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Para Barclays, é "o fim da queda livre"

Banco britânico vê retração mais lenta da economia global e indícios "incipientes" de recuperação

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Após meses de notícias negativas e retração econômica, o banco britânico Barclays acredita que a atividade está próxima do "ponto de inflexão". No relatório trimestral sobre mercados emergentes intitulado "O fim da queda livre", o banco diz que a velocidade da retração econômica vem diminuindo e o fluxo de surpresas negativas que pesaram sobre o mercado está perdendo força.

Apesar de ser provável que o ajuste à nova realidade continue nos próximos meses, o Barclays enxerga sinais ainda "incipientes" de que a atividade econômica caiu numa velocidade menor no primeiro trimestre. Além disso, o banco prevê que o consumo tenha expansão nos Estados Unidos entre abril e junho.

A China também tem dados sinais mais animadores, já que o governo se mostrou comprometido com a batalha contra a desaceleração econômica. O pacote de investimentos em infraestrutura tentará compensar a queda nas exportações e do mercado imobiliário.

O banco também acredita que os diversos pacotes de estímulo econômico divulgados por governos de todos os continentes comecem a fazer efeito no segundo semestre, ajudando na retomada da produção industrial global ainda neste ano.

Para aqueles que acreditam que é hora de investir agressivamente na bolsa devido à melhora do cenário, o Barclays avisa: "Esperamos que a recuperação da economia global seja relativamente débil na maioria dos países".

Mesmo nesse cenário, há a possibilidade de ganhos nos mercados financeiros - já que hoje está precificado um cenário de depressão ou ao menos de uma recessão muito longa. No entanto, a baixa velocidade da recuperação deve limitar os ganhos de curto prazo.

Para o Barclays, a recuperação será lenta devido ao sincronismo da crise em diversas partes do mundo e à provável demora na retomada do crédito aos mesmos níveis pré-crise, principalmente nos países mais alavancados.

Além disso, é muito provável que em breve as políticas expancionistas adotadas nas principais economias do mundo gerem inflação e obriguem os bancos centrais a adotar uma posição mais cautelosa.

América Latina

Segundo o Barclays, a atividade econômica na América Latina "está caindo como em qualquer outra economia". A produção industrial deve ter queda de 2,3% neste ano, o pior resultado desde 1983. Mas a boa notícia é que os bancos centrais da região ainda têm muito espaço para baixar os juros.

No Brasil, os juros também podem cair muito ainda sem o temor de aumento da inflação ou de uma grande desvalorização do real. Após o corte de 2,5 pontos percentuais acumulado neste ano, ainda haveria espaço para reduzir a Selic dos atuais 11,25% ao ano para 8,75%.

Caso a atividade econômica continue a gerar surpresas negativas, um corte adicional para 8,25% ou 8% não estaria descartado.

O Barclays está entre os bancos mais pessimistas sobre 2009 e acredita que o PIB cairá 1,9%. A correção no consumo interno já foi até mais forte que a da própria produção, mas ainda deve haver novos ajustes nos próximos meses devido ao aumento do desemprego e às restrições de crédito. Além disso, o investimento deve continuar em queda.

Mas quando a economia dará sinais de recuperação? Para o Barclays, o PIB brasileiro só voltará a crescer com algum vigor no quarto trimestre.
 

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