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Brasil é 2º em ranking mundial de valorização imobiliária

O preço dos imóveis subiu 27,82% em 2011 e só não superou a alta registrada na Índia, mostra pesquisa

Construção em São Paulo: preços dos imóveis têm a segunda maior alta do mundo (Germano Lüders)

Construção em São Paulo: preços dos imóveis têm a segunda maior alta do mundo (Germano Lüders)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2012 às 19h07.

São Paulo – Os imóveis no Brasil tiveram uma valorização nominal de 27,82% em 2011, a segunda maior do mundo. Segundo pesquisa realizada pelo site Global Property Guide, que auxilia investidores na busca de imóveis ao redor do mundo, o Brasil ficou atrás apenas da Índia no ranking da variação dos preços dos imóveis, que incluiu 35 países (veja abaixo):

País Valorização imobilária em 2011 Alta em 2010
Índia 35,77% ND
Brasil 27,82% 23,49%
Estônia 12,79% 13,40%
Hong Kong 11,36% 22,13%
Noruega 7,97% 6,60%
Turquia 7,30% 2,27%
Islândia 7,18% -1,49%
Coreia do Sul 7,02% 1,70%
Singapura 5,85% 17,56%
Ucrânia 5,29% -9,47%
Indonésia 5,05% 2,91%
Letônia 4,81% 10,31%
Suíça 4,42% 1,12%
Alemanha 3,89% 3,06%
África do Sul 2,80% 3,16%
Nova Zelândia 1,84% -0,74%
China 1,28% 2,65%
Reino Unido 1,15% 57,00%
Finlândia 1,04% 5,23%
Lituânia -0,36% -4,01%
Croácia -0,92% -5,24%
Israel -1,21% 17,04%
Estados Unidos -2,43% -4,21%
Eslováquia -2,68% -2,08%
Suécia -2,76% 5,23%
Holanda -3,38% -1,00%
Japão -3,98% 5,82%
Portugal -4,15% -2,21%
Austrália -4,84% 4,64%
Bulgária -6,16% -5,58%
Polônia -6,60% 0,64%
Espanha -6,78% -3,53%
Taiwan -7,44% 10,91%
Grécia -7,94 -5,83%
Irlanda -15,82% -11,04%

O ranking revela que a alta dos imóveis no Brasil e na Índia não tem qualquer paralelo com o que está acontecendo nos demais mercados ao redor do mundo. Descontando a inflação da variação do preço dos imóveis, houve desvalorização em 22 dos 35 países pesquisados. Além disso, em 21 países o desempenho do mercado imobiliário foi pior do que no ano anterior. Os números do quarto trimestre foram ainda piores. Houve alta real de preços em apenas 10 dos 35 países.

O site Global Property Guide atribui a desvalorizações dos imóveis na maioria dos mercados pesquisados ao fraco crescimento econômico mundial, às preocupações com o elevado endividamento dos países ricos, à baixa confiança do consumidor e ao alto desemprego em diversas nações.

Já a situação no Brasil seria oposta porque a economia vai bem. O Banco Central está em meio a um ciclo de redução das taxas de juros – o que sempre é positivo para o mercado imobiliário. As incorporadoras também costumam explicar as altas de preços com o aumento dos custos de construção, já que mão de obra, terrenos e materiais de construção são hoje muito mais caros do que eram há alguns anos.


Por último, especialistas do mercado imobiliário também costumam apontar a desinformação de muitos compradores como fator de pressão sobre os preços. Os imóveis nas principais cidades brasileiras mais do que dobraram de preço nos últimos cinco anos. No imaginário de alguns investidores, os imóveis se transformaram em sinônimo de bom negócio.

O que muita gente se esquece em épocas de euforia é que, da mesma forma que os preços sobem, também podem descer. A Ásia é um bom exemplo disso. Segundo a pesquisa da Global Property Guide, com exceção da Índia, os preços estão acomodados ou até mesmo em queda na região, que foi a queridinha dos investidores globais na década passada.

As valorizações em Hong Kong, Cingapura e China foram bem menores em 2011 do que no ano anterior. Já em Tóquio e Taiwan, houve recuo de preços. As desvalorizações ocorreram mesmo com a região ainda em um momento econômico favorável, o que levou o Global Property Guide a afirmar que o “boom imobiliário na Ásia acabou”.

A Europa é outra região que prova que os preços podem cair – em alguns casos, de forma acentuada. Espanha, Grécia e Irlanda apresentaram péssimos resultados neste ano. O alto endividamento e a falta de confiança dos investidores reforçam a percepção de que a Europa entrará em nova recessão em breve – o que sempre tende a enfraquecer o mercado imobiliário ainda mais do que outros setores da economia.

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