) desejaria apoio de um consultor financeiro, demonstrando a relação complementar entre tecnologia e conselhos de um profissional. Mais de três quartos considera o uso de robot advisor.
Aqueles que consideram o uso dos robot advisor são mais propensos a fazê-lo, com ajuda de um consultor financeiro. Vale a pena mencionar que o uso de robot advisor atualmente é de apenas 3%, mas este é o nível mais alto na comparação com os outros países da pesquisa.
“Os robot advisors irão desempenhar um papel maior, ajudando os consultores financeiros a entregar melhores informações e resultados aos seus clientes de forma mais eficiente”, diz Rodrigo Araujo, diretor da BlackRock no Brasil.
*Este conteúdo foi originalmente publicado no site Arena do Pavini.