Você quer ganhar dinheiro na bolsa? Então vá para a... Argentina. A orientação seria essa mesma, se dependesse do que aconteceu no mês passado. Em julho, as ações negociadas no país vizinho foram as que mais se valorizaram entre diversas bolsas ao redor do mundo, segundo a consultoria Economática, de São Paulo. O índice Merval, que mede o desempenho da Bolsa de Buenos Aires, subiu 7,5%. A comparação foi feita em dólares.

Trata-se de uma façanha quando se vêem os índices das demais bolsas mundiais. Além da Argentina, somente o Peru e a China viram o mercado acionário subir em julho (2,1% e 1,6%, respectivamente). As demais bolsas fecharam o mês no vermelho, puxadas pelos índices americanos Dow Jones (-5,5%), Standard & Poor s 500 (-7,9%) e Nasdaq (-9,3%). A bolsa brasileira foi a que mais sofreu no período. O Índice Bovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, caiu 27,3% (sempre em dólares).

Claro que a recomendação da bolsa argentina não pode ser seguida ao pé da letra. A principal explicação para a subida da bolsa foi o desempenho do câmbio: o peso argentino valorizou-se 4,7% em julho. O mesmo motivo pode ser invocado para explicar a queda da bolsa brasileira: o real desvalorizou-se 20,5% no mês. Para agosto, ninguém sabe o que virá pela frente.

O que é possível dizer é que a situação da Argentina continua indefinida, o que assusta qualquer tipo de investidor. Uma análise do comportamento do índice Merval em prazo mais longo basta para confirmar o risco do negócio. De janeiro a julho, a bolsa argentina caiu 66,6% em dólares. Foi o pior desempenho da amostra da Economática, ultrapassando até mesmo a bolsa brasileira, que variou -51,3% no período. Nos dois quadros a seguir, você pode conferir o desempenho das bolsas mundiais em julho e no ano, em dólares.