Bolsa lança índice de desempenho dos Fundos Imobiliários
O IFIX é uma carteira teórica composta pelos 44 Fundos Imobiliários mais negociados da bolsa e deve servir para medir o desempenho da indústria de Fundos
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2012 às 15h51.
São Paulo - A BM&F Bovepa (BVMF3) lançou nesta segunda-feira (03/09) o Índice de Investimentos em Fundos Imobiliários (IFIX). Assim como o Ibovespa, índice que mede o desempenho de uma carteira de ações teórica para refletir o comportamento do mercado de ações brasileiro, o IFIX será um indicador do desempenho dos Fundos de Investimentos Imobiliários (FII) no país.
Apesar de ter sido inaugurado hoje, a performance do IFIX foi medida desde o dia 30 de dezembro de 2010. Utilizando esta data como ponto de partida, o índice acumulou até o dia 31 de agosto uma valorização de 50,60%, enquanto o Ibovespa registrou queda de 17,7% no mesmo período e o IMOB (índice que mede o desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas do setor imobiliário) apresentou uma desvalorização de 15,8%.
Fazem parte do IFIX as cotas dos Fundos Imobiliários que são mais negociados na bolsa. Inicialmente, 44 dos 80 Fundos que são registrados na Bolsa compõem o novo índice. E a cada quatro meses, a carteira do índice será reavaliada de modo que os Fundos participantes permaneçam dentro dos critérios adotados para o IFIX e também para que novos Fundos possam ser eventualmente incluídos.
Para que o Fundo seja inserido na carteira teórica do IFIX, ele deve ter sido negociado em pelo menos 60% dos pregões realizados nos últimos 12 meses na bolsa. As cotas de um único Fundo não poderão ter um peso maior do que 20% da carteira do índice. E para fundos que foram criados há menos de doze meses, só poderão entrar no IFIX aqueles que também tiverem no mínimo seis meses de negociação e liquidez em pelo menos 60% dos pregões.
Vantagens do índice para o investidor
Os FII têm sido cada vez mais buscados por investidores. Apenas neste ano, houve um crescimento de 35% do número de investidores. Um dos principais motivos deste movimento é que alguns investimentos em renda fixa, como a poupança, ficaram menos rentáveis com a queda da taxa Selic, que foi reduzida para 7,5%. Além disso, os Fundos Imobiliários são mais palpáveis do que outros investimentos do mercado de renda variável. Como a maioria de seus ativos são imóveis, o investidor com perfil menos arrojado se sente mais seguro ao saber que seu investimento é destinado a algo sólido, que pode ser inclusive visitado e avaliado pessoalmente. E ainda, como neste ano os investimentos em ações apresentaram uma maior volatilidade, alguns investidores também recorreram aos fundos em busca de menores riscos.
Segundo explica Rodrigo Machado, presidente da Câmara Consultiva do Mercado Imobiliário da BM&F Bovespa, diante deste cenário favorável aos FII, o IFIX contribui para o investidor pessoa física de forma indireta, ao beneficiar a indústria de Fundos, que ganha um parâmetro do tipo de desempenho que deve ser buscado, além de ser mais um elemento de fortalecimento do segmento. "O índice é uma referência de desempenho que os fundos devem seguir. E é mais um passo importantíssimo para a indústria de fundos, que deve trazer mais informações aos gestores e deve contribuir para o lançamento de novos fundos, o que garantirá uma maior opção de Fundos para diversificação do investidor", afirma.
Paulo Cirulli, gerente de produtos da BM&F Bovespa, explica ainda que por mais que no caso dos FII seja menos comum que o investidor aplique em diversos Fundos, como pode ocorrer no mercado de ações, o IFIX é uma importante referência não só sobre os Fundos que estão dentro do índice, mas para medir a performance do investimento em Fundos Imobiliários no geral. "O investidor não vai comprar cotas dos 44 Fundos do IFIX para montar uma carteira, mas ele pode consultar o índice para avaliar de forma cautelosa como o investimento em Fundos tem se desempenhado e também para obter mais informações sobre os fundos", diz.
Cirulli também afirma que futuramente devem ser criados subíndices para medir performance de fundos que investem em uma mesma categoria de ativos. Assim, seriam medidos apenas os desempenhos de fundos que investem em imóveis, por exemplo, ou apenas os Fundos que investem em derivativos. "O investidor poderá ter um índice mais focado no tipo de Fundo que ele investe para usar como referência", explica.
De acordo com as informações divulgadas no lançamento do IFIX, também está sendo estudada a criação de um ETF (Exchange Traded Fund), que seria um Fundo de Investimentos que buscaria acompanhar o rendimento do novo índice. Esse ETF compraria cotas dos Fundos Imobiliários que compõem o IFIX e o investidor poderia comprar cotas do ETF para investir em todos os Fundos do IFIX, sem precisar comprar separadamente as cotas de cada Fundo Imobiliário da carteira.
Fundos Imobiliários em números
No evento de lançamento do IFIX foram divulgados também alguns números da indústria de Fundos de Investimento Imobiliários, que foram purados até o dia 31 de agosto. Atualmente, existem 160 Fundos registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e 80 deles são negociados na BM&F Bovespa. O valor de mercado atual dos 160 fundos é de 18,1 bilhões de reais.
O volume de cotas negociadas este ano na bolsa cresceu 80% em relação ao volume dos oito primeiros meses do ano passado. Foram 1,6 bilhões de cotas negociadas nos primeiros oito meses deste ano, contra 912 milhões de cotas em todo o ano passado. Atualmente, a média mensal de negociação dos Fundos é de 205 milhões de cotas. Apenas de janeiro a agosto deste ano foram registrados 14 novos FII na BM&F Bovespa.
Os Fundos Imobiliários negociados em bolsa reúnem ao todo 47.798 investidores, sendo que 99% deles são pessoas físicas. E como já mencionado, o número representa um crescimento de 35% no número de investidores de janeiro a agosto deste ano.
São Paulo - A BM&F Bovepa (BVMF3) lançou nesta segunda-feira (03/09) o Índice de Investimentos em Fundos Imobiliários (IFIX). Assim como o Ibovespa, índice que mede o desempenho de uma carteira de ações teórica para refletir o comportamento do mercado de ações brasileiro, o IFIX será um indicador do desempenho dos Fundos de Investimentos Imobiliários (FII) no país.
Apesar de ter sido inaugurado hoje, a performance do IFIX foi medida desde o dia 30 de dezembro de 2010. Utilizando esta data como ponto de partida, o índice acumulou até o dia 31 de agosto uma valorização de 50,60%, enquanto o Ibovespa registrou queda de 17,7% no mesmo período e o IMOB (índice que mede o desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas do setor imobiliário) apresentou uma desvalorização de 15,8%.
Fazem parte do IFIX as cotas dos Fundos Imobiliários que são mais negociados na bolsa. Inicialmente, 44 dos 80 Fundos que são registrados na Bolsa compõem o novo índice. E a cada quatro meses, a carteira do índice será reavaliada de modo que os Fundos participantes permaneçam dentro dos critérios adotados para o IFIX e também para que novos Fundos possam ser eventualmente incluídos.
Para que o Fundo seja inserido na carteira teórica do IFIX, ele deve ter sido negociado em pelo menos 60% dos pregões realizados nos últimos 12 meses na bolsa. As cotas de um único Fundo não poderão ter um peso maior do que 20% da carteira do índice. E para fundos que foram criados há menos de doze meses, só poderão entrar no IFIX aqueles que também tiverem no mínimo seis meses de negociação e liquidez em pelo menos 60% dos pregões.
Vantagens do índice para o investidor
Os FII têm sido cada vez mais buscados por investidores. Apenas neste ano, houve um crescimento de 35% do número de investidores. Um dos principais motivos deste movimento é que alguns investimentos em renda fixa, como a poupança, ficaram menos rentáveis com a queda da taxa Selic, que foi reduzida para 7,5%. Além disso, os Fundos Imobiliários são mais palpáveis do que outros investimentos do mercado de renda variável. Como a maioria de seus ativos são imóveis, o investidor com perfil menos arrojado se sente mais seguro ao saber que seu investimento é destinado a algo sólido, que pode ser inclusive visitado e avaliado pessoalmente. E ainda, como neste ano os investimentos em ações apresentaram uma maior volatilidade, alguns investidores também recorreram aos fundos em busca de menores riscos.
Segundo explica Rodrigo Machado, presidente da Câmara Consultiva do Mercado Imobiliário da BM&F Bovespa, diante deste cenário favorável aos FII, o IFIX contribui para o investidor pessoa física de forma indireta, ao beneficiar a indústria de Fundos, que ganha um parâmetro do tipo de desempenho que deve ser buscado, além de ser mais um elemento de fortalecimento do segmento. "O índice é uma referência de desempenho que os fundos devem seguir. E é mais um passo importantíssimo para a indústria de fundos, que deve trazer mais informações aos gestores e deve contribuir para o lançamento de novos fundos, o que garantirá uma maior opção de Fundos para diversificação do investidor", afirma.
Paulo Cirulli, gerente de produtos da BM&F Bovespa, explica ainda que por mais que no caso dos FII seja menos comum que o investidor aplique em diversos Fundos, como pode ocorrer no mercado de ações, o IFIX é uma importante referência não só sobre os Fundos que estão dentro do índice, mas para medir a performance do investimento em Fundos Imobiliários no geral. "O investidor não vai comprar cotas dos 44 Fundos do IFIX para montar uma carteira, mas ele pode consultar o índice para avaliar de forma cautelosa como o investimento em Fundos tem se desempenhado e também para obter mais informações sobre os fundos", diz.
Cirulli também afirma que futuramente devem ser criados subíndices para medir performance de fundos que investem em uma mesma categoria de ativos. Assim, seriam medidos apenas os desempenhos de fundos que investem em imóveis, por exemplo, ou apenas os Fundos que investem em derivativos. "O investidor poderá ter um índice mais focado no tipo de Fundo que ele investe para usar como referência", explica.
De acordo com as informações divulgadas no lançamento do IFIX, também está sendo estudada a criação de um ETF (Exchange Traded Fund), que seria um Fundo de Investimentos que buscaria acompanhar o rendimento do novo índice. Esse ETF compraria cotas dos Fundos Imobiliários que compõem o IFIX e o investidor poderia comprar cotas do ETF para investir em todos os Fundos do IFIX, sem precisar comprar separadamente as cotas de cada Fundo Imobiliário da carteira.
Fundos Imobiliários em números
No evento de lançamento do IFIX foram divulgados também alguns números da indústria de Fundos de Investimento Imobiliários, que foram purados até o dia 31 de agosto. Atualmente, existem 160 Fundos registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e 80 deles são negociados na BM&F Bovespa. O valor de mercado atual dos 160 fundos é de 18,1 bilhões de reais.
O volume de cotas negociadas este ano na bolsa cresceu 80% em relação ao volume dos oito primeiros meses do ano passado. Foram 1,6 bilhões de cotas negociadas nos primeiros oito meses deste ano, contra 912 milhões de cotas em todo o ano passado. Atualmente, a média mensal de negociação dos Fundos é de 205 milhões de cotas. Apenas de janeiro a agosto deste ano foram registrados 14 novos FII na BM&F Bovespa.
Os Fundos Imobiliários negociados em bolsa reúnem ao todo 47.798 investidores, sendo que 99% deles são pessoas físicas. E como já mencionado, o número representa um crescimento de 35% no número de investidores de janeiro a agosto deste ano.